sábado, 29 de dezembro de 2012

Minhas Produções




Universidade Estadual de Feira de Santana








Projeto de Pesquisa
Formação do professor para formar leitores nas séries iniciais










Feira Ba
2004



Estudante: Cleide Alves Cardoso









Formação do professor para formar leitores nas séries iniciais













Feira – Ba
2004

______________________________________________________________________________

Resumo
Este trabalho situa-se numa linha de pesquisa recente no Brasil que contempla a busca de arcabouços teóricos para justificar o uso diário da literatura como forma de desenvolvimento humano e cultural na construção do sujeito criativo e critico.
Esta pesquisa nasceu de um texto desenvolvido junto à disciplina Didática da Comunicação e Expressão, sob a orientação da Profª. Drª. Marinalva, disciplina do 7º semestre, no curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual de Feira de Santana. Partindo deste texto apresentado na disciplina, fiz uma pesquisa bibliográfica a partir da análise de como está à formação dos professores na aquisição da leitura dos alunos das séries iniciais.
Esta pesquisa surgiu a partir de minha inquietação no que diz respeito à concepção que muitos professores desenvolvem quanto à pré-disposição que crianças ainda nas séries iniciais têm de se lançarem como leitores, tendo acesso a uma variedade de textos, respeitando a complexidade de cada etapa vivida por eles.
Assim, através dessa pesquisa, almejei mostrar a relevância da leitura ainda nos primeiros anos de escolarização e a grande importância do professor na formação desses alunos leitores, visando o desenvolvimento de sujeitos com visão critica que cotidianamente buscam conhecimento no ato de ler, viabilizando assim, suas relações diante do mundo que o cerca.


 ______________________________________________________________________________



Justificativa

É perceptível a necessidade de complementação e nivelamento dos conhecimentos dos estudantes. Com a crise educacional brasileira, os jovens e adultos que saem hoje das escolas, trazem cultura escolar incompleta, diferenciada e pobre. Conhecendo os alunos atualmente que entram para as universidades, verifica-se sua pouca ou quase nenhuma prática de leitura por vontade própria, não só em relação aos livros como também de outros meios informativos e criativos do saber. As facilidades de uma sociedade que atualmente tem seu ritmo acelerado, gerando a falta de tempo que gera a necessidade de construções mais otimizadas fazem com que os jovens percam a motivação de ler, fazendo dos jovens sujeitos desinformados e despreparados para compreender e interpretar a realidade profissional, grave também é a deficiência vocabular e conceitual que fazem dos jovens despreparados para qualquer processo avaliativo.
Consequentemente influenciará suas vidas, não permitindo muitas vezes compreender enunciados da realidade do seu dia-a-dia, pois existe a carência de leituras anteriores que servem de suporte ao entendimento das mesmas.
Nesse momento é que emergi a necessidade de se desenvolver o gosto pela leitura desde cedo, se possível ainda nas primeiras séries iniciais.
Durante muitos séculos, concebia-se a criança com um ser sem valor, não pensante, incapaz de refletir, de criar e agir em seu contexto social. Era visto como um adulto em miniatura e moldados pelos próprios adultos. Entretanto, com o passar dos séculos percebemos que essa teoria não era verdadeira e que no período infantil a criança está apta para aprender e essa aprendizagem é a base de todas suas construções futuras, assim a escola, os professores e a literatura precisam cumprir sua missão, mesmo sabendo que não é tarefa fácil.
Nesse contexto, essa pesquisa traz o professor como aquele que tem a grande e importante tarefa a desempenhar que é ajudar na formação de leitores, ainda nos primeiros anos de escolarização. O professor nessa fase é responsável desde a construção do caráter até a introdução inicial das letras e números.
No Brasil durante a década de oitenta, ficou constado o fracasso escolar em alfabetizar as crianças que a ela procurava, com isso, fez-se necessário repassar novas propostas para atender esse problema.
Leitura e compreensão da mesma também dependem da utilização de conhecimentos prévios adquiridos ao longo de sua vida e hoje se constata o quanto esses alunos lêem mal e não conseguem interpretar o mínimo dessas leituras, porém é lógico que o problema está na formação escolar que se oferece nos institutos educacionais.
A nova proposta pedagógica começa a sinalizar a necessidade das escolas propiciarem as crianças o contato com diferentes tipos de textos, instigando a uma leitura calcada na compreensão é garantir a formação de um leitor critico e criativo. Mesmo com a nova proposta visando à formação desse leitor critico e criativo, não conseguiremos alcançar tais objetivos sem primeiramente não pensarmos e revermos a formação do professor.
A princípio, o professor precisa gostar de ler, somente assim ele contribuirá para a formação de leitores, caso contrário, os momentos de leitura serão transformados em momentos insignificantes e extremamente chatos para as crianças. Conclui-se que, antes dele idealizar seus alunos leitores assíduos é extremamente necessário que ele se mostre um leitor, para oferecer um bom exemplo.
Para se formar leitor crítico e reflexível é necessário um envolvimento de vários segmentos da sociedade, porém é através do professor que o aluno recebe suas maiores contribuições, é ele o mediador direto o exemplo para o aluno. Ele deverá estar sintonizado com as transformações do momento presente para poder reorganizar seus conhecimentos. Também precisara compreender e perceber quais as condições que contribui para que seu aluno não tenha motivação para leitura, como exemplo: a fome, a falta de significado de leitura, a falta de convivência e acessos regulares ao cotidiano literário, etc.
Diante de tantos questionamentos expostos nessa pesquisa, ficou ratificado a grande e imprescindível necessidade do acesso as crianças na educação infantil a leitura de diversos tipos textos, respeitando a complexidade de cada etapa de suas vidas.
A leitura infantil é um instrumento prazeroso, eficaz e capaz de ensinar a criança a decodificar o texto, como também formar cidadão criativo e critico, podendo mudar o mundo à sua volta.


______________________________________________________________________________




Objetivos
Objetivo geral
•             Contribuir para a reflexão do processo de desenvolvimento da leitura ainda nas séries iniciais, por meio de estudos e da investigação da ação pedagógica do professor e das suas relações com a leitura.
Objetivo específico
•             Discutir a necessidade de uma reformulação pedagógica voltada para o incentivo do professor desenvolver o gosto e o prazer de ler como uma estratégia de aprendizagem, contribuindo para facilitar a sua relação e aceitação no incentivo a leitura.




 ______________________________________________________________________________



Fundamentação Teórica
Este trabalho desenvolve-se através da pesquisa bibliográfica, utilizando como suporte autores que pensaram e buscaram indicar caminhos para solução de uma temática tão discursiva e necessária de estudos como a introdução da leitura textual e literária para crianças ainda nas séries iniciais.
Alguns desses autores abordam a importância de trabalhar a literatura infantil na escola, visando despertar na criança o gosto e prazer pela leitura com intuito de formar leitores criativos e críticos, saindo da mera codificação de textos, capazes de compreendê-los, como também o mundo que o cercam.
Ter a leitura como ponto de partida para a construção do sujeito histórico e crítico, nascendo a partir dessa reflexão a possibilidade da construção das relações sociais estáveis do mundo que o cerca, nesse contexto, Demo (.....) trata a questão de possibilidades e direito como somente a educação de qualidade é capaz de promover o sujeito histórico, crítico e criativo.
Entendemos que a escola é necessária para cumprir seu desafio maior, que é o de forma leitores, mas cabe ao professor se munir de estratégias para a realização deste grande desafio, mas antes de tudo é necessário que ele goste de ler, só assim, estará contribuindo para a formação de leitores.
Foucambert (1993) define o bom leitor, afirmando que usa a escrita não para se destacar, mas sim para se defrontar com as dificuldades e superá-las, o bom leitor lê por necessidade.
A leitura leva o aluno a interpretar o mundo, pois não basta decodificar as representações indicadas por sinais e signos, o leitor deve portar-se diante do texto, transformando-o e transformando-se.
A leitura atua na formação da cidadania e no domínio e profundidade da leitura, auxiliam também na criação de indivíduos mais críticos e reflexivos socialmente. A criatividade e a imaginação também se desenvolvem pela leitura, idealiza-se o mundo ou se concebe através da interpretação da palavra (Lilerman, 1998).
Para Nádia M. B. Freire, a leitura está intimamente relacionada com o sucesso acadêmico do aluno e contrariamente a evasão escolar. Para escrever bem é preciso ler bastante e pensar com clareza. A atividade de leitura se faz presente em todos os níveis educacionais das sociedades letradas desde a educação infantil, quando há a necessidade do contato com os livros, textos e literaturas diversas.
A leitura, que perpassa todas as áreas de conhecimento é indispensável ao ensino de qualquer conteúdo, acaba sendo na visão de grande parte dos professores, de única responsabilidade do especialista de Português que, além de ensinar os alunos, precisa despertar o hábito e o gosto pela leitura, transformando-os em leitores para a vida toda.
Existem várias maneiras dos professores fazerem com que os alunos se interessem pelos livros de literatura, como exemplo: o uso interdisciplinar do livro de literatura, leitura coletiva, visitas a livraria etc. Mas permanecendo na rotina dos métodos antiquados (principalmente a cobrança da leitura obrigatória através de provas), conseguindo assim distanciá-los cada vez mas do gosto e prazer pela leitura. Sabe-se que alguns alunos são munidos desse gosto.
É quando Zilberman (1995) chama de “leitura emancipatória” aquela que utiliza as oportunidades ficcionais desencadeadas pela fantasia para conduzir a atenção da criança à discussão dos valores que a circundam e ao mesmo tempo assentada na realidade imediata percebida pelo leitor.
No que se refere à literatura os alunos precisam ter acesso a grande variedade de títulos e gêneros, para que possam conhecer e escolher as histórias de seu interesse. Porém, é utopia falar em leitura se nas escolas privilegiam-se os livros didáticos como fonte primeira para o ensino dos conteúdos (Souza, 1995).
Na construção da relação entre ensino e literatura é preciso estimular, no educando, o prazer de aprender, elemento fundamental no processo de aprendizagem. Se a leitura é vista no sentido amplo da aprendizagem, elas caminham juntas, a linguagem e a leitura.
É difícil para alguém que não tenha um prazeroso relacionamento com a leitura possa ajudar outras pessoas a gostarem de ler.
Na verdade, não é o hábito de leitura que estamos buscando, pois hábitos tendem a ser impostos e a imposição, na educação, caminha em geral para a rejeição. O que nos pretendemos é despertar ainda numa fase infantil o gosto pelas diversidades de leituras que permeiam nosso mundo. Se fossemos buscar uma pesquisa de campo, certamente iríamos concluir que é difícil estabelecer esse gosto a partir de uma idade mais madura, provavelmente a partir dos 15 anos, pois nessa fase os jovens têm tantos outros interesses que a tentativa de introduzir esse gosto ficaria como último plano. Dessa maneira Niskier explica:

“O ideal é que a criança, mesmo antes de ler, trave contato com os livros, manipule-os, aprecie as ilustrações, interprete o que está vendo à sua maneira. Isso é uma maneira inteligente de desperta-lhe o gosto, que depois se traduzirá pelas primeira e definitivas leituras. Pensar que isso possa acontecer em idade mais avançada apresenta pouca probabilidade de sucesso, embora casos se registrem”. (Niskier, 1999)
É interessante considerar o que diz Ezequiel Theodoro (1991, p. 82) a respeito dessa questão:
“a questão é saber se, no caso da leitura, os professores, eles próprios, servem de bons exemplos aos alunos-leitores, o que significa dizer se os professores são eles mesmos leitores. Tudo leva crer que o mundo da leitura dos docentes permanece nos limites daquilo que eles receberam na sua fase de profissionalização. Não devemos dizer que esta situação decorre do esquecimento do professor, melhor afirmar que a carência de atualização na área da leitura resulta das próprias condições enfrentada pelos professores no que tange à produção do ensino e ao pleno exercício do magistério. Sem condições salariais e de trabalho, sem infra-estrutura de apoio para o encaminhamento da leitura, sem tempo para ler etc., os professores são levados a executar apressadamente um mínimo de leitura e, dessa forma, não podem servir de modelos ou de exemplos aos seus alunos, nem fornecer o seu testemunho como leitores assíduos e maduros”.
Para este autor, pesquisas têm demonstrado que o domínio e a prática de processo de leitura são responsáveis e essenciais para o sucesso acadêmico de qualquer estudante. Para ele o que esta faltando de verdade para o desenvolvimento da leitura é começá-la desde as séries iniciais, dedicação de mais tempo a leitura e, além disso, os professores devem ser leitores e terem o gosto e o prazer pela leitura, pois o aluno percebe facilmente a importância e o valor que é atribuído pelo professor à mesma.
Ler para instrui-se, ler por prazer, ler para compreender as relações que se estabelecem na sociedade, como diz Paulo Freire, “a leitura da palavra precede a leitura do mundo”, pois a leitura deve possibilitar uma visão critica da realidade social e dos problemas ali existente para que o sujeito-leitor possa se construir compreendendo o motivo das coisas como resultado de uma prática historicamente construída.


 ______________________________________________________________________________


Metodologia
As atividades do Projeto serão desenvolvidas num período mínimo de 02 meses, com duração de 04 horas/aulas semanais de acordo com a aceitação e progressos alcançados na unidade escolar onde for implantada. Para tal, se propõe inicialmente uma reunião com a direção, coordenação e professores do estabelecimento de ensino para divulgar e discutir meios para a execução dos trabalhos.
Assim, serão realizados, de acordo com horários pré-estabelecidos nessas reuniões, oficinas de leitura, análise e produção textual e oficinas de teatro utilizando os seguintes procedimentos:
•             audição de canções de MPB para sensibilização e debate;
•             palestras abordando a importância do ato de ler;
•             leituras de textos da Literatura Brasileira (contos, poemas, crônicas, romances e literatura de cordel, etc.);
•             vídeo, biblioteca;
•             jornais, revistas;
•             internet;
•             teatro, cinema;
•             feira de livros;
•             desenvolvimento de trabalhos individuais e em grupos com os professores para desenvolvimento de temas de reflexão metalingüística, lingüística textual, bem como, utilização das artes cênicas;
•             produção de textos de diferentes tipologias.

Considerações finais
Este trabalho foi relevante, pois dentro do contexto que cada um está inserido, percebemos que existe uma divisão clara em duas etapas em relação à leitura. Primeiro, as crianças devem, através do método silábico dominar os mecanismos básicos da leitura para somente após isso, começarem realmente a ter contatos com livros e outros suportes de leitura além das cartilhas.
Parece que nos primeiros anos de escolarização, somente a primeira etapa da silabação é cumprida. Não parece haver, por parte dos professores, a compreensão de que os dois processos podem ser desenvolvidos conjuntamente e, ao mesmo tempo em que a criança aprenda a ler pode, também ter contato com diferentes suportes de textos.
A criança aprende a gostar de ler porque estas são bastante freqüentes e aprende, com certeza, a apreciar a leitura desde que esta esteja presente no cotidiano pedagógico das classes que freqüentam.
Sem a participação ativa do aprendiz nas situações em torno do conhecimento, criadas pelo professor em sala de aula, não há aprendizagem. É, portanto, na relação com a leitura, em sala de aula, que o aluno se constitui sujeito. É no processo de interação com a leitura que a criança teve no início da educação infantil, se prolonga e se fortalece na escola fundamental, especialmente no momento em que ocorre o desenvolvimento do pensamento categorial (Wallon, 1949/1995).
Este estudo ressaltou a importância do professor conhecer melhor o aluno, as aprendizagens que ele já construiu sua maneira de pensar, suas necessidades e interesses reais, para colocá-lo como sujeito ativo de sua aprendizagem. Conhecendo como as crianças sentem e pensam sobre a escola e o processo de ensino, sabemos que, quando são ouvidas e atendidas, podem sentir-se capazes, aptas, para aprender e participar como agentes transformadores da realidade.
O professor possui um Plano de Ensino a ser seguido, mas ao mesmo tempo, ele tem a sua frente seres singulares, com particularidades únicas, singulares, que também precisam estar sendo observadas e desenvolvidas, já que a escola deve preocupar-se com a inteireza de formação dos sujeitos. “Por isso, o professor precisa estar sintonizado com as transformações do momento presente e reorganizar seu próprio conhecimento ou consciência de mundo...”.
Portanto, ao pensarmos em escola e literatura infantil, percebemos quantos foram e continuam sendo os pecados cometidos. Embora tenham sido os próprios pedagogos os responsáveis pelos primeiros escritos literários, eles não se preocuparam em despertar o interesse das crianças pelo gosto da leitura, muito menos, preocuparam-se em estimular o desejo criativo e ficcional das crianças para com a literatura.
Hoje, almeja-se a fruição dos indivíduos na hora da leitura, e “a criança é vista como um ser em formação, cujo potencial deve-se desenvolver em liberdade, mas orientado no sentido de alcançar total plenitude em sua formação.” Isso decorre porque já se possui um maior conhecimento da importância que a leitura exerce no desenvolvimento do intelecto. É imprescindível que a literatura infantil envolva as crianças com prazer, que as faça refletir com criticidade o mundo que as rodeia.
Entretanto, para que isso realmente possa ser alcançado, é fundamental que se escolha bons textos, que devem despertar a imaginação da criança e boas obras literárias. Estas deverão ir ao encontro do desenvolvimento individual dos seres num contexto fruitivo, para que cada vez mais as singularidades dos seres possam se evidenciar e auxiliar os mesmos, num maior desenvolvimento da sua autonomia, buscando a inteireza do seu desenvolvimento.

Referencias bibliográficas
Zilberman, Regina. A literatura infantil na escola, 3ª edição. São Paulo, Global, 1995.
Silva, Ezequiel Theodoro da. O ato de ler – Fundamentos psicológico para uma pedagogia da leitura. São Paulo, Cortez editora: autores associados, 1987.
Lende, Miriam. Tema Teórico dos alfabetizados. São Paulo, editora Ática, 1990.
ROGO, Lúcia Browne. Aprendendo a ler. Uma conquista da criança ou resultado de treinamento? In Seminário de aprendizagem da língua materna. Uma abordagem interdisciplinar. Brasília, 1984.
CAGNETI, Sueli de Souza. Livro que te quero livre. Rio de Janeiro: Ática, 1986.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. 1ª ed. São Paulo: Moderna, 2000.
ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. São Paulo: Global, 1985
CHARLOT, Bernard. In: ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. São Paulo: Global, 1985, p. 20.
ZOTZ, Werner. In: CAGNETI, Sueli de Souza. Livro que te quero livre. Rio de Janeiro: Ática, 1986, p. 22.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. 1ª ed. São Paulo: Mode
LANDSMANN, L.T. Aprendizagem da linguagem escrita. Processos evolutivos e implicações didáticas. São Paulo: Ática, 1998.
TEBEROSKY, A. Aprendendo a escrever: perspectivas psicológicas e implicações educacionais. São Paulo: Ática, 1994.
WALLON, H. (1949). As origens do caráter na criança. São Paulo: Nova Alexandria, 1995.
KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor. Aspectos cognitivos da leitura. Campinas: Pontes, 1995.
Oficina de leitura. Teoria e prática. Campinas: Pontes, 1995.
LEFFA, Vilson J. Aspectos da leitura. Uma perspectiva psicolingüística. Porto Alegre: Sagra-Luzzatto 1996.
SILVA, Ezequiel Theodoro. De olhos abertos. Reflexões sobre o desenvolvimento da leitura no Brasil. São Paulo: Ática, 1991.Leitura e realidade brasileira. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1986.
    


______________________________________________________________________________
  

Formação do professor para formar leitores nas séries iniciais
Autora: Cleide Alves Cardoso

Justificativa
É perceptível a necessidade de complementação e nivelamento dos conhecimentos dos estudantes. Com a crise educacional brasileira, os jovens e adultos que saem das escolas hoje, trazem cultura incompleta. Conhecendo os alunos que atualmente entram para as universidades, verifica-se pouca ou quase nenhuma prática de leitura por vontade própria, como também por outros meios informativos e criativos do saber.
Consequentemente influenciará suas vidas, não permitindo muitas vezes compreender enunciados da realidade do seu dia-a-dia, pois há carência de leituras anteriores que serviria de suporte ao entendimento dos mesmos.
Justificando, portanto o uso da leitura ainda nas séries iniciais como instrumento prazeroso, eficaz e capaz de ensinar a criança a decodificar o texto, como também formar cidadão crítico, capaz de transformar o mundo à sua volta.
Objetivo geral
Contribuir para a reflexão do processo de desenvolvimento da leitura ainda nas séries iniciais, por meio de estudos e da investigação da ação pedagógica do professor e das suas relações com a leitura.
Objetivo específico
Discutir a necessidade de uma reformulação pedagógica voltada para o incentivo do professor desenvolver o  gosto e o prazer de ler como uma estratégia de aprendizagem, contribuindo para facilitar a sua relação e aceitação no incentivo a leitura.
Metodologia
As atividades do Projeto serão desenvolvidas num período mínimo de 02 meses, com duração de 04 horas/aulas semanais de acordo com a aceitação e progressos alcançados na unidade escolar onde for implantada. Para tal, se propõe inicialmente uma reunião com a direção, coordenação e professores do estabelecimento de ensino para divulgar e discutir meios para a execução dos trabalhos.
Assim, serão realizados, de acordo com horários pré-estabelecidos nessas reuniões, oficinas de leitura, análise e produção textual e oficinas de teatro.
Considerações finais
Este trabalho teve sua relevância, pois dentro do contexto que cada um está inserido, percebi que existe uma divisão clara em duas etapas em relação à leitura. Primeiro, as crianças devem através do método silábico, dominar os mecanismos básicos da leitura para somente após isso, começarem realmente a ter contatos com livros e outros suportes de leitura.
Parece que nos primeiros anos de escolarização, somente a primeira etapa da silabação é cumprida. Não havendo por parte dos professores, a compreensão de que os dois processos podem ser desenvolvidos conjuntamente e, ao mesmo tempo em que a criança aprende a ler pode também ter contato com diferentes suportes de textos.
Referencias Bibliográfica:
Desenvolve-se através de leituras bibliográficas como: Regina ZILBERMAN, (1995),
Lúcia Browne REGO, (1984), Ezequiel Theodoro da Silva, (1987), Nelly Novaes COELHO, (2000), Jason Prado,(1999), WALLON, H. (1949) e outros.



 ______________________________________________________________________________





Universidade Estadual de Feira de Santana








Projeto de Pesquisa
Formação do professor para formar leitores nas séries iniciais














Feira Ba
2004

______________________________________________________________________________





Estudante: Cleide Alves Cardoso









Formação do professor para formar leitores nas séries iniciais













Feira – Ba
2004
______________________________________________________________________________





Resumo
Este trabalho situa-se numa linha de pesquisa recente no Brasil que contempla a busca de arcabouços teóricos para justificar o uso diário da literatura como forma de desenvolvimento humano e cultural na construção do sujeito criativo e critico.
Esta pesquisa nasceu de um texto desenvolvido junto à disciplina Didática da Comunicação e Expressão, sob a orientação da Profª. Drª. Marinalva, disciplina do 7º semestre, no curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual de Feira de Santana. Partindo deste texto apresentado na disciplina, fiz uma pesquisa bibliográfica a partir da análise de como está à formação dos professores na aquisição da leitura dos alunos das séries iniciais.
Esta pesquisa surgiu a partir de minha inquietação no que diz respeito à concepção que muitos professores desenvolvem quanto à pré-disposição que crianças ainda nas séries iniciais têm de se lançarem como leitores, tendo acesso a uma variedade de textos, respeitando a complexidade de cada etapa vivida por eles.
Assim, através dessa pesquisa, almejei mostrar a relevância da leitura ainda nos primeiros anos de escolarização e a grande importância do professor na formação desses alunos leitores, visando o desenvolvimento de sujeitos com visão critica que cotidianamente buscam conhecimento no ato de ler, viabilizando assim, suas relações diante do mundo que o cerca.

Justificativa
É perceptível a necessidade de complementação e nivelamento dos conhecimentos dos estudantes. Com a crise educacional brasileira, os jovens e adultos que saem hoje das escolas, trazem cultura escolar incompleta, diferenciada e pobre. Conhecendo os alunos atualmente que entram para as universidades, verifica-se sua pouca ou quase nenhuma prática de leitura por vontade própria, não só em relação aos livros como também de outros meios informativos e criativos do saber. As facilidades de uma sociedade que atualmente tem seu ritmo acelerado, gerando a falta de tempo que gera a necessidade de construções mais otimizadas fazem com que os jovens percam a motivação de ler, fazendo dos jovens sujeitos desinformados e despreparados para compreender e interpretar a realidade profissional, grave também é a deficiência vocabular e conceitual que fazem dos jovens despreparados para qualquer processo avaliativo.
Consequentemente influenciará suas vidas, não permitindo muitas vezes compreender enunciados da realidade do seu dia-a-dia, pois existe a carência de leituras anteriores que servem de suporte ao entendimento das mesmas.
Nesse momento é que emergi a necessidade de se desenvolver o gosto pela leitura desde cedo, se possível ainda nas primeiras séries iniciais.
Durante muitos séculos, concebia-se a criança com um ser sem valor, não pensante, incapaz de refletir, de criar e agir em seu contexto social. Era visto como um adulto em miniatura e moldados pelos próprios adultos. Entretanto, com o passar dos séculos percebemos que essa teoria não era verdadeira e que no período infantil a criança está apta para aprender e essa aprendizagem é a base de todas suas construções futuras, assim a escola, os professores e a literatura precisam cumprir sua missão, mesmo sabendo que não é tarefa fácil.
Nesse contexto, essa pesquisa traz o professor como aquele que tem a grande e importante tarefa a desempenhar que é ajudar na formação de leitores, ainda nos primeiros anos de escolarização. O professor nessa fase é responsável desde a construção do caráter até a introdução inicial das letras e números.
No Brasil durante a década de oitenta, ficou constado o fracasso escolar em alfabetizar as crianças que a ela procurava, com isso, fez-se necessário repassar novas propostas para atender esse problema.
Leitura e compreensão da mesma também dependem da utilização de conhecimentos prévios adquiridos ao longo de sua vida e hoje se constata o quanto esses alunos lêem mal e não conseguem interpretar o mínimo dessas leituras, porém é lógico que o problema está na formação escolar que se oferece nos institutos educacionais.
A nova proposta pedagógica começa a sinalizar a necessidade das escolas propiciarem as crianças o contato com diferentes tipos de textos, instigando a uma leitura calcada na compreensão é garantir a formação de um leitor critico e criativo. Mesmo com a nova proposta visando à formação desse leitor critico e criativo, não conseguiremos alcançar tais objetivos sem primeiramente não pensarmos e revermos a formação do professor.
A princípio, o professor precisa gostar de ler, somente assim ele contribuirá para a formação de leitores, caso contrário, os momentos de leitura serão transformados em momentos insignificantes e extremamente chatos para as crianças. Conclui-se que, antes dele idealizar seus alunos leitores assíduos é extremamente necessário que ele se mostre um leitor, para oferecer um bom exemplo.
Para se formar leitor crítico e reflexível é necessário um envolvimento de vários segmentos da sociedade, porém é através do professor que o aluno recebe suas maiores contribuições, é ele o mediador direto o exemplo para o aluno. Ele deverá estar sintonizado com as transformações do momento presente para poder reorganizar seus conhecimentos. Também precisara compreender e perceber quais as condições que contribui para que seu aluno não tenha motivação para leitura, como exemplo: a fome, a falta de significado de leitura, a falta de convivência e acessos regulares ao cotidiano literário, etc.
Diante de tantos questionamentos expostos nessa pesquisa, ficou ratificado a grande e imprescindível necessidade do acesso as crianças na educação infantil a leitura de diversos tipos textos, respeitando a complexidade de cada etapa de suas vidas.
A leitura infantil é um instrumento prazeroso, eficaz e capaz de ensinar a criança a decodificar o texto, como também formar cidadão criativo e critico, podendo mudar o mundo à sua volta.

Objetivos
Objetivo geral
•             Contribuir para a reflexão do processo de desenvolvimento da leitura ainda nas séries iniciais, por meio de estudos e da investigação da ação pedagógica do professor e das suas relações com a leitura.
Objetivo específico
•             Discutir a necessidade de uma reformulação pedagógica voltada para o incentivo do professor desenvolver o gosto e o prazer de ler como uma estratégia de aprendizagem, contribuindo para facilitar a sua relação e aceitação no incentivo a leitura.

Fundamentação Teórica
Este trabalho desenvolve-se através da pesquisa bibliográfica, utilizando como suporte autores que pensaram e buscaram indicar caminhos para solução de uma temática tão discursiva e necessária de estudos como a introdução da leitura textual e literária para crianças ainda nas séries iniciais.
Alguns desses autores abordam a importância de trabalhar a literatura infantil na escola, visando despertar na criança o gosto e prazer pela leitura com intuito de formar leitores criativos e críticos, saindo da mera codificação de textos, capazes de compreendê-los, como também o mundo que o cercam.
Ter a leitura como ponto de partida para a construção do sujeito histórico e crítico, nascendo a partir dessa reflexão a possibilidade da construção das relações sociais estáveis do mundo que o cerca, nesse contexto, Demo (.....) trata a questão de possibilidades e direito como somente a educação de qualidade é capaz de promover o sujeito histórico, crítico e criativo.
Entendemos que a escola é necessária para cumprir seu desafio maior, que é o de forma leitores, mas cabe ao professor se munir de estratégias para a realização deste grande desafio, mas antes de tudo é necessário que ele goste de ler, só assim, estará contribuindo para a formação de leitores.
Foucambert (1993) define o bom leitor, afirmando que usa a escrita não para se destacar, mas sim para se defrontar com as dificuldades e superá-las, o bom leitor lê por necessidade.
A leitura leva o aluno a interpretar o mundo, pois não basta decodificar as representações indicadas por sinais e signos, o leitor deve portar-se diante do texto, transformando-o e transformando-se.
A leitura atua na formação da cidadania e no domínio e profundidade da leitura, auxiliam também na criação de indivíduos mais críticos e reflexivos socialmente. A criatividade e a imaginação também se desenvolvem pela leitura, idealiza-se o mundo ou se concebe através da interpretação da palavra (Lilerman, 1998).
Para Nádia M. B. Freire, a leitura está intimamente relacionada com o sucesso acadêmico do aluno e contrariamente a evasão escolar. Para escrever bem é preciso ler bastante e pensar com clareza. A atividade de leitura se faz presente em todos os níveis educacionais das sociedades letradas desde a educação infantil, quando há a necessidade do contato com os livros, textos e literaturas diversas.
A leitura, que perpassa todas as áreas de conhecimento é indispensável ao ensino de qualquer conteúdo, acaba sendo na visão de grande parte dos professores, de única responsabilidade do especialista de Português que, além de ensinar os alunos, precisa despertar o hábito e o gosto pela leitura, transformando-os em leitores para a vida toda.
Existem várias maneiras dos professores fazerem com que os alunos se interessem pelos livros de literatura, como exemplo: o uso interdisciplinar do livro de literatura, leitura coletiva, visitas a livraria etc. Mas permanecendo na rotina dos métodos antiquados (principalmente a cobrança da leitura obrigatória através de provas), conseguindo assim distanciá-los cada vez mas do gosto e prazer pela leitura. Sabe-se que alguns alunos são munidos desse gosto.
É quando Zilberman (1995) chama de “leitura emancipatória” aquela que utiliza as oportunidades ficcionais desencadeadas pela fantasia para conduzir a atenção da criança à discussão dos valores que a circundam e ao mesmo tempo assentada na realidade imediata percebida pelo leitor.
No que se refere à literatura os alunos precisam ter acesso a grande variedade de títulos e gêneros, para que possam conhecer e escolher as histórias de seu interesse. Porém, é utopia falar em leitura se nas escolas privilegiam-se os livros didáticos como fonte primeira para o ensino dos conteúdos (Souza, 1995).
Na construção da relação entre ensino e literatura é preciso estimular, no educando, o prazer de aprender, elemento fundamental no processo de aprendizagem. Se a leitura é vista no sentido amplo da aprendizagem, elas caminham juntas, a linguagem e a leitura.
É difícil para alguém que não tenha um prazeroso relacionamento com a leitura possa ajudar outras pessoas a gostarem de ler.
Na verdade, não é o hábito de leitura que estamos buscando, pois hábitos tendem a ser impostos e a imposição, na educação, caminha em geral para a rejeição. O que nos pretendemos é despertar ainda numa fase infantil o gosto pelas diversidades de leituras que permeiam nosso mundo. Se fossemos buscar uma pesquisa de campo, certamente iríamos concluir que é difícil estabelecer esse gosto a partir de uma idade mais madura, provavelmente a partir dos 15 anos, pois nessa fase os jovens têm tantos outros interesses que a tentativa de introduzir esse gosto ficaria como último plano. Dessa maneira Niskier explica:
“O ideal é que a criança, mesmo antes de ler, trave contato com os livros, manipule-os, aprecie as ilustrações, interprete o que está vendo à sua maneira. Isso é uma maneira inteligente de desperta-lhe o gosto, que depois se traduzirá pelas primeira e definitivas leituras. Pensar que isso possa acontecer em idade mais avançada apresenta pouca probabilidade de sucesso, embora casos se registrem”. (Niskier, 1999)
É interessante considerar o que diz Ezequiel Theodoro (1991, p. 82) a respeito dessa questão:
“a questão é saber se, no caso da leitura, os professores, eles próprios, servem de bons exemplos aos alunos-leitores, o que significa dizer se os professores são eles mesmos leitores. Tudo leva crer que o mundo da leitura dos docentes permanece nos limites daquilo que eles receberam na sua fase de profissionalização. Não devemos dizer que esta situação decorre do esquecimento do professor, melhor afirmar que a carência de atualização na área da leitura resulta das próprias condições enfrentada pelos professores no que tange à produção do ensino e ao pleno exercício do magistério. Sem condições salariais e de trabalho, sem infra-estrutura de apoio para o encaminhamento da leitura, sem tempo para ler etc., os professores são levados a executar apressadamente um mínimo de leitura e, dessa forma, não podem servir de modelos ou de exemplos aos seus alunos, nem fornecer o seu testemunho como leitores assíduos e maduros”.
Para este autor, pesquisas têm demonstrado que o domínio e a prática de processo de leitura são responsáveis e essenciais para o sucesso acadêmico de qualquer estudante. Para ele o que esta faltando de verdade para o desenvolvimento da leitura é começá-la desde as séries iniciais, dedicação de mais tempo a leitura e, além disso, os professores devem ser leitores e terem o gosto e o prazer pela leitura, pois o aluno percebe facilmente a importância e o valor que é atribuído pelo professor à mesma.
Ler para instrui-se, ler por prazer, ler para compreender as relações que se estabelecem na sociedade, como diz Paulo Freire, “a leitura da palavra precede a leitura do mundo”, pois a leitura deve possibilitar uma visão critica da realidade social e dos problemas ali existente para que o sujeito-leitor possa se construir compreendendo o motivo das coisas como resultado de uma prática historicamente construída.


Metodologia
As atividades do Projeto serão desenvolvidas num período mínimo de 02 meses, com duração de 04 horas/aulas semanais de acordo com a aceitação e progressos alcançados na unidade escolar onde for implantada. Para tal, se propõe inicialmente uma reunião com a direção, coordenação e professores do estabelecimento de ensino para divulgar e discutir meios para a execução dos trabalhos.
Assim, serão realizados, de acordo com horários pré-estabelecidos nessas reuniões, oficinas de leitura, análise e produção textual e oficinas de teatro utilizando os seguintes procedimentos:
•             audição de canções de MPB para sensibilização e debate;
•             palestras abordando a importância do ato de ler;
•             leituras de textos da Literatura Brasileira (contos, poemas, crônicas, romances e literatura de cordel, etc.);
•             vídeo, biblioteca;
•             jornais, revistas;
•             internet;
•             teatro, cinema;
•             feira de livros;
•             desenvolvimento de trabalhos individuais e em grupos com os professores para desenvolvimento de temas de reflexão metalingüística, lingüística textual, bem como, utilização das artes cênicas;
•             produção de textos de diferentes tipologias.

Considerações finais
Este trabalho foi relevante, pois dentro do contexto que cada um está inserido, percebemos que existe uma divisão clara em duas etapas em relação à leitura. Primeiro, as crianças devem, através do método silábico dominar os mecanismos básicos da leitura para somente após isso, começarem realmente a ter contatos com livros e outros suportes de leitura além das cartilhas.
Parece que nos primeiros anos de escolarização, somente a primeira etapa da silabação é cumprida. Não parece haver, por parte dos professores, a compreensão de que os dois processos podem ser desenvolvidos conjuntamente e, ao mesmo tempo em que a criança aprenda a ler pode, também ter contato com diferentes suportes de textos.
A criança aprende a gostar de ler porque estas são bastante freqüentes e aprende, com certeza, a apreciar a leitura desde que esta esteja presente no cotidiano pedagógico das classes que freqüentam.
Sem a participação ativa do aprendiz nas situações em torno do conhecimento, criadas pelo professor em sala de aula, não há aprendizagem. É, portanto, na relação com a leitura, em sala de aula, que o aluno se constitui sujeito. É no processo de interação com a leitura que a criança teve no início da educação infantil, se prolonga e se fortalece na escola fundamental, especialmente no momento em que ocorre o desenvolvimento do pensamento categorial (Wallon, 1949/1995).
Este estudo ressaltou a importância do professor conhecer melhor o aluno, as aprendizagens que ele já construiu sua maneira de pensar, suas necessidades e interesses reais, para colocá-lo como sujeito ativo de sua aprendizagem. Conhecendo como as crianças sentem e pensam sobre a escola e o processo de ensino, sabemos que, quando são ouvidas e atendidas, podem sentir-se capazes, aptas, para aprender e participar como agentes transformadores da realidade.
O professor possui um Plano de Ensino a ser seguido, mas ao mesmo tempo, ele tem a sua frente seres singulares, com particularidades únicas, singulares, que também precisam estar sendo observadas e desenvolvidas, já que a escola deve preocupar-se com a inteireza de formação dos sujeitos. “Por isso, o professor precisa estar sintonizado com as transformações do momento presente e reorganizar seu próprio conhecimento ou consciência de mundo...”.
Portanto, ao pensarmos em escola e literatura infantil, percebemos quantos foram e continuam sendo os pecados cometidos. Embora tenham sido os próprios pedagogos os responsáveis pelos primeiros escritos literários, eles não se preocuparam em despertar o interesse das crianças pelo gosto da leitura, muito menos, preocuparam-se em estimular o desejo criativo e ficcional das crianças para com a literatura.
Hoje, almeja-se a fruição dos indivíduos na hora da leitura, e “a criança é vista como um ser em formação, cujo potencial deve-se desenvolver em liberdade, mas orientado no sentido de alcançar total plenitude em sua formação.” Isso decorre porque já se possui um maior conhecimento da importância que a leitura exerce no desenvolvimento do intelecto. É imprescindível que a literatura infantil envolva as crianças com prazer, que as faça refletir com criticidade o mundo que as rodeia.
Entretanto, para que isso realmente possa ser alcançado, é fundamental que se escolha bons textos, que devem despertar a imaginação da criança e boas obras literárias. Estas deverão ir ao encontro do desenvolvimento individual dos seres num contexto fruitivo, para que cada vez mais as singularidades dos seres possam se evidenciar e auxiliar os mesmos, num maior desenvolvimento da sua autonomia, buscando a inteireza do seu desenvolvimento.

 ______________________________________________________________________________


Referencias bibliográficas
Zilberman, Regina. A literatura infantil na escola, 3ª edição. São Paulo, Global, 1995.
Silva, Ezequiel Theodoro da. O ato de ler – Fundamentos psicológico para uma pedagogia da leitura. São Paulo, Cortez editora: autores associados, 1987.
Lende, Miriam. Tema Teórico dos alfabetizados. São Paulo, editora Ática, 1990.
ROGO, Lúcia Browne. Aprendendo a ler. Uma conquista da criança ou resultado de treinamento? In Seminário de aprendizagem da língua materna. Uma abordagem interdisciplinar. Brasília, 1984.
CAGNETI, Sueli de Souza. Livro que te quero livre. Rio de Janeiro: Ática, 1986.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. 1ª ed. São Paulo: Moderna, 2000.
ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. São Paulo: Global, 1985
CHARLOT, Bernard. In: ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. São Paulo: Global, 1985, p. 20.




ZOTZ, Werner. In: CAGNETI, Sueli de Souza. Livro que te quero livre. Rio de Janeiro: Ática, 1986, p. 22.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. 1ª ed. São Paulo: Mode
LANDSMANN, L.T. Aprendizagem da linguagem escrita. Processos evolutivos e implicações didáticas. São Paulo: Ática, 1998.
TEBEROSKY, A. Aprendendo a escrever: perspectivas psicológicas e implicações educacionais. São Paulo: Ática, 1994.
WALLON, H. (1949). As origens do caráter na criança. São Paulo: Nova Alexandria, 1995.
KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor. Aspectos cognitivos da leitura. Campinas: Pontes, 1995.
Oficina de leitura. Teoria e prática. Campinas: Pontes, 1995.
LEFFA, Vilson J. Aspectos da leitura. Uma perspectiva psicolingüística. Porto Alegre: Sagra-Luzzatto 1996.
SILVA, Ezequiel Theodoro. De olhos abertos. Reflexões sobre o desenvolvimento da leitura no Brasil. São Paulo: Ática, 1991.Leitura e realidade brasileira. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1986.
    
______________________________________________________________________________



Formação do professor para formar leitores nas séries iniciais
Autoras: Cleide Alves Cardoso

Justificativa
É perceptível a necessidade de complementação e nivelamento dos conhecimentos dos estudantes. Com a crise educacional brasileira, os jovens e adultos que saem das escolas hoje, trazem cultura incompleta. Conhecendo os alunos que atualmente entram para as universidades, verifica-se pouca ou quase nenhuma prática de leitura por vontade própria, como também por outros meios informativos e criativos do saber.
Consequentemente influenciará suas vidas, não permitindo muitas vezes compreender enunciados da realidade do seu dia-a-dia, pois há carência de leituras anteriores que serviria de suporte ao entendimento dos mesmos.
Justificando, portanto o uso da leitura ainda nas séries iniciais como instrumento prazeroso, eficaz e capaz de ensinar a criança a decodificar o texto, como também formar cidadão crítico, capaz de transformar o mundo à sua volta.
Objetivo geral
Contribuir para a reflexão do processo de desenvolvimento da leitura ainda nas séries iniciais, por meio de estudos e da investigação da ação pedagógica do professor e das suas relações com a leitura.
Objetivo específico
Discutir a necessidade de uma reformulação pedagógica voltada para o incentivo do professor desenvolver o  gosto e o prazer de ler como uma estratégia de aprendizagem, contribuindo para facilitar a sua relação e aceitação no incentivo a leitura.
Metodologia
As atividades do Projeto serão desenvolvidas num período mínimo de 02 meses, com duração de 04 horas/aulas semanais de acordo com a aceitação e progressos alcançados na unidade escolar onde for implantada. Para tal, se propõe inicialmente uma reunião com a direção, coordenação e professores do estabelecimento de ensino para divulgar e discutir meios para a execução dos trabalhos.
Assim, serão realizados, de acordo com horários pré-estabelecidos nessas reuniões, oficinas de leitura, análise e produção textual e oficinas de teatro.
Considerações finais
Este trabalho teve sua relevância, pois dentro do contexto que cada um está inserido, percebi que existe uma divisão clara em duas etapas em relação à leitura. Primeiro, as crianças devem através do método silábico, dominar os mecanismos básicos da leitura para somente após isso, começarem realmente a ter contatos com livros e outros suportes de leitura.
Parece que nos primeiros anos de escolarização, somente a primeira etapa da silabação é cumprida. Não havendo por parte dos professores, a compreensão de que os dois processos podem ser desenvolvidos conjuntamente e, ao mesmo tempo em que a criança aprende a ler pode também ter contato com diferentes suportes de textos.
Referencias Bibliográfica:
Desenvolve-se através de leituras bibliográficas como: Regina ZILBERMAN, (1995),
Lúcia Browne REGO, (1984), Ezequiel Theodoro da Silva, (1987), Nelly Novaes COELHO, (2000), Jason Prado,(1999), WALLON, H. (1949) e outros.






Universidade Estadual de Feira de Santana
Departamento de Educação
Disciplina: Filosofia II
Curso: Licenciatura em Pedagogia
Docente: Maria Helena da Rocha Benosik
Discente: Cleide Alves Cardoso


Avaliação de Filosofia II

1) – Augusto Comte nasceu em 1798 na França e morreu em 1857.
Publicou vários livros e deu conferencias públicas, bem como conferências a cientistas que não lhe renderam dinheiro, mas que tinha como objetivo tornar conhecida a sua filosofia e arrebanhar-lhe adeptos.
Comte viveu na França no momento pós-revolucionária, quando a burguesia havia acendido ao poder. Na primeira metade do século. XIX, a luta pela manutenção do poder, por parte da burguesia, e pela sua tomada, por parte de uma crescente classe de trabalhadores, devido a este acontecimento, Comte toma partido da parte mais conservada da burguesia, não só para manter o poder, mas criar condições de fortalecer este poder, impedindo toda a forma democratizante ou revolucionária. Portanto sua proposta teria como objetivo sustentar essa ideologia. Ele pensou em criar uma nova religião.
O pensamento positivo existe em vários ramos do conhecimento e que no momento ele acha esta trazendo, para o último ramo do conhecimento que é a sociologia e é fruto de uma longa história do desenvolvimento do pensamento que ele considera uma lei necessária de transformação do espírito humano que Comte chamava de lei dos três estados, caracterizado em cada um por aspectos diferentes até atingir seu último momento, o estado positivo.
Caracteriza-se a lei dos três estados:
Teológico – explicado pelo mito, sem o conhecimento cientifico. A natureza é analisada como elemento sobrenatural.
Metafísico – transição do estado teológico para o estado positivo.
Positivo – é uma ruptura com a religião, nada mais se explica pelo mito, só analisa o observável, análise imediato dos fatos, trabalha-se nesse caso a sociologia como uma ciência física e não um fato social.
Para Comte a história é linear, evolutiva e sem transformações. A história vai evoluindo até chegar ao estado de harmonia, porém dentro desta sua teoria o positivismo não dar conta de explicar as desigualdades sociais, mas ele não quer explicar, pois achar normal essas desigualdades, sendo que cada um deveria se conformar com sua condição e viver harmonicamente com todas as classes.

2) – Madau Sarup afirma que a escola é realizada em circunstâncias alienantes, tornando-se um processo de desumanização. Onde os valores morais, culturas, e humanos são deixados de lado e precisam formar os alunos para atender a demanda do mercado de trabalho, para tanto sua clientela vive um constante desafio da competição, sempre querendo prova que é o melhor. Assim como na fábrica seu produto legal lhe é negado e ele tem que vender para quem paga mais ou quando não tem de produzir, sem ter acesso a essa produção, pois realizou algo sem o prazer final do trabalho.
Seu produto se torna mercadoria, (conhecimento), reduzindo ao nível de seu objeto a ser comprado e vendido no mercado de trabalho como qualquer outra mercadoria.
Os alunos podem ser caracterizados ao mesmo tempo como trabalhadores e como mercadorias em produção, ele tem seu potencial de trabalho, mas troca seu produto por objetos (pontos, notas, certificados e etc.) são comparados ao salário. Os alunos também têm a necessidade de objetos para realizar seus poderes, mas não o adquirir, pois não tem acesso do currículo nem aos programas do seu curso.
O professor também é trabalhador e os seus alunos são os produtos de seu trabalho e assim com os alunos ele também é relacionado aos modos de produção capitalista.

3 – Essa sociedade atribui uma grande ênfase ao papel das elites intelectuais na transformação da sociedade e desprivilegiam o papel dos trabalhadores.
Marx afirma que a “compreensão da sociedade devia basear-se nas relações econômicas, mas não deveria se esgotar ai: a compreensão real da sociedade implicava, também, o entendimento das suas relações históricas, políticas e ideológicas”.
Assim, para Marx, a base da sociedade, está no trabalho é do trabalho que o homem se faz e constroe a sociedade, porém o homem não tem acesso ao resultado do seu trabalho que é o produto final, tornando-se um homem alienado.

4 – Quando a sociedade capitalista começou a emergir em meio a algumas lutas de classe, lá no século XIX e atingiu os meios de produção, com ele também floresceu a alienação, que a partir do momento que o homem participava da criação de uma única etapa de um determinado produto, (produção em série – fordismo), caracterizado por movimentos repetitivos e quando o produto de sua obra estava pronto lhe era negado esta “obra”. O homem é um ser social, pois vive em sociedade e tudo que tem a sua volta é natural, é natureza, mas quando ele passou a criar coisas para satisfazer suas necessidades de conforto, alguns homens tiveram acesso a esse processo de construção, mas ao final lhe é negado o direito de participar desta satisfação.

5 – O 1º conto mim reportou para a chegada dos portugueses ao nosso território. Um país colonizado e explorado por tantos estrangeiros. Nossa cultura, nossa gente, nossos costumes, um pouquinho de cada coisa. Depois de alguns séculos houve uma importação de indústrias e modas de várias partes do mundo, criaram-se também as multinacionais, tomaram conta do mercado brasileiro, mas uma vez o capital estrangeiro se instalou legalmente no Brasil. No nosso país devido a tantas influencias, temos a visão simplista e inconsciente que tudo que vem de fora é bom e dar status, é o país da importação. E a globalização mundial e a globalização dos meios de comunicação, estão ai para tipificar e reforçar esta alienação, que não é mais de negação, mas do uso indiscriminado de produtos, sem fazer nenhum tipo de reflexão. E se você não pode comprar, você copia, faz um produto igual àquele que no mercado dito “original”, porém com um preço mais acessível para as classes menos favorecida, nesse momento todos se sentem “chick” e importantes, pois se sentem iguais a todos aos outros que podem comprar.

5.1 – Este conto traz explicitamente as formas mais alienantes de ostentação e futilidade, das cópias perfeitas para manter ou dar status daqueles que não pode comprar.
Vive-se no país que dinamicamente a cada segundo as novidades culturais ou mercantis do mundo entram sem pedir licença. Se você não tem e nem pode comprar o original é só ir a qualquer loja de similar e pode sair de lá se sentindo tão “importante” quanto àquele que tem acesso, por ter dinheiro, de compra. Nesse momento configura-se a ostentação alienante do poder. “Eu posso ser igual a ele”, certamente é assim que se sente uma pessoa que não tem poder aquisitivo, mas pode andar na moda, usando etiquetas similares as mais vendidas as classes alta e tem em sua casa ou em qualquer outro meio social a que pertença, objetos que segundo eles dar status, porém cópias. Vive-se no mundo das cópias, não que seja de todo ruim, mas depende muito da maneira ou objetivo que se deseje e use essas cópias.

6 – A Teoria Crítica, não se propõe a substituir o materialismo histórico e sim complementar em algumas lacunas que o mesmo não conseguiu dar conta.
Também não pretende criar uma teoria educacional especifica, pretende-se sim, que a partir das análises sociais, principalmente dos problemas culturais, trazer novas concepções dialéticas da educação que vem sendo construída por alguns pensadores desde Marx.
A formação cultural foi deixada de lado, é visto desde há algum tempo como algo sem importância, mas ela ainda existe, e para os Frankfurtianos, só a cultura poderá humanizar e emancipar a humanidade. A educação escolar tem um importante papel nesse processo e desafio, porém o resgate da formação cultural ultrapassa as muralhas das instituições escolares.
É idealizado, pela Teoria Crítica, que é preciso no resgate das dores que a bábarie provocou e ainda provoca a idéia de uma sociedade sem status e sem exploração.
Essa consciência acontecerá quando a sociedade conseguir refletir criticamente, emergindo com isso a sua emancipação, que também é adquirido através do conhecimento e esclarecimento humano e a escola mais uma vez poderá ajudar nesse processo, mas para tanto ela precisará fazer uma reforma em seus currículos e programas para poder atender esta necessidade de humanização que acontece quase que sempre, uma etapa depois que o ser humano se torna esclarecido. E a concepção dialética da educação subsidiada pela Teoria Crítica tem um papel relevante nesse processo.

7 – Este poema enfatiza bem a situação de uma sociedade sem esclarecimento. Uma sociedade alienada pelos meios de comunicação, onde o consumo está presente. Uma sociedade que não reflete, que não pensa, não critica, sociedade dos rótulos, que cada um vale o que tem.
Com certeza nesta sociedade a educação foi um mero instrumento de reprodução. Não cumpriu seu papel real que é o de esclarecer seus integrantes. Não os levou a refletir, a se emanciparem como um ser de conhecimento e como ser humano na sua plenitude. Tornou-se um ser alienado pela sua própria condição. Condição de consumidor capitalista numa sociedade capitalista.

8 – Esta disciplina é você. Você é a própria filosofia, com algumas contradições, portanto buscando na dialética da razão caminhos para resoluções dos impasses – nesse caminho você encontrou a emancipação.
Não posso falar de filosofia sem falar da professora, mestra, doutora e amiga Maria Helena da Rocha Benosik, você é o meu Tecendo Leitura. Hoje leio, (ainda pouco), para satisfazer as minhas necessidades, para adquirir conhecimento, corro atrás do que quero, mim inquieto, mim desequilibro, mas a equilibração sempre acontece, tudo isso agradeço a você que para mim em particular é um exemplo de educadora, e dentro dos muros imaginários desta Universidade existem poucos educadores com capacidade semelhante, a mediocridade não te alcançou.
Você pediu para falar da contribuição da disciplina para mim, mas você é a própria disciplina, você fala de filosofia com paixão, consegue até sonhar filosofando, como poderei eu uma simples mortal desvincular Malena desse momento tão importante.
No meu caminho na busca do esclarecimento, você é meu ponto de referencia, é o meu norte.
Você é a própria filosofia e consegue mim transportar para o mundo das idéias, concretizando no mundo real.
Continue assim!!
Você é D+


Universidade Estadual de Feira de Santana
Departamento de Educação
Disciplina: Filosofia II
Curso: Licenciatura em Pedagogia
Docente: Maria Helena da Rocha Benosik
Discente: Cleide Alves Cardoso



Machado de Assis. O Alienista e outras histórias. Rio de Janeiro. Ed. Tecnoprint S. A. 1882.


Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro e apesar de ser de família pobre, mantinha estreitas relações com gente da sociedade, devido a essa aproximação, é que machado de Assis teve acesso a um círculo social e uma educação permeada de cultura e conhecimentos.
E em o Alienista, Machado de Assis consegue pontua como um grande conhecedor, ciência, comportamentos éticos sociais, submissão e a relação de poder que permeia as relações sociais.
Este conto revela o comportamento humano e profissional de um médico chamado Simão Bacamarte, que representa uma ciência fria, imparcial, fechada, desprovida de qualquer sentimento, analisa o fato pelo fato sem levar em consideração nenhum fenômeno externo.
No decorrer da história, Machado de Assis brinca com os personagens de forma tão intensa que cheguei a mim reportar ao cenário onde acontece a história, uma cidade carioca, que realmente existe, e ele descreve tão detalhadamente que se pode até acreditar numa real situação em Itaguaí.
Itaguaí abriga uma população que vive um grande dilema, estão divididos entre a consciência do que se acha certo que é a proteção das pessoas ditas normais e a ciência do Simão Bacamarte, pois além da perspectiva de futuro promissor, ainda pode-se tirar vantagens política, comercial e religiosa da aparição dessa figura tão fria e inteligente que é o Dr. Bacamarte.
Ele acredita na união puramente comercial e biológica, para justificar, ele escolhe para casar uma mulher viúva que não é bonita, mas tem um bom estômago, pulso firme e boa parideira, porém o autor revela um equívoco da ciência, pois a esposa de Bacamarte não lhe dar descendência.
No decorrer da história são revelados personagens egoísta e mesquinho de alguns membros daquela comunidade, pessoas interesseiras que buscam levar proveitos em tudo. Mas, a figura central desse conto que não é comédia nem drama é o Dr. Simão Bacamarte, que consegue com sua perfeita retórica e ciência, que lhe atribui muito respeito, sair das maiores complicações que surgem, sem precisar empunhar uma única arma nem levantar a voz.
Machado, acho, quis revelar o respeito pela ciência, sem correlacionar com a ciência do Alienista, pois ele ao final faz com que toda sua teoria caia por terra.
Após o médico descobrir que sua esposa não poderá dar-lhe descendente, ele se dedica totalmente ao estudo da mente, e para isso ele necessitou construir uma casa onde pudesse abrigar pessoas que para ele tinha problemas relacionados com o cérebro para que pudesse estudá-los. A casa levou o nome de Casa Verde e teve ainda o total apoio inicialmente da população e da câmara.
O Dr. Bacamarte aprisiona nela os loucos mansos, os furiosos e até as pessoas ditas normais, nem sua mulher, nem o padre e o presidente da Câmara escaparam do seu estudo, foram também encarcerados.
Aos poucos vamos desconfiando da sanidade mental do Alienista, em quem a cidade a princípio acredita e o têm como um celebre cientista. Em oposição tem sua mulher que o ama, o admira pela sua inteligência, mas que aceita sem reclamar muito de sua indiferença e autoridade. Temos o farmacêutico que o bajula muito, mas aproveita do Doutor para obter vantagens. Um desfile de figuras, ricos, pobres, pródigos, ingratos que vão surgindo no desenrolar da trama.
É um conto surpreendente, porque cada ação dos personagens revela a condição cientifica e fria do Alienista e também revela o poder da ciência, pois ele a usa como forma de dominação, porém ao contrário do que se imagina ele mostra-se desprovido de qualquer interesse material, principalmente financeiro na sua pesquisa.
Por fim o Alienista confirma nossas suspeitas e se tranca na Casa verde, dizendo-se louco e tenta ele mesmo encontrar sua cura.






UNIVERSIDADE ESTADUAL DA BAHIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO

   

Orientadora: Virginia Mota

Alunas:  Cleide Alves Cardoso




LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES DOS PROFESSORES E PROFESSORAS  DO COLÉGIO JOÃO DURVAL CARNEIRO - 2007

 

I . DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

1. Nome __________________________________________________________________
2. Idade __________                                     3. Sexo: (        ) Masculino     (       ) Feminino
4. Estado civil ________________
5. Tem filhos? (       ) sim       (       ) não                                           Quantos __________
6. Instituição em que seus filhos estudam?    (       ) Particular     (        ) Pública
7. Você trabalha em outra instituição? (       ) sim    (       ) não       Qual? (        ) Particular
(        ) Pública

 



II – FORMAÇÃO

1. Qual sua formação?          (       ) Ensino médio   (       ) Graduação       (       ) Mestrado
(        ) Doutorado
2. Que série você ensina? ____________________________________________________
3. O que pensa sobre a profissão docente?   ______________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. Você já se sentiu insatisfeito ou insatisfeita com sua própria prática como professor?
__________________________________________________________________________
5. O que fez para melhorar?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
 

III - TEMÁTICA
1. A partir da compreensão de que o currículo representa a síntese dos conhecimentos e valores que caracterizam o trabalho pedagógico, aponte qual a sua importância no contexto social em que está inserido o Colégio João Durval Carneiro? __________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Partindo do pressuposto de que a identidade é aquilo que somos. Quais identidades os educandos do 3º ano do ensino médio têm assumido em seu contexto escolar?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. O currículo escolar que norteia as ações de ensino-aprendizagem do 3º ano do ensino médio consegue dar conta da diversidade cultural existente dentro da instituição? Justifique.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. O currículo organiza também o conjunto de disciplinas de uma instituição escolar. Em sua opinião, há a necessidade de acrescentar ou extinguir alguma disciplina do currículo do ensino médio desta instituição? Por quê? __________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. Como proposto para o Ensino Médio tem contribuído para a formação de sujeitos partícipes na sociedade na qual está inserido? De que maneira?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6. A proposta curricular do Ensino médio tem contribuído para a formação de sujeitos com a finalidade de assumir quais funções sociais?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Obrigado por responder!







UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA















RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO


  








Feira – 2004






Universidade Estadual de Feira de Santana
Departamento de Educação
Disciplina: Didática da matemática
Docente: Sônia Marlene
Discente: Cleide Alves Cardoso
Assunto: Observação




RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO



Essa observação se realizou em cinco visitas, em uma determinada Escola particular do Conjunto Feira X, na 4ª série, turma 01, na cidade de Feira de Santana, e teve como referencial teórico os Problemas mais freqüentes de ensinar matemática. O objetivo foi identificar as dificuldades de ensinar e as possibilidades de compreensão e envolvimento dos alunos nas aulas de matemática. Ainda, objetivei perceber até que ponto as novas respostas metodológicas estão de fato se difundindo na sala de aula de matemática. Essa observação tem o propósito de adquirir crédito para a disciplina Didática da Matemática, ministrada pela professora Sônia Marlene do 7º semestre do curso de pedagogia.
Fiz 5 observações em uma escola particular, pelo fato de conhecer a Diretora e saber que ela está tentando buscar formas mais acessíveis e útil de preparar sua clientela para uma aprendizagem mais significativa.
A turma é de 4ª série, composta de 23 alunos e alunas, com professora formada pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) em Licenciatura de Matemática. A sala não é ampla, porém arejada o que favorece a concentração dos alunos e alunas da referida escola.
A escola tem uma postura epistemológica tradicional, com algumas estradas construtivistas, pois tanto direção quanto a coordenação estão buscando formas e/ou meios de tornar a aprendizagem mais prazerosa, significativa e com uma função social no que diz respeito ao ensino de matemática.
No dia 29 de abril a professora iniciou a aula com seu roteiro normal (chamada, etc.), conversou um pouco e começou o assunto pedindo para que eles pegassem o livro didático. O conteúdo era expressão numérica. Ela adotou nesse momento uma postura tradicional, explorando o assunto com o uso da matemática pura (cálculo no quadro). Os alunos parecem ter bastantes conhecimentos prévios, pois eles facilmente assimilaram o assunto. Tiveram algumas questões a respeito dos resultados, mas a professora sempre retomava e fazia uma nova explicação, (usava novos exemplos) Ao final da aula passou 8 questões do assunto em pauta para casa. Os dias que se seguiram 11 e 18/05, que também estive em sala observando, ela deu continuidade ao mesmo conteúdo, Expressão numérica, porém de forma um pouco mais complexa, pois agora além da soma, ela trabalha a subtração e a multiplicação, mas os alunos não mostraram muitas dificuldades na resolução das expressões propostas pela professora.
efere que eles construam os resultados.
Nas poucas vezes que estive presente na turma, percebi que a professora tem uma postura “tradicional” pelo menos em um enfoque epistemológico, porém conseguir enxergar, por ser professora formada da UEFS, ela tem uma didática muito pertinente para expor os conteúdos.
Ela usou poucas estratégias, mas no seu diálogo com os alunos e alunas ela com certeza tinha objetivos dentro dos conteúdos previamente estabelecidos e dentro dos conteúdos propostos ela conseguiu ver seus objetivos alcançados que foi resolver “expressões numéricas”, pois seus objetivos Tiveram alguns alunos que inicialmente não conseguiram compreender qual o sinal resolvia ou eliminava primeiro os colchetes ou as chaves. Mas, ela sempre retornava e explicava. Esta dificuldade gradativamente foi sendo superada, mas no meio de 23 alunos e alunas a aprendizagem jamais seria homogênea. Um ou outro aluno, quando a expressão era colocada com um pouco mais de dificuldade, se queixava de qual número deveria ser resolvido primeiro. No final da aula do dia 18/05 ela conseguiu uma estratégia para mostrar a eles a eliminação hierárquica dos sinais, colchetes e parênteses. Pegou algumas fichas feitas de cartolina com sinais e símbolos (colchetes e parênteses) colocou-os no quadro com fita colante e à medida que explicava, as colocava numa caixa, (quando usou as fichas, não usou os números, o exemplo ela colocou do lado com giz). Parece que a partir daí a classe assimilou melhor. Não sei se todos assimilaram no mesmo nível, mas ela tentou dar uma atenção às dificuldades individuais de todos, inclusive ela disse-me que respeita individualmente o ritmo de cada aluno e aluna. A aula transcorreu tranquilamente, pois ela parecia ter muito domínio de turma e do assunto.
A professora os deixava livres para usar recursos eletrônicos, o uso dos dedos era visto como mais um recurso nas resoluções de problemas e até mesmo o uso da tabuada. Só salientava que no dia da prova eles não usariam nem tabuada e nem a calculadora.
Na aula do dia 24/05 ela fez uma verificação que ela chamava de “teste”. Colocou-os enfileirados, pediu que não olhassem para os lados, e que não poderiam fazer uso da tabuada nem da calculadora, ninguém insistiu.
Muitos utilizaram às duas horas aulas para resolver questões, porém, o resultado segundo a professora, parecia satisfatório. Conversei um pouco com ela e perguntei que, quando trabalhava com resoluções de problemas, como eles eram elaborados, ela respondeu que era da forma tradicional, geralmente seguia como modelo os exemplos do livro. Nesse momento percebi que a nova forma de elaborar problemas que é problematizando-os e trabalhando com temas reais para dar sentido aquilo que eles estão respondendo, parece ser desconhecido ou irrelevante por esta professora.
Na ultima aula dia 26/05 ela estava trabalhando com conta de multiplicar.
Alguns recursos utilizados durante as aulas:
·         Liberou o uso de recursos, salientando sempre a proibição do uso no dia da prova;
·         Freqüente uso dos dedos;
·         Faz traços no quadro para multiplicar números;
·         Não utiliza cartazes;
·         Construiu tabuada com a participação da turma;
·         Na conta de multiplicar utiliza a soma.
Exemplo: 3X4 = 4+4+4 = 12. Desta forma a turma parecia dominar melhor a multiplicação.
Ela não da ênfase a cálculos mentais, prnortearam suas ações. Apesar desta professora não ter demonstrado compreensão e domínio na construção lógico matemático que segundo Piaget, a construção lógica matemática é feita de uma construção interna que se faz a partir da coordenação das ações do sujeito sobre os objetos, não podendo, portanto, ser transmitido e sim mediado pelo professor ela na sua transmissão conseguiu alcançar seus objetivos.
Na tentativa de esclarecer como as crianças abstraem o conceito numérico, Piaget traz que essa idéia é uma construção realizada de dentro para fora, isto é uma relação que a criança cria entre os objetos por abstração concreta.
Nesta perspectiva a criança precisa vivenciar concretamente até construir esquemas mentais que lhe possibilitem operar abstratamente quando preciso for e no desenvolvimento de estratégias nas resoluções de problemas.
Ela não mostrou está nesse nível de mediadora, mas só em deixá-los utilizarem os recursos concretos, já demonstra um avanço de que na matemática ela não da ênfase apenas a memorização.
Observei que ela não trabalhou com a matemática da vida, a necessária para resoluções do dia-a-dia. Dentro do conteúdo exposto em aulas, não conseguir perceber nenhuma função social, pois ela trabalhou somente a construção das resoluções da expressão numérica sem fazer uso de relacioná-lo de forma útil, sendo provavelmente se ela oferecesse aos alunos a função social dos seus conteúdos, com certeza ela conseguiria com menos dificuldades, caminhar para problemas mais complexos. Os modernos estudos de Metodologia do Ensino da Matemática nos apontam o trabalho com uma matemática vivencial, partindo de situações problemas do cotidiano do aluno. Com base em tais estudos, a Matemática deve oportunizar ao aluno atividades práticas como jogos variados, a partir de materiais concretos para que assim o mesmo possa agilizar o desenvolvimento do cálculo mental ao aluno, deve-se oferecer condições favoráveis que o leve a criar estratégias de resolução em atividades matemáticas, onde deverá mostrar como pensou para chegar aos resultados.
Hoje a ciência sinaliza aos professores que trabalhem com a Matemática da vida, mas os professores ainda trabalham com a mera transmissão e repetição como metodologia, (como demonstra a professora observada). Como conseqüência, as crianças aprendem embora seus conhecimentos não sejam suficientes para compreenderem o que fazem. Exemplo: o que é na verdade pedir emprestado na subtração, como se diferencia os inteiros, quais os diversos aspectos do zero em nosso sistema de numeração decimal. Enfim, o que se aprende não garante a compreensão das razões que fundamentam tais mecanismos. As crianças desde cedo criam estratégias para resolver seus problemas, até mesmo os mais complexos, mas o que se prioriza hoje é a compreensão dessa sua ação. Portanto, precisa-se desenvolver nessas crianças o direito de poder pensar, poder agir para com isso poder resolver.
Observei durante as aulas que apesar da professora se disponibilizar com grande empenho para que os alunos aprendam as três operações dentro de um contexto de expressão com chaves e colchetes ela ainda não despertou para o real sucesso de uma aprendizagem significativa e provavelmente ela esta construindo mentalmente muitas vezes sem condições de desenvolver problemas lógicos matemáticos complexos ainda. Fica explícito para mim que esta professora tem uma metodologia pertinente, mas tudo é feito de forma ingênua, pois acredito que ela percebe o caminho, porém não tem um quadro teórico consistente para colocar suas expectativas em prática, para que possa assim responder algumas das muitas interrogações do estudo da Matemática.
Pude perceber, apesar da situação restrita, pois em 05 0bservações não mim ofereceu subsídios suficientes para diagnosticar esta professora, mas observando suas aulas, percebi que provavelmente ela ainda não tem conhecimento das etapas de construção do conhecimento matemático pelos qual a criança passa. E mesmo na tentativa de trabalhar numa postura menos tradicional, ela se depara com situação de não saber como trabalhar com novas metodologias, pautadas em desvendar a capacidade de raciocínio, onde a criança seja preparada para ser capaz de pensar, agir e resolver problemas com competências e habilidades.
Entendo depois de tudo o que exposto nessa observação, que não basta querer fundamentar sua mediação docente dentro dessa ou daquela metodologia ou mesmo estar sempre aplicando as inovações do mercado pedagógico. Primeiramente faz-se necessário que a escola se defina quanto a sua postura epistemológica, pois é a partir deste momento é que a escola mostra sua cara e pode definir com mais clareza e segurança quais as estratégias são mais adequadas para alcançar os objetivos previamente estabelecidos. E finalmente, trabalhar a formatividade da educação, pois ela oferece condições aos professores acompanhar todo o processo de desenvolvimento da criança. E é através da formação continuada dos docentes e o desenvolvimento do hábito da leitura é que se pode não só utilizar novas metodologias, como também compreendê-las na sua real aplicação.






Referencias bibliográficas




BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais – Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1997.

ZUNINO, Delia Lerner de. A matemática na escola: aqui e agora. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

KAMIL, Constance. A criança e o número: implicações educacionais da teoria de Piaget para a atuação junto a escola. Campinas: Papirus, 1996.




ANEXO




















UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO












































FEIRA – BA
2004


Universidade Estadual de Feira de Santana
Departamento de Educação
Disciplina: Estágio Supervisionado Didática da Educação
Discente: Cleide Alves Cardoso



















RELATÓRIO DE ESTÁGIO























Feira – Ba
2004
Sumário


Apresentação...................................................................................................................
04
Introdução........................................................................................................................
06
Desenvolvimento das Atividades....................................................................................
08
Plano da Oficina...............................................................................................................
08
Diagnóstico......................................................................................................................
11
Gráfico I – Gosta de ler? ...................................................................................................
11
Gráfico II - Ler e compreende os assuntos trabalhados durante as aulas?........................
11
Gráfico III – Qual a matéria que mais gosta? ..................................................................
12
Gráfico IV – Costuma fazer leitura didática extra-classe? ............................................
12
Gráfico V – Quais os livros que você já leu? ..................................................................
12
Gráfico VI – Em média quantos livros você já leu? .........................................................
13
Gráfico VII – Que leituras podemos fazer na sociedade? ...............................................
13
Gráfico VIII – Costuma aceitar como verdade tudo que ler ou ouve na mídia? ..............
13
Gráfico X – Respondendo sim, qual o tipo de leitura que eles fazem? ............................
14
Gráfico XI – Qual a contribuição do Projeto Tecendo Leitura na sua vida acadêmica? ..
14
Gráfico XII – Gostaria de participar de outros projetos com objetivos semelhantes? ....
15
Gráfico XIII – Considera-se agora um leitor? ................................................................
15
Gráfico XIV – Qual o programa de televisão que mais gosta? .......................................
15
Gráfico XV – Avalie o Projeto. .......................................................................................
16
Participação nas Reuniões...............................................................................................
17
Prática na sala de aula com a Turma 3º I.........................................................................
18
Prática na sala de aula – Turma 1º I...............................................................................
21
Roteiro das Oficinas........................................................................................................
24
Tecendo Leitura – 1º Encontro................................................................................
24
Tecendo Leitura – 2º Encontro................................................................................
25
Tecendo Leitura – 3º Encontro................................................................................
26
Tecendo Leitura – 4º Encontro................................................................................
27
Conclusão.........................................................................................................................
28
Anexo..............................................................................................................................
30
Tarefa Proposta................................................................................................................
31
Informações Técnicas.......................................................................................................
32
Fotos................................................................................................................................
33



Apresentação


A linguagem escrita estabeleceu, sem dúvida, um marco histórico no processo da comunicação humana. Foi o signo impresso que nos permitiu avançar para além do uso da memória como forma de conservação do conhecimento produzido.
Nesse sentido, destaco a relevante importância, como prática social e cultural, da leitura. Mas, será que sabemos fazer uma leitura e contextualizá-la? Por que a comunidade dita alfabetizada tem um notável desinteresse pela leitura?
Meu estágio foi desenvolvido como integrante do Projeto Tecendo Leitura, um Projeto do Núcleo de Leitura Multimeios, em parceria com a DIREC, sendo um dos requisitos para o Estágio Supervisionado Didática da Educação, tendo como docente a Professora Ana Cristina, tendo como objetivos, sensibilizar alunos de algumas escolas públicas, aleatoriamente selecionadas, para a importância da leitura e também como também a tentativa de ampliar suas concepções de leitura. Tivemos como público alvo, alunos e alunas do Ensino Médio e Ensino Fundamental, dos turnos, matutino e vespertino, das Escolas: Estadual de Feira de Santana, Escola General Osório, Escola Maria Quitéria e Escola Primitiva de Azevedo em Riachão do Jacuipe.
Optei pela Escola Estadual de Feira de Santana, nos turnos matutino e vespertino, sendo que ao final completaria a carga horária 40hs, atribuindo 20hs para o estágio da disciplina Estágio Supervisionado em Didática e 20hs serão redirecionadas como Atividade Complementar, atendendo as expectativas do curso Licenciatura em Pedagogia. Foram a mim confiadas as turmas, 3º ano I e 1º ano I.
O 3º ano I tem uma turma composta de 43 alunos e alunas, mas a média de freqüentadores são 25 alunos(as) e o 1º ano I não ficou precisado certamente, mas os que freqüentam chegam próximo de 30 alunos(as). Durante minha efetiva participação no referido estágio, procurei proporcionar as alunas e alunos do Colégio Estadual de Feira de Santana, momentos de reflexões acerca da importância dos diversos tipos de leituras para formação acadêmica e formação humana, levando-os a acreditar na real possibilidade de desenvolvimento do sujeito crítico e criativo a partir da relação que cada um mantém com os escritos. Ainda, pretendi observar como a leitura focaliza-se como prática diária e saudável para eles.
Muito se tem discutido sobre a importância da leitura nas escolas. Porém percebe-se que inúmeras dificuldades têm sido encontradas, no âmbito escolar, para a efetivação de práticas de leitura que possibilitem a formação de alunos críticos e criativos. Vive-se em uma sociedade que pouco se valoriza e se desenvolve a práticas de leitura. O mundo do trabalho e outras formas de lazer são buscados, em nossa região, como forma de ocupação das pessoas, não se atribuindo o valor e a importância que a leitura deveria ter como possibilidade de conhecimento, entretenimento, criatividade e prazer. Em função disso, minha participação nessa Oficina de leitura, visou levar até estes alunos a alunas a compreensão de que ler é um “hábito” saudável, prazeroso e de muitas possibilidades para o ser humano.
A importância dada à leitura e a sua necessidade têm-se tornado consenso na sociedade. É inegável o papel relevante que o ato de ler assume no mundo contemporâneo. Porém, para muitos, isso não se efetiva na prática. Os cidadãos, em sua grande maioria, lêem muito pouco. Os alunos, segundo os próprios professores, não lêem. Restam alguns questionamentos: A quem caberia a responsabilidade, no âmbito escolar, na formação de um aluno-leitor? Por que ele não se torna um leitor? E os professores são de fato leitores? A prática da leitura e a formação do leitor são tarefas que, mesmo que não exclusivas, são de responsabilidade da escola e conseqüentemente do professor, ou seja, faz-se necessário desenvolvê-las ao longo da escolarização dos alunos. Sabemos que a escola é um recorte da vida em sociedade que se organiza de modos próprios os seus saberes, suas regras, sua linguagem, seus costumes, suas metas e seus comportamentos e cabe a ela desenvolver determinados tipos de comportamentos na sua clientela. Porém, parece que há alguns problemas que impedem que isso aconteça.
Observando e participando de alguns momentos do cotidiano escolar desses alunos e alunas, percebi que apesar da falta de suporte acadêmico para que eles desenvolvam a prática de leitura, muitos desses alunos tem hábito de ler, embora muito restrito. Eles lêem um pouco de tudo, desde giby até mesmo romances de autores consagrados da literatura brasileira. São leituras feitas muitas vezes por curiosidades ou até mesmo, segundo eles, por ociosidade, não tendo nenhum objetivo na prática da mesma, apesar de muitos, ao contrário, afastam-se pouco a pouco do contato permanente com os livros. Realizam-no como uma obrigação escolar, a duras penas. Lêem estritamente o necessário e, quando muito, se for cobrado algum tipo de avaliação escolar. A esses alunos mim dediquei um pouco mais, mesmo dentro de um tempo tão limitado, tentei trazê-los para mais próximo do contato com as dinâmicas, embora saibamos que o tempo é muito curto para que pudesse desenvolver nesses alunos(as) um comportamento de leitor.
Conseguir desenvolver durante os encontros, algumas discussões relevantes, utilizando os diversos tipos de leituras que permeiam nossas vidas. Atribuir a devida importância a cada leitura feita na nossa sociedade, e percebi que só através da criticidade é que poderemos ler nas entrelinhas das coisas que nos são oferecidas ou impostas durante nossas vidas.
Portanto, alguns aspectos devem ser considerados no que se refere a pouca importância que se tem atribuído à leitura na escola como prática efetiva do cotidiano dos alunos: um desses exemplos são as práticas inadequadas de ensino de português, fruto de concepções erradas sobre a natureza do texto e da leitura e, por extensão da linguagem, tem trazido conseqüências nefastas ao desenvolvimento de uma proposta de leitura; a carência de material escrito (livro, jornais, revistas, etc.) que permitam ao aluno entrar em contato com o mundo da escrita e, além disso, a precária formação de um bom número de professores que, mesmo não sendo leitores, tem que ensinar a ler e a gostar de ler, ficando quase que inviável colocar em prática esse processo de desenvolvimento no gosto e prazer de ler. Pois, sabemos que através da leitura o individuo adquire conhecimento, ele se reconhece e se faz conhecer. Ele se transforma e é capaz de promover mudanças nas regras impostas pela sociedade. Ler é uma prática necessária para o desenvolvimento de um indivíduo mais participativo, consciente e capaz de agir e interagir qualitativamente no mundo.



Introdução


O Projeto Tecendo Leitura que serviu de suporte para efetivar a minha prática docente na Disciplina Estágio Supervisionado em Didática da Educação para o Estágio na mesma disciplina, foi fruto de alguns profissionais frente a uma questão muito séria, que envolve valores, comportamentos, trabalho, segurança, justiça, etc., Hoje os jovens saem das escolas e entram para as universidades enfrentam um problema sério, pois não desenvolveu o hábito de leitura e se deparam com uma necessidade - nesse caso acadêmica - de leitura e sentem dificuldades em acompanhar determinadas disciplinas.
É perceptível a necessidade de complementação e nivelamento dos conhecimentos dos estudantes. Com a crise educacional brasileira, os jovens e adultos que saem hoje das escolas, trazem cultura escolar incompleta, diferenciada e pobre. Conhecendo os alunos atualmente que entram para as universidades, verifica-se sua pouca ou quase nenhuma prática de leitura por vontade própria, não só em relação aos livros como também de outros meios informativos e criativos do saber. As facilidades de uma sociedade que atualmente tem seu ritmo acelerado, gerando a falta de tempo que gera a necessidade de construções mais otimizadas, fazem com que os jovens percam a motivação de ler, tornando-os sujeitos desinformados e despreparados para compreender e interpretar a realidade profissional.
Grave também é a deficiência vocabular e conceitual que fazem dos jovens despreparados para qualquer processo avaliativo. Consequentemente influenciará suas vidas, não permitindo muitas vezes compreender enunciados da realidade do seu dia-a-dia, pois existe a carência de leituras anteriores que servem de suporte ao entendimento das mesmas.
Nesse momento é que emergi a necessidade de se desenvolver o gosto pela leitura, e cabe a escola, juntamente com os professores, procurar maneiras de despertar o gosto e prazer pela leitura. Esse é o objetivo desse Projeto, levar a leitura para dentro da sala de aula, mas não qualquer leitura, a leitura com prazer, de mundo, de homem, uma leitura crítica e reflexiva, sem nenhum cunho avaliativo, trabalhando, e interagindo com os alunos e alunas, um mundo mágico que é o mundo de quem ler e compreende.
Configura-se com isso o grande desafio da educação. A formação desses alunos leitores, que tenham uma visão crítica, reflexiva, sensível e competente que se constrói num constante processo, e este processo está ligada intrinsecamente à formação da consciência moral e autônoma do indivíduo cidadão, portanto, a leitura ainda é um dos caminhos na busca desse tipo de cidadão: o que pensa conscientemente, o que constrói com bases sólidas, este é o cidadão que ler.
Contudo, formar cidadãos leitores nos tempos atuais não é tão fácil, pois os jovens têm tantas outras necessidades urgentes que este mundo globalizado oferece sem precisar sair de casa. Acredito que tal procedimento deveria ter sido desenvolvido ainda nas primeiras séries, lá no começo da escolarização infantil, mas, geralmente os responsáveis pela formação acadêmica da classe discente não realiza esta etapa tão importante da aprendizagem. Contudo precisa-se desenvolver ou despertar agora o gosto e o prazer de ler e essa ação nesse momento implicam numa série de conhecimentos, representações, capacidades e competências por parte dos educandos.
Frente a todos esses questionamentos, tentei, apesar de ser em pouco tempo, introduzir algumas leituras e semear as primeiras palavras dentro de um universo de leituras que cada um pode e deve fazer.
Tais questões mim levou a pensar sobre a forma de se tomar decisões frente à complexidade do contexto atual que se refere tanto à sociedade quanta a educação. A sociedade espera que as escolas formem sujeitos críticos e criativos, com atos inovadores e capazes de se adaptarem e transformarem a sociedade onde estão inseridos. E como esses agentes que vivem nessa constante dialética se transformam para atender a expectativa dessa sociedade?
De acordo ao exposto, acredito na viabilidade de desse Projeto de leitura, que traz a árdua missão de trazer esses jovens para perto da leitura, fazendo-os entender que podemos ler com prazer, ler para conhecer. E, apesar de algumas dificuldades, consegui viabilizar alguns momentos de discussão, levando-os a pensar a refletir sobre os diversos tipos de leituras que deveriam fazer parte de nosso cotidiano.
A Leitura foi nosso eixo norteador, pois não estava sozinha, esse Projeto é composto de várias outras células e estamos tentando levar até algumas escolas um pouco do prazer e recompensas que a leitura como desencadeadora na construção do indivíduo crítico e reflexivo pode proporcionar.
Durante o período que estive como ministrante dessa Oficina no Colégio Estadual de Feira de Santana, ainda com uma participação também na Escola Maria Quitéria, (Escola B), onde a classe discente mostrou-se completamente contrária ao acolhimento e participação apresentada pela Escola A. Ainda, saliento que a direção da Escola (B) se comportou como se não tivesse noção da seriedade desse Projeto de Leitura, pois presenciei um grande descaso e desrespeito pelos monitores, no que diz respeito á horário para entrar na sala e a autonomia que precisava ter perante a turma, sem a intervenção a todo o momento dos professores, e pior a diretora pedir para terminar o encontro, sem um consenso prévio com a professora ministrante da Oficina, porque segunda ela, os alunos na sexta saem às 11hs e simplesmente chegou até a janela e ela mesma liberou os alunos. Pelo observado na Escola B, acredito que um Projeto como este para ser aplicado na referida escola, precisaria de mais tempo, de um prévio contato com direção e coordenação para explicar os objetivos do Projeto, como também uma reformulação nas dinâmicas a ser aplicadas em particular aquele público alvo.
Na Escola A, apesar do acolhimento e participação, no segundo encontro, aconteceram algumas evasões na turma matutina, mas a situação foi sanada com uma observação que a direção da Escola colocou na lista de presença, onde estava escrito que a participação deles seria computada presença para a disciplina de português. No encontro seguinte a turma estava lá, inicialmente à observação pareceu uma imposição e não gostei dessa atitude, pois acho que a imposição não desenvolve atitudes, criando bloqueios, por esse motivo não utilizo a referência “hábito de leitura”, pois o hábito emergi da imposição e o caminho não é bem por ai, mas por outro lado, sabemos que apesar de não ser culpa deles, pois as escolas não oferecem condições de gerar interesse e vontade própria de muitos estarem participando ativamente nas aulas, foi bom, devido poder contar no III Encontro com a presença dos assíduos à escola para que pudéssemos no final ter conseguido realizar tantos momentos bons. só não foi melhor, porque neste encontro, devido a falta de alguns estagiários, situação atribuída a Semana de Pedagogia da UEFS, precisei ficar com três turma, o 3° ano I, que chamarei aqui de turma A – que é a que faço estágio – o 3º ano III e o 1º ano IV, precisando, portanto fazer algumas modificações no esquema do dia. Neste encontro trabalhei em dupla com colega Elaine Laranjeira que mim ajudou a realizar as dinâmicas previamente estabelecidas. À tarde tenho a turma 1º ano I que chamarei de turma B.

Saliento a importância do Projeto e reafirmo a necessidade de se desenvolvê-lo em ambientes similares, porém com preparação prévia e mais organização por parte da direção das escolas escolhidas, pois a falta de tais fatores contribuiu muito para o não 100% de sucesso do Projeto.


Desenvolvimento das Atividades


Tecendo Leitura

1 – Objetivos:
  • Sensibilizar os alunos para a importância da leitura
  • Ampliar as concepções de leitura

2 – Situações Didáticas:
Apresentação
Metamorfose – Raul Seixas
Informações sobre o Projeto
Entrevistas
Questionários
Observação

3 – Galerias de leitura
Leitura do conto popular:
O Espelho – S. Guitry
Tecendo a manhã – João Cabral de Mello Neto
Eu etiqueta – Carlos Drumond de Andrade
Quem eu sou? - Pedro Bandeira
O que é leitura – Rosangela Almeida Valério
Ousadia - Fernando Sabino
A conversa das palavras – Jandira Mansur
A importância de hoje -

4 – Dinâmicas:
A rede
Cordão
Bolas perguntadeiras
Leitura de imagens
Mímica de músicas
Mural
Pausa protocolada
Teatro
Confeccionar histórias em quadrinho – História de Sesinho

5 – Avaliação






Recursos:

Cordão
Bola soprar
Textos
Revistas e jornais
Pincel
Cola
Papel metro
Fita adesiva
Tesoura
Papel pautado
Lápis hidrocor
Lápis cera




Datas dos Encontros
Objetivos
Conteúdo
Metodologia
Recursos
Avaliação
06/10/2004
Sensibilizar o aluno para a importância da leitura
Leitura de imagens
Leitura de músicas
Dinâmicas
Apresentação oral
Cordão, bolas de soprar, textos, revistas, som, etc.
Participação dialógica envolvimento nas discussões
20/10/2004
Ampliar as concepções de leitura
Leitura do nome
Leitura da sociedade
Confecção de mural
Dinâmica
Pausa Protocolada
Texto, caixa de papelão, espelho, lápis hidrocor, cartolina, cola, etc.
Participação
Envolvimento no grupo
03/11/2004
Aprender ler o implícito
Leitura da mídia
Ler nas entrelinhas
Teatro
Socializar os trabalhos feitos nos gruposapresentação oral
Textos, jornal, revistas, papel metro, cola gliter, cola colorida, lápis cera, etc
Participação
Capacidade de síntese

17/11/2004
Compreender que além de decodificar, é necessário entender o que está escrito.
Leituras de histórias em quadrinhos
Trabalho em equipe – Confeccionar uma história em quadrinho previamente ilustrada
Revista ilustrada, tesoura, cola, papel metro, tesoura, hidrocor, jornal, etc.
Participação trabalho em grupo – coerência na escrita


Diagnóstico


Levantamento de informações do(as) estudantes, aqui representadas, 3º ano I (turma A), 1º ano I, (turma B), turno matutino e vespertino respectivamente, do Colégio Estadual de Feira de Santana – Feira de Santana-Ba.

Os alunos e alunas ao serem indagados a respeito de seu gosto pela leitura, bem como sua prática diária, tanto na escola, quanto em casa, mostraram-se em alguns casos relutantes a responder, em outros foi bastante complicado extrair deles uma resposta mais elaborada que saísse do “sim” ou “não”. Inicialmente muitos disseram que não gostam, de ler. Ficou visível neste momento a grande dificuldade e indisposição desses alunos pelo gosto e prazer pela leitura

Gráfico I
Gosta de ler?
 
Ao serem questionados quanto ao gosto pela leitura, os alunos e alunas das turmas A e B responderam com muita dificuldade. A resposta inicialmente nas duas turmas, (turma A e B), em sua grande maioria foi negativa, sendo que o grande percentual de “não”, ficou com a turma B.

Gráfico II
Ler e compreende os assuntos passados pelos professores?
Como podemos observar nesse gráfico, bem mais de 50% dos estudantes além de não compreenderem os assuntos dados durante as aulas, ainda não se interessam em fazer leituras posteriores para tentar entender o que foi dado. Enquanto, os outros lêem, mas não conseguem assimilar o que foi dado. A minoria consegue fazer uma leitura compreensiva.


Gráfico III
Qual a matéria que mais gosta?
Fica visível nesse momento que tanto a turma A quanto a turma B, tem uma característica peculiar no que diz respeito ao distanciamento pela disciplina onde a prática de leitura se faz mais presente.

Gráfico IV
Costuma fazer leitura didática extra-classe?
Segundo respostas fornecidas pelas alunas e alunos das duas turmas, demonstra que a leitura extra-classe é feita de forma esporádica, revelando o quanto os alunos não ver muito significado nos conteúdos estudados.

Gráfico V
Quais os livros que você já leu?
Fica explícito com essas respostas, que o nível de interesse referente ao tipo de leitura que cada um realiza está muito relacionado a faixa etária deles. Portanto, observamos que a turma B tem uma faixa etária entre 14 e 17 anos, o interesse concentra-se mais nos romances, na etapa dos sonhos onde tudo é possível, enquanto a outra turma tem uma faixa etária mais elevada, concentrando seu interesse nos filmes de suspense. Salientando que dentro das respostas cogitadas, o giby ficou em último lugar, portanto classificado como “outros”.

Gráfico VI
Em média quantos livros você já leu?
Quando foi perguntado a quantidade de livros lidos por cada um, estava mim referindo a pratica literária desde a fase infantil e eles responderam, como mostra o gráfico acima, que a média de leitura de 01 livro é da metade, enquanto de 10 ou mais , na turma A encontramos 8% de leitores.

Gráfico VII
Além dos livros, que outros tipos de leituras podemos fazer na sociedade?
Depois da dinâmica e explicações, eles responderam com muita desenvoltura, onde podemos realizar leituras de acontecimentos diários.

Gráfico VIII
Costuma aceitar como verdade tudo que ler ou ouve na mídia?
Nesse caso em particular, a turma mostrou opiniões bastante distintas. A turma A revelou nas respostas que pelo menos metade da turma acredita em tudo que ouve, enquanto a turma B respondeu 32% às vezes e igualmente 32% responderam que só acredita nos jornais, acrescentando que os jornais têm a obrigação de falar a verdade e se caso mentir, a verdade viria a público. Mas eles esquecem que existem aparelhos ideológicos sociais, portanto, as coisas podem ser manipuladas e a mídia só passa o que é de interesse das classes dominantes.

Gráfico IX
Sua família faz prática de leitura?
Revela-se nesse momento, que a prática e gosto pela leitura é algo que se constrói através dos exemplos e do incentivo que cada sociedade pode patrocinar aos seus. Nesse caso em particular, a família é um grande construtor nesse prazer, e se os pais tem essa prática fica mais fácil a criança despertar com mais naturalidade para o gosto e prazer da leitura

Gráfico X
Respondendo sim, qual o tipo de leitura que eles fazem?
Inquiri nesse instante para a turma o porquê dos livros didáticos e alguns revelaram que muitos dos pais estarem estudando na tentativa de concluir o ensino médio.

Gráfico XI
Qual a contribuição do Projeto Tecendo Leitura na sua vida acadêmica?
A turma A, quando perguntei sobre a contribuição do Projeto na vida deles, as respostas foram surpreendentes, pois apesar de sabemos do pouco tempo e dos pontos que devem ser revistos no Projeto, a turma se revelou motivada em querer ler alguma coisa. Percebemos que metade da turma despertou, mas ainda não leu, enquanto outro quase 50%, diz já ter começado a ler. Enquanto na turma B, segundo respostas, bem mais da metade da turma diz já está praticando o prazer da leitura.

Gráfico XII
Gostaria de participar de outros projetos com objetivos semelhantes?
Foi unânime a vontade deles em participarem de outros projetos, pois segundo eles, o Projeto proporcionou momentos de reflexão e esclarecimentos sobre alguns assuntos nunca discutidos antes e por outro lado foram momentos de socialização de grande relevância para todos.

Gráfico XIII
Considera-se agora um leitor?
Nesse momento as turmas se mostraram sensíveis e disponíveis em colocar em pratica os objetivos propostos previamente pelo do Projeto Tecendo Leitura.

Gráfico XIV
Qual o programa de televisão que mais gosta?
Como podíamos prever a novela ainda é o atrativo por grande parte dos jovens do gênero feminino e até mesmo por alguns do gênero masculino, sendo a segunda opção os filmes de todos os gêneros. O programa educativo ficou em segundo lugar se colocarmos Turma A e B como um todo.
Posso inferir dessas respostas é que os alunos, das turmas A e B não tiveram acesso a uma educação de qualidade. Uma educação onde a leitura estivesse sempre presente como instrumento de conhecimento e prazer.

Gráfico XV
Avalie o Projeto.
Fica visível a receptividade do Projeto para esses alunos. Pela simples avaliação de “ótimo” nos da a sinalização de que estamos no caminho certo.


Participação nas reuniões às segundas-feiras


Comecei a participar do processo do estágio muito antes de ir para a sala de aula, pois as segundas-feiras tinham a reunião do Projeto Tecendo Leitura, que era realizado a partir das 09hs e durava até o momento que se fizesse necessário.
Estas reuniões eram coordenadas a princípio, pela Profª. Drª Maria Helena da Rocha Benosik e demais coordenadores e participantes do referido Projeto. Era tratado o tema que seria discutido na Oficina seguinte, era feito também uma projeção de tempo necessário para cada tarefa, bem como materiais que seriam usados no próximo encontro.
As reuniões tinham a flexibilidade na escolha do horário, pois eram realizadas em dois dias, as segundas-feiras pela manhã e as terças-feiras à tarde, visando à participação nas reuniões de todos os envolvidos para melhor desempenho nas atividades.
No que diz respeito ao compromisso e a responsabilidade de todos os coordenadores e também estagiários do Projeto, colocando numa escala de percentual, chegamos a 99%, mas como geralmente as coisas não acontecem 100%, ficou faltando alguns pontos que podem ser revistos numa outra etapa do Projeto, como: espaço maior para que todos pudessem ficar confortáveis; um registro de participação das estagiarias e estagiários para que houvesse um controle das pessoas que realmente estivessem comprometidos com o Projeto e também, (esta é uma leitura particular), precisaria acontecer uma coerência e significado nas Oficinas nos assuntos propostos, a exemplo da última Oficina, pois começamos com muita dinâmica e fôlego, depois percebi uma falta de perspectiva na escolha e direcionamento do tema. Trabalhamos na ultima Oficina com história em quadrinho e foi preciso muito empenho para que esta última etapa acontecesse com um prévio objetivo e sem deixar os alunos desestimulados. Não estou tirando o mérito do estudo das histórias em quadrinhos, só acho que tal assunto poderia ser trado em outro momento que não fosse o último dia de Oficina. Inclusive o texto proposto para ser lido não tinha nenhuma relação com o tema. O texto proposto pela coordenação tinha como titulo “Ao shopping Center” de José Paulo Paes, porém optei pelo texto “A Conversa das palavras” de Jandira Mansur, que acredito, ofereceu uma maior contribuição para as turmas.
Foram realizadas 07(sete) reuniões, sendo que participei de uma extraordinária numa quarta-feira, pois a segunda-feira anterior foi feriado, fazendo-se necessário esta reunião.



Prática na sala de aula com a Turma 3º I


Primeira participação em sala de aula no Colégio Estadual de Feira de Santana foi dia 06 de outubro de 2004, onde no turno matutino, fui designada para fica no 3° ano, turma I. Depois de escolhida as turmas das respectivas estagiarias, fui até a sala. Chegando a professora de matemática que daria aula naquele horário mim apresentou para a turma e sem estender muito a conversa saiu. Voltei a mim apresentar colocando meu nome no quadro e logo a seguir pedir que informalmente que cada um falassem seus respectivos nomes. Depois coloquei o nome e objetivos do Projeto também no quadro e falei um pouco do Projeto para eles. Mostraram-se inicialmente acolhedores e desinibidos.
Na turma estavam presentes 25 alunos e alunas, com a faixa etária entre 18 e 24 anos.
Coloquei o Cd de Raul Seixas – passando a música Metamorfose Ambulante, terminada a música tentei estabelecer um diálogo com eles fazendo relação da letra da música com o ser em movimento, levando-os a refletir na possibilidade de mudança a partir do momento em que tomassem consciência da necessidade da cultura e do esclarecimento para sua emancipação.
Eles conseguiram estabelecer uma discussão muito proveitosa e criativa a respeito do assunto.
A seguir realizando a dinâmica do cordão. Comecei explicando como se realizaria e dei minha contribuição afirmando que ler é construir sonhos e ter a possibilidade de realizá-los, a seguir, na seqüência todos participaram falando novamente seus nomes e o significado de leitura para eles. Terminada lemos o texto Tecendo a manhã de João Cabral de Melo Neto e logo depois, tentei saber deles qual a importância da leitura em sua vida acadêmica e na sua formação como cidadão. Inicialmente, a turma numa grande maioria disse ser relevante, porém, não praticavam com freqüência. Ao final a turma mostrou-se preparada para entrar nesse mundo utópico, que o mundo literário, mas precisavam de alguns estímulos.
Fizemos a dinâmica das bolas perguntadeiras, coloquei a música e eles brincaram com as bolas e ao desligar o som eles estouraram as bolas pegando o papel que estava dentro, onde continha uma pergunta relacionado a leitura. Socializamos as perguntas e todos responderam contextualizando as questões.
Aproximando à hora do intervalo, pedir que formassem quatro grupos e eles pediram que se possível gostariam que fosse mantidos os grupos já formados para todas as tarefas, eu não achei nada de errado com a proposta. Quando já estavam arrumados falei que o quarto momento seria a galeria de leitura, onde os grupos iriam fazer leituras de imagens e de músicas. Realizei o sorteio de dois grupos para músicas e dois para as imagens e prosseguir explicando como seria realizada esta dinâmica e durante explicação, a turma fez a proposta de levarmos direto sem intervalo para que pudéssemos sair mais cedo, também aceitei. Dei 20min para se organizarem e passados o tempo, pedir para que as equipes democraticamente se apresentassem como voluntária. Após a apresentação da 1ª equipe fizemos um breve comentário, abrir um círculo de discussão, onde quem se sentisse a vontade completasse ou discordasse da equipe. A discussão caminhou no clima harmonioso e num grau muito surpreendente. Nessa dinâmica pude observar que uma mesma coisa pode ser visto por vários aspectos e pudemos nos reportar para a dinâmica do cordão, ratificando como é fundamental a teia de relações, onde cada um contribui dentro do processo dialético, construindo idéias. Dentro da própria discussão, não li, mas trabalhei com o texto – Leitura...o que é leitura? texto de Rosangela Almeida Valério, também num clima discursivo muito bom e proveitoso e logo a seguir fiz uma avaliação utilizando o semáforo, onde o verde indicava – prosseguir, o amarelo – parar e rever e o vermelho – precisa melhorar. Conclusão é que o projeto naquele dia teve 24 verdes e somente 1 amarelo.
À Oficina do dia 20/10/2004 começou ás 07hs52min, havia poucos alunos(as), aproximadamente 10 alunos na sala. Quando cheguei fiquei decepcionada, pois era totalmente contrária ao acolhimento da Oficina anterior. Sair procurando uma explicação, mas mim deparei com a mesma situação em muitas outras turmas – evasão – os alunos aproveitaram por acharem não ser um dia letivo resolveram ficar em casa. Voltei e propus a eles juntar as turmas, porém não aceitaram, pois alegaram a não socialização com outros colegas, ainda propuseram escolher em que turma queria ficar, mas logo percebi que esta tarefa seria muito demorada e já passava das 09hs e eles não haviam se decidido, pensei em voltar para sala e ficar somente com os 10 alunos(as), porém no retorno a nossa sala já estava ocupada pelos professores da Oficina. No final, fui para a sala onde estava a professora Maria Dilma e eles não quiseram entrar, sem mais o que fazer ministrei esta Oficina com a estagiaria Dilma. Nesse dia trabalhamos com a dinâmica dos nomes, dinâmica do espelho e pausa protocolada com o texto “Ousadia” de Fernando Sabino. Depois confeccionamos um mural sobre tudo que podemos ler na nossa sociedade, porém não deu tempo para a apresentação dos grupos. Finalizamos com uma avaliação dos grupos com questões... Que bom... Que pena... Que tal...,(tarefa anexada).
Quando entreguei a lista de presença lembrei de falar da observação colocada pela direção do Colégio, onde a presença dos alunos iria contar ponto e presença para a disciplina de português, não concordei, mas fui obrigada a falar para eles. Entregamos o cartão com chocolate como recordação da manhã.
No dia 03/11/2004 foi um dia celebre, pois coincidiu com a Semana de Pedagogia e algumas das estagiarias puderam comparecer e terminei ficando com três turmas, a 3º I, a 3º IV e o 3º III. Foi difícil, pelo menos em relação a espaço, pois as turmas são muito numerosas e na sala onde estava criou-se uma dificuldade de locomoção. Mas conseguir contornar esta dificuldade fazendo algumas mudanças no plano do dia.
Depois de todos acomodados, mim apresentei para os recém chegados e tentei saber o nome de cada um, a seguir falei do roteiro do dia e logo depois, coloquei no quadro o nome do texto e autor – Quem eu sou? De Pedro Bandeira tentei estabelecer relação com a dinâmica do Espelho, porém o 3º I não havia participado, mesmo assim trouxe para aquele momento a leitura que cada um faz de si. Na seqüência fiz o mesmo procedimento com o texto de Carlos Drumonnd de Andrade – Eu Etiqueta – criando o mesmo clima de discussão. Inferir alguns exemplos e eles também contribuíram com muitos exemplos sobre o assunto. Alguns exemplos foram retirados da própria sala de aula. Depois entreguei papel metro a cada equipe e pedir para que criassem uma etiqueta ou anúncio de algum produto criado por eles coletivamente. Ao final foi o máximo, pois eles revelaram-se muito criativos, na confecção do cartaz, como também em suas apresentações.
Terminada essa etapa, apresentei para eles jornais e revistas e falamos um pouco sobre a diferença dos dois meio de comunicação, procurando saber se eles ou alguém de sua casa pratica leitura desse meio de comunicação em massa. Nesse momento chegou a colega Elaine Laranjeira que estava em outra sala e veio para mim ajudar a administrar melhor as turmas.
Dividi as turmas em grandes equipes, foram quatro ao todo, entregamos as revistas e jornais e pedimos para que eles escolhessem uma notícia e reescrevessem para apresentar em forma de telejornal. Fizeram, e novamente usaram muita criatividade e clareza nas notícias apresentadas. Terminamos com a avaliação da Oficina em uma folha de papel pautado.
Entreguei o cartão com um chocolate como forma de agradecimento pela bela manhã.
Este é o último encontro dessa etapa do Projeto, dia 17/11/2004, onde trabalhei com a minha turma 3º I. Tema proposto para esse encontro é história em quadrinho. Comecei perguntando quem lia histórias em quadrinhos e qual era as favoritas. Só poucos disseram ler, mas muitos ainda na infância disseram ter lido bastante. Perguntei se sabiam da origem da história em quadrinho e aproveitando a resposta negativa, falei das primeiras criações que remonta ao homem das cavernas. As figuras egípcias, os murais fenícios, as pinturas renascentistas, até o grafite mais moderno vão registrando iconicamente toda história da humanidade, compondo uma vasta história em quadrinhos. Expus um mural com alguns balões e conseguimos socializar outros que não estava no mural, expliquei que o balão por si já demonstra os sentimentos dos personagens.
Depois li o texto – A conversa das palavras de Jandira Mansur, dando ênfase a utilidade das palavras para a comunicação humana. Concluído essa etapa entreguei para as quatro equipes já previamente formadas revistas em quadrinhos xerocada, porém com os balões em branco e por meio da sensibilidade e raciocínio lógico eles iriam criar uma história e depois faríamos a comparação com a história original. Todas as equipes conseguiram realizar e se divertiram muito com as idéias sugeridas. Deram nomes aos personagens, transportaram alguns personagens para outros cenários, foi muito interessante. Terminado, fizemos uma comparação das histórias que eles escreveram com a história original e descobrimos que ficou bastante parecida da história original, pelo menos no enredo da história.
Realizamos a avaliação da Oficina, e depois deixei minha mensagem, e recebi uma retribuição muito acolhedora. Entreguei as lembranças e terminamos mais uma etapa do Projeto e consequentemente o estágio.





Prática na sala de aula – Turma 1º I


Primeira participação em sala de aula com o 1º ano, turma I, turno vespertino também no Colégio Estadual de Feira de Santana foi dia 06 de outubro de 2004, Depois de escolhida as salas das respectivas estagiarias, fui, juntamente com outra estagiaria, a colega Andréia até a sala de aula da turma 1º ano I. Chegando à sala, nos apresentamos para a turma colocando nossos respectivos nomes no quadro e logo a seguir pedimos que informalmente que cada um falasse seus respectivos nomes. Depois coloquei o nome e objetivos do Projeto Tecendo Leitura também no quadro e falamos um pouco do Projeto para eles. Inicialmente não aceitaram bem a nossa presença na sala, até tentaram nos tratar com certo desdém, mas ficamos firmes e iniciamos o trabalho seguindo o roteiro da tarde.
Na turma estavam presentes 28 alunos e alunas, com a faixa etária entre 14 e 18 anos.
Coloquei o Cd de Raul Seixas – passando a música Metamorfose Ambulante, terminada a música tentamos estabelecer um diálogo com eles, fazendo relação da letra da música com o ser em movimento, levando-os a refletir na possibilidade de mudança a partir do momento em que tomassem consciência da necessidade da cultura e esclarecimento para sua emancipação.
Eles mostraram-se completamente distante do que estávamos falando, a maioria não quis inferir nenhum comentário, dizendo que não gostavam de ler, então falei para todos da importância da leitura, tanto em suas vidas acadêmicas, como na sua formação humana e a grande necessidade que eles teriam futuramente, fosse qualquer caminho tomado por cada um, pois, até para ser copitado por algum emprego hoje, eles precisavam ter pelo menos o mínimo de conhecimento. Continuaram silenciosos, tentamos descontraí-los brincando um pouco, mas neste momento foi em vão. Falei que iríamos deixar a letra da música fixada no mural e no decorrer da Oficina de acordo à necessidade, nos reportaríamos a ele.
A seguir realizamos a dinâmica do cordão. Comecei explicando essa dinâmica, e eles disseram que só diriam seus nomes, pois não estavam a fim de falar sobre leitura. Três alunas decidiram a não participar, tentamos trazê-las para o círculo, mas foi sem sucesso. Andréia começou a dinâmica dando sua contribuição e pediu que eles continuassem, mas as resposta no geral foi um tanto monossilábica. Terminada, lemos o texto Tecendo a manhã de João Cabral de Melo Neto e logo depois tentei saber deles qual a importância da leitura em sua vida acadêmica e na sua formação como cidadão. Inicialmente, a turma numa grande maioria disse ser relevante, porém, também como a turma da manhã, não praticava com freqüência.
Realizamos a dinâmica das bolas perguntadeiras, só nesse momento percebi a turma estimulada a participar do nosso encontro, pois eles se soltaram mais, e esboçaram algumas reações positivas. Coloquei a música e eles brincaram com as bolas e ao desligar o som eles estouraram as bolas pegando o papel que estava dentro onde continha uma pergunta relacionada à leitura. Socializamos as perguntas e todos responderam contextualizando as questões. As alunas que resolveram inicialmente não participar, nesse momento estavam participando.
Depois, pedir que formassem quatro grupos. Quando os grupos já estavam formados, em consenso com minha colega sugerir a eles que levássemos direto para que pudéssemos sair mais cedo e eles aceitaram. Quando já estavam arrumados falei que o quarto momento seria a galeria de leitura, onde os grupos iriam fazer leituras de imagens e de músicas. Realizamos democraticamente o sorteio de dois grupos para músicas e dois para as imagens e prosseguir explicando como seria realizada esta dinâmica. Demos 20min para que se organizassem e passados o tempo previamente determinado, pedimos para que umas das equipes se apresentasse  como voluntária. Após a apresentação da 1ª equipe fizemos um breve comentário, abrir um círculo de discussão, onde quem se sentisse a vontade completasse ou discordasse da equipe que se apresentou. A discussão caminhou no clima harmonioso e muito proveitoso para nós e para eles.
Dentro da própria discussão, não li, mas trabalhei com o texto – Leitura...o que é leitura? texto de Rosangela Almeida Valério, também num clima discursivo muito bom e proveitoso e logo a seguir fiz uma avaliação utilizando o semáforo, onde o verde indicava – prosseguir, o amarelo – parar e rever e o vermelho – precisa melhorar. Conclusão é que o projeto naquele dia, todos deram verde.
À Oficina do dia 20/10/2004 começou ás 13hs42min, diferente da turma da manhã, todos estavam presentes, pelo menos os freqüentadores assíduos. Nesse dia desenvolvi a Oficina sozinha, pois Andréia não pode comparecer.
Antes de iniciar, sempre tentei estabelecer algum diálogo com eles, procurando saber como foi a semana, se leram alguma coisa, etc. Depois, falei sobre o roteiro da tarde e iniciei com a dinâmica dos nomes, pedir para que escrevessem numa folha de papel coisas que existiam em seus nomes, depois que elaborassem frases com essas palavras e a seguir socializamos o que eles escreveram. Foi muito interessante, pois eles demonstraram que acreditam na força do nome e das palavras contidas em seus nomes referente a formação de personalidade. Logo depois fizemos a dinâmica do espelho, uma caixa forrada com papel de presente e com um espelho dentro. Sempre que possível começo a dinâmica. Disse para eles que aquele presente que estava vendo naquele momento era muito importante e especial para mim, pois eu o recebi e tentei fazer um bom uso dele, respeitando, amando, fazendo tudo para que ele se machucasse o mínimo possível – alguns acharam que era a foto de um cachorro – seguindo dei a palavra para outro e todos participaram, poucos já sabiam da dinâmica, outros se mostravam surpresos e era muito engraçado suas expressões, teve até quem disse que não gostava muito daquele presente e que outras pessoas também não gostavam, procurei saber o porquê, mas as respostas foram muito evasivas. Terminado esse momento, li o texto O espelho de S. Guitry, e estabelecemos relações com a dinâmica do espelho. Na seqüência realizamos a Pausa Protocolada com o texto “Ousadia” de Fernando Sabino – abrir um parêntese para falar um pouco sobre a biografia desse autor que havia morrido naquela semana – foi um dos melhores momentos da Oficina, achei muito interessante e criativo, pois conseguir estabelecer com eles uma relação momentânea de cumplicidade antes não realizada, eles inferiram todos os tipos de comentários possíveis, mexeu muito com a percepção, sensibilidade e criatividade deles. Depois confeccionamos um mural sobre tudo que podemos ler na nossa sociedade, porém, não deu tempo para a apresentação dos grupos. Finalizamos com uma avaliação dos grupos com questões... Que bom... Que pena... Que tal...
Quando entreguei a lista de presença lembrei de falar da observação colocada pela direção do Colégio, onde a presença dos alunos iria contar ponto e presença para a disciplina de português, não concordei, mas fui obrigada a falar para eles. Entregamos o cartão com chocolate como recordação daquela tarde.
No dia 03/11/2004, não pude ir, pois, coincidiu com a Semana de Pedagogia e precisei apresentar um trabalho na UEFS. Este dia precisei repor em outra escola, fui para Escola Maria Quitéria, que tinha como coordenadora a Professora Pensilvânia e como diretora da Escola a Professora Angeleide. Tinha disponível para a Oficina cinco turmas e éramos seis, porém uma colega não poderia ficar sozinha, pois estava rouca. Fui parar na 5ª C, já eram mais de 09hs, estavam presentes na sala 32 alunos e alunas e logo percebi que não seria fácil prender a atenção deles, pois ainda estavam na segunda Oficina, e para aquele público em especial teria que sofrer algumas reformulações, principalmente nos textos, pois além deles não ter acesso a este tipo de cultura, que é a literária, ainda a faixa etária deles está entre 10 e 12 anos. Foi uma tarde difícil, principalmente pelo descontrole da escola, eles xingavam muito, se esmurraram, entre outras coisas e a diretora conhecia aquela turma, pois no início quando ela mim levou até eles tentou intimida-los com implícitas ameaças e no decorrer da Oficina ela foi à sala umas três vezes para saber como eles estavam se comportando. Ainda, como se não bastasse ter que mim dividir entre trabalhar as dinâmica com eles e ser obrigada a utilizar o pulso firme, mim impondo mesmo, ainda tive que agüentar alunos de outras salas a tarde toda na janela, bagunçando mesmo com meu apelo de “por favor dê licença”, ainda a direção mandou a secretaria ir a sala as 11hs e dizer em voz alta que eles estavam liberados, ninguém merece. Precisei encerrar a Oficina, pois foi difícil controla-los depois disso, ficando os cartazes sem terminar.
Este é o ultimo encontro dessa etapa do Projeto, dia 17/11/2004, onde trabalhei tema história em quadrinho. Comecei perguntando quem lia histórias em quadrinhos e qual era as favoritas. Só poucos disseram ler, mas muitos ainda na infância disseram ter lido bastante. Perguntei se sabiam da origem da história em quadrinho e aproveitando a resposta negativa, falei das primeiras criações que remonta ao homem das cavernas. As figuras egípcias, os murais fenícios, as pinturas renascentistas, até o grafite mais moderno vão registrando iconicamente toda história da humanidade, compondo uma vasta história em quadrinhos. Expus um mural com alguns balões e conseguimos socializar outros que não estava no mural, expliquei que o balão por si já demonstra os sentimentos dos personagens.
Depois li o texto – A conversa das palavras de Jandira Mansur, dando ênfase a utilidade das palavras para a comunicação humana. Concluído essa etapa entreguei para as quatro equipes já previamente formadas revistas em quadrinhos xerocada, porém com os balões em branco e por meio da sensibilidade e raciocínio lógico eles iriam criar uma história e depois faríamos a comparação com a história original. Nesse momento a colega Andréia chegou e foi mais uma contribuição para a Oficina. Todas as equipes conseguiram realizar a tarefa e ficaram muito próximas da história original, pelo menos no enredo da história.
Realizamos após a avaliação da Oficina, a colega Andréia leu o texto, A importância do hoje deixando para todos uma mensagem. Também deixei minha mensagem, e recebi uma retribuição muito acolhedora. Entregamos as lembranças e terminamos mais uma etapa do Projeto e consequentemente o estágio.




Roteiro das Oficinas


Tecendo Leituras – 1º Encontro

Data 06/10/2004


Tema: Leituras e leituras

Objetivos:
  • Sensibilizar os alunos para a importância da leitura
  • Ampliar as concepções de leitura

Situações didáticas:
Apresentação:
Música: Metamorfose ambulante – Raul Seixas

Informações sobre o projeto:
Dinâmica do cordão
Mural
Texto: Tecendo a manhã – João Cabral de Melo Neto

Entrevistas:
Bolas perguntadeiras
Questionários

Galeria de Leitura:
Formação de 04 grupos com 02 temáticas
Grupo 01 e 02 – temática imagens
Atividade 1: Leitura e interpretação das imagens pelos grupos
Atividade 2: Solicitar aos colegas dos demais grupos que façam a interpretação das imagens
Atividade 3: Confrontar com a interpretação do grupo original

Grupo 03 e 04 – temática música
Atividade 1: Expressar de que trata a música, através da música.
Atividade 2: Os colegas dizem o que perceberam
Atividade 3: Confrontar com a leitura da música

Comentários sobre o texto: Leitura... O que é leitura? – Rosangela Almeida Valério
Avaliação:
Sinais de transito

Recursos:
Cordão, bolas de soprar, textos, recortes de imagens
Comentário critico






Tecendo Leituras – 2º Encontro

Data 20/10/2004

Objetivos:
  • Compreender outros tipos de leituras
  • Sensibilizar os alunos para a importância da leitura
  • Ampliar as concepções de leitura

1 – Dinâmica do nome
Leitura do texto – Importância das coisas
Pedir que os alunos retirassem palavras que moram em seus nomes
Pedir que elaborassem frases com essas palavras
Conversar sobre a atividade

2 – Dinâmica do espelho

3 – leitura do conto: O Espelho – Conversar com os alunos sobre o conto e estabelecer relações com a dinâmica do espelho

4 Pausa protocolada: texto “Ousadia” de Fernando Sabino

5 – Confecções de um mural: sobre tudo que lemos na nossa sociedade
Apresentação dos grupos

6 – Avaliações do encontro




Tecendo Leitura – 3º Encontro

Data: 03/11/2004

Objetivos:
  • Sensibilizar os alunos para a importância da leitura
  • Ampliar as concepções de leitura

1 - Leitura do texto: Quem eu sou? de Pedro Bandeira

2 – Trabalho com o poema de Carlos Drumond de Andrad – Eu Etiqueta

3 – Trabalho com a notícia de jornal
Levar o jornal para casa e apresentar aos alunos
Apresentar uma noticia do jornal e incentivar uma discussão da noticia
Sugerir a transformação da noticia de jornal para a noticia de tele-jornal
Montar o tele-jornal
Discutir com os alunos as diferenças entre os dois meios de comunicação de massa

4 – Avaliação


Tecendo Leitura 4º Encontro

Data: 17/11/2004

Objetivos:
  • Sensibilizar os alunos para a importância da leitura
  • Ampliar as concepções de leitura


1 – Trabalho com história em quadrinhos
Leitura do texto “Ao Shopping Center” de José Paulo Paes
Conversar sobre o texto
Conversar sobre as histórias em quadrinhos, explicando o porque de trabalhos com histórias em quadrinho
Explicação sobre os balões
Leitura e produção de histórias em quadrinhos
Levar tiras de Histórias e fazer com os alunos uma discussão sobre a compreensão da história.
Sugerir a transformação da noticia do jornal em história em quadrinhos

2 – Avaliação da Oficina


Obs: O exposto aqui foi feito dentro de uma estimativa de tempo e cronograma, mas como geralmente acontece cada ajuste as novas necessidades ou sugestões durante o processo, seria revisto de acordo o seu surgimento.
Todos os textos usados, fotos da maioria trabalhos confeccionados em sala de aula e alguns momentos da Oficina, estão no anexo.


Conclusão


A linguagem escrita estabeleceu, sem dúvida, um marco histórico no processo da comunicação humana. Foi o signo impresso que nos permitiu avançar para além do uso da memória como forma de conservação do conhecimento produzido.
Nesse sentido, o Projeto busca enfatizar a importância da leitura, como prática social e cultural. Mas, será que sabemos fazer uma leitura e contextualizá-la? Por que o notável desinteresse pela leitura dos alunos e alunas mesmo esses ser vistos como alfabetizados?
Talvez valha a pena repensar no tipo de leitura que (não) fazemos. As relações entre texto e leitor devem ser levadas em conta: imposições profissionais ou escolares, formação profissional, entretenimentos, utilidade ocasional ou imediata, entre outras tantas.
Com certeza, o tipo de comunicação predominante nesta sociedade é a visual-televisiva, que muito contribuiu para a desfragmentação entre o real e o ilusório, o novo e o velho, o imediatismo e o mediatismo, visto que esse tipo de linguagem/recepção não requer aprendizagem nem, na maioria das vezes, esforço.
No mundo letrado, quanto mais lemos, mais temos para refletir, analisar, pensar. Vivemos um momento privilegiado tecnologicamente falando, num ritmo frenético, bombardeados de informações sem tempo de assimilá-las. Resultado: empobrecimento cultural, de interpretação, de leitura de vida e de mundo. Como reverter esse processo?
Acredito que incentivar a leitura seja uma responsabilidade e compromisso exigido em todas as áreas. Não se deve ter uma visão simplista, de que após a chamada "fase de alfabetização" todos sabem ler. E muito menos a concepção de que tal tarefa é "obrigação" da área de Língua Portuguesa, visto que a direção da Escola Estadual usou o momento da Oficina para atribuir uma nota para a disciplina de Português. É preciso quebrar esse paradigma. Urge trabalhar a leitura em todas as áreas específicas do conhecimento.
Pensamos que a escola, como um todo, deve possibilitar a ampliação da leitura de mundo, questionando e apresentando novas perspectivas para diferentes análises dos eventos que estão ao redor do alunado, apontando caminhos e projetando horizontes. Somente assim conseguiremos representar e ler este mundo com uma amplitude maior.
Não resta dúvida da necessidade de formar leitores capazes de ler e compreender criticamente o que se lê. É preciso ficar atento que não importa o que se lê, mas o como se lê e o quanto a leitura influencia e determina à condução da vida de cada individuo.
Discutir sobre formação do professor e sua interação com a classe discente, parece ser um campo de grande complexidade, num primeiro momento desencoraja qualquer iniciativa de pesquisa principalmente se observadas as várias teias de relações intra e interpessoais existentes. Contudo, é também um caminho de grandes possibilidades e de “encantamento” para aqueles que apostam na educação e sabem que é a partir dela que se pode construir uma sociedade mais justa, igualitária, capaz de superar os tempos de exclusão e de reprodução social que perpetua-se até o presente momento.
É preciso nesse caso, estar ciente do olhar que se deseja estabelecer frente a tais questões e a formação do profissional de educação. Para que tais fundamentos possam verdadeiramente contribuir para a organização e implementação de novos modelos de formação inicial, que atendam as necessidades da sociedade atual.
É preciso olhar com mais profundidade cada uma das situações existentes nos contextos onde os indivíduos estão sendo conduzidos. Acredito que o caminho esteja na formação profissional de qualidade dos envolvidos na educação, pois não há como escapar às discussões feitas por Piaget, frente ao desenvolvimento moral da autonomia do professor, uma vez que a consciência do professor ainda parece ser bastante periférica e fragmentada nesse aspecto, basta acompanhar as queixas dos vários setores da sociedade e até mesmo dos alunos e alunas frente aos sujeitos que neles atuam.
Portanto é de suma importância, investigar, a profissionalidade docente em seus três eixos: a prática pedagógica, o comprometimento e a identidade profissional. Tentei estabelecer na minha prática, uma relação que englobasse esse três eixos, que mim fizesse refletir sobre a necessidade de mudanças significativas na formação inicial e a formação continuada tanto do professor quanto do aluno, mas que pressupõe inegavelmente a discussão sobre outros aspectos. Acredito que exista uma correlação entre os três eixos da profissionalidade com a formação dos alunos, mas para tanto seria necessário que o estágio não tivesse um tempo tão limitado para que pudesse engendrar sementes sólidas no desenvolvimento do gosto e prazer pela leitura.
Posso adiantar que pelo que pude observar nesses 04 encontros com estes alunos, constatei que todos eles são leitores, porque na realidade de fossemos tentar conceituar, o que é leitura, iríamos perceber que existem diversos tipos de leitura, da mais simples a mais complexa e todos lêem nem que seja “receita doméstica”, é uma leitura restrita, porém, basta despertar esse indivíduo para outros interesses, que logo ele canaliza essa sua curiosidade para outros assuntos. Portanto, acredito que com projetos oferecidos com essa temática – Leitura – e com a formação continuada dos docentes, poderá ajudar a emergir deste ponto uma nova postura frente à necessidade da classe discente que é a emancipação do individuo através da leitura.
Só construiremos uma nação com mais igualdade de direitos e mais justa, quando conseguimos ajudar a construir dentro das paredes formais das Instituições Escolares, cidadãos críticos, reflexivos e criativos.





ANEXO


Tarefa Proposta

1 - Gosta de ler?
2 - Ler e compreende os assuntos trabalhados durante as aulas?
3 - Ler e compreende os assuntos passados pelos professores?
4 - Costuma fazer leituras didáticas extra-classe?
5 - Em média quantos livros você já leu?
6 - Quais os livros que você já leu?
7 - Além dos livros, que outros tipos de leituras podemos fazer na sociedade?
8 - Costuma aceitar como verdade tudo que ler ou ouve na mídia?
9 - Sua família faz prática de leitura?
10 - Respondendo sim, qual o tipo de leitura que eles fazem?
11 - Qual a contribuição do Projeto Tecendo Leitura na sua vida acadêmica?
12 - Gostaria de participar de outros projetos com objetivos semelhantes?
13 – Considera-se agora um leitor?
14 - Qual o programa de televisão que mais gosta?
15 - Avalie o Projeto.

Informações Técnicas


Nome: Colégio Estadual de Feira de Santana
Local: Feira de Santana-Ba
Carga Horária: 40hs
Estágio da disciplina: 20hs
Estágio do Projeto: 20hs

Número de Participantes: 53 alunos que freqüentam
Turma: 3º ano I
Turno: Matutino
Dias/Horários:
Matutino: Dias 06 e 20/10/2004 – 03 e 17/11/2004
Quarta-feira das 7hs30min até 11hs30min

Turma: 1º ano I
Turno: Vespertino
Dias/Horários:
Vespertino: Dias 06 e 20/10/2004 – 03 e 17/11/2004
Quarta-feira das 13hs30min até 17hs30min



 
Profª Maria Helena - Malena
Coordenadora do Projeto Tecendo Leitura                                      Profª de Matemática

Fotos tiradas durante alguns momentos do 4º Encontro - Turma 3º ano I

 





 
Monitora do Projeto: Andréia                                       Monitora do Projeto: Cleide Cardoso


Fotos de alguns momentos do 4º Encontro - Turma 1º ano I

 


















Dinâmica: 1° Encontro
Leitura das imagens

Algumas imagens utilizadas nas duas turmas para que fossem feitas leituras a partir da compreensão dos grupos.







Dinâmica: 1º Encontro
Do Espelho















Cartazes confeccionados no 3º Encontro
Criação e marketing de vários produtos

C








Lembranças oferecida ao final de cada encontro

4º Encontro foram presenteados com uma caneta com agenda






                                                                                                                      Faene
                                                                                                                      Rilda alves
                                                                                                                      Data: 29/05/07


Gestão inovadora da escola com tecnologias


MORAN, José Manuel. Gestão inovadora da escola com tecnologia. Disponível em: www.eca.usp.br/prof/morangestão.htm.em 12 de março de 2007.



José Manuel Moran é Doutor em Comunicação pela USP; direto acadêmico da Faculdade Sumaré-SP; professor da Universidade Bandeirante; professor de Novas Tecnologias da Escola de Comunicação.



       O texto de Moran está divido em seis partes em cada parte ele fala do uso das tecnologias e sua importância.
       A obra começa falando sobre as dificuldades que as escolas públicas enfrenta, de como a gestão deve trabalhar para enfrentar essas dificuldades e que apesar dos problemas o gestor não pode deixar de realizar um bom trabalho. Uma  maneira para os gestores superarem as dificuldades é manter um relacionamento amigável, de parceria com a comunidade. O autor ressalta ainda da necessidade dos gestores incentivarem a formação continuada dos professores.
        O por falar em formação continuada o professor precisa repensar sua prática quando se refere ao uso das tecnologias.
       Ao da ênfase ao uso do computador e de sua relevância para o dia-a-dia da escola ele acerta quando fala que muitas  escolas usam os recursos tecnológicos, mas usam mal. A escola às vezes  tem um bom laboratório de informática, mas a parte pedagógica fica muito distante dessa realidade.

___________________

     




       Abordando ainda as diversas formas que se pode fazer uso dessa tecnologia o autor fala da importância da Internet no meio acadêmico. Como a escola pode fazer um bom uso desse recurso. No entanto, se as escolas continuarem a tratar os alunos como apenas agentes passivos da educação de nada adiantará tanta tecnologia.
       A escola na implantação de recursos precisa adapta-se a sua realidade e garantir a inclusão de muitos alunos à era tecnológica. A escola, em especial o professor precisa dá sentido ao uso das tecnologias neste espaço de educação.










Universidade Estadual de Feira de Santana
Data 04/08/03
Departamento: Educação
Disciplina: Currículo e Programas
Docente: Maria de Lourdes Cerqueira
Discente: Cleide Alves Cardoso
Assunto: Resumo Crítico



Currículo: conceituação
José Augusto Pacheco


Este texto de José augusto Pacheco tem por objetivo refletir sobre as diversas concepções e definições que muitos autores atribui à Currículo, tanto na sua terminologia, a diversidades de funções como também na ambigüidade na intenção dos educadores que o toma como um programa educativo.
Pacheco atribui este conflito principalmente pela ausência de uma intervenção prática na resolução do problema ou a escolha por melhores alternativas.
Currículo na sua terminologia proveniente do étimo latino currare, significa, jornada, caminho a ser seguido e encerra em duas idéias principais: uma seqüência ordenada, (precisa ser sistematizado) e noção de totalidade.
Devido a sua variabilidade conceitual duas definições se contrapõem: uma formal, que é elaboração deste plano com suas finalidades previamente definidas e o plano informal que o processo da aplicação do plano, que se influência pela experiência educativa surgindo uma flexibilização na própria abertura que a dinâmica oferece.
Nas primeiras definições de Currículo proposto por alguns autores, entre eles Tyler, Taba Johnson,Connlly e Lantz (1991),Jackson (1992), entre outros, definem Currículo como algo estático, estanque, sem abertura a flexibilização, não levando em conta as diversidades culturais de cada aluno.
Para Januário (1988) em seu sentido tradicional, atribui Currículo a um Plano de Estudo, recaindo com isso  em três sentidos: formal ou administrativo (onde consta finalidades e fins),sentido experencial (experiência do aluno sobre influência da escola) e a beraviourista que se baseia na previsão de resultados.
Tem outras definições de currículo propostas por Smith, Gimeno, Kemmis, Stenhouse, etc, que corroboram com a idéia de Anísio Teixeira, que defende trabalhar com a realidade do aluno, abarcando suas experiências como ponto de partida. Sobretudo um Currículo flexível, levando em conta as condições de sua aplicação.
Em resposta a essas indagações, fica claro que ainda não foi encontrada uma definição, visto que não existe até o momento um consenso. Porém o autor corroborando com o pensamento de Tanner e Tanner (1987) ver um aspecto positivo, pois tantas investigações e definições a respeito deste assunto, remetem os especialistas a uma problematização mais intensa.
Segundo o autor, para se criar um consenso sobre Currículo é necessário que todos que discutem sobre o assunto faça uma relação psicossociocultural, pois ele não é neutro e termos de informações, deriva de diferentes níveis e é veiculado por diversos agentes curriculares dentro do contexto de vários condicionalismos.
Com efeito, respondendo a todas questões lançada no texto, fica claro que currículo não tem um conceito formulado, porém não é algo isolado, e sim uma intersecção de prática, um conjunto de interesses que move sua existência como argumenta Gimeno (1988).
Conclui-se diante a esses argumentos levantados, que Currículo é estudado dentro de diversas perspectiva, mas, principalmente um documento usado para nortear a prática pedagógica e vem carregado de interesses e ideologias, quando sua razão de existir, é o de explicar o projeto - as intenções e o plano de açãoque preside as atividades educativas escolares.
Assumindo o poder que lhe e conferido pela sociedade de classes que precisa colocar homens certos nos lugares certos para desempenhar funções específica, o Currículo, infelizmente entra para ajudar legitimar os papéis sociais a serem cumpridos pelas classes.



REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

PACHECO, José Augusto. Currículo: Teorias e Práxis. Porto Editora, 1996.






Formação do professor para formar leitores nas séries iniciais
Autoras: Cleide Alves Cardoso

Justificativa
É perceptível a necessidade de complementação e nivelamento dos conhecimentos dos estudantes. Com a crise educacional brasileira, os jovens e adultos que saem das escolas hoje, trazem cultura incompleta. Conhecendo os alunos que atualmente entram para as universidades, verifica-se pouca ou quase nenhuma prática de leitura por vontade própria, como também por outros meios informativos e criativos do saber.
Consequentemente influenciará suas vidas, não permitindo muitas vezes compreender enunciados da realidade do seu dia-a-dia, pois há carência de leituras anteriores que serviria de suporte ao entendimento dos mesmos.
Justificando, portanto o uso da leitura ainda nas séries iniciais como instrumento prazeroso, eficaz e capaz de ensinar a criança a decodificar o texto, como também formar cidadão crítico, capaz de transformar o mundo à sua volta.

Objetivo geral
Contribuir para a reflexão do processo de desenvolvimento da leitura ainda nas séries iniciais, por meio de estudos e da investigação da ação pedagógica do professor e das suas relações com a leitura.
Objetivo específico
Discutir a necessidade de uma reformulação pedagógica voltada para o incentivo do professor desenvolver o gosto e o prazer de ler como uma estratégia de aprendizagem, contribuindo para facilitar a sua relação e aceitação no incentivo a leitura.

Considerações finais
Este trabalho teve sua relevância, pois dentro do contexto que cada um está inserido, percebi que existe uma divisão clara em duas etapas em relação à leitura. Primeiro, as crianças devem através do método silábico, dominar os mecanismos básicos da leitura para somente após isso, começarem realmente a ter contatos com livros e outros suportes de leitura.
Parece que nos primeiros anos de escolarização, somente a primeira etapa da silabação é cumprida. Não havendo por parte dos professores, a compreensão de que os dois processos podem ser desenvolvidos conjuntamente e, ao mesmo tempo em que a criança aprende a ler pode também ter contato com diferentes suportes de textos.

Metodologia


Referencias bibliográficas
ZILBERMAN, Regina. A leitura infantil na escola. 5ª ed. São Paulo. Global, 1995
SILVA, Ezequiel Theodoro da. O ato de ler – fundamentos psicológicos para uma pedagogia da leitura. São Paulo. Cortez editora: autores associados, 1987.
REGO, Lúcia Browne. Aprendendo a ler – uma conquista da criança ou resultado de treinamento? In: Seminário de Aprendizagem da língua materna, uma abordagem interdisciplinar. Brasília, 1984.


Resumo


Este trabalho situa-se numa linha muito recente de pesquisa no Brasil que contempla a busca de arcabouços teóricos para justificar o uso da leitura textual e literária como instrumento de desenvolvimento humano e cultural na formação do sujeito criativo e critico.
Busco refletir sobre a importância do professor na formação de leitores, visando o desenvolvimento do aluno com visão critica que cotidianamente procuram o conhecimento no ato de ler, viabilizando assim, a argumentação e a capacidade de










Avaliar a escola é preciso.
Mas... que avaliação?



       Um dos mitos ainda vigentes nas escolas é que avaliação é uma tarefa centrada na relação professor-aluno. Avalia-se a produção cognitiva do aluno por meio de instrumentos limitados e padronizados. Os resultados serão, no mínimo, insuficientes ou, até mesmo, equivocados. As causas do que aparece na avaliação estão, na maioria das vezes, fora da sala de aula, na escola, no sistema educacional, na família, na sociedade. Se queremos fazer uma avaliação consistente e coerente não podemos nos limitar à avaliação da aprendizagem. É preciso analisar a escola e os fatores externos a ela.
       A escola tem um papel social de fundamental importância, podendo tornar-se um lugar de vivências de prazer, de cultura e de ciências, onde a ética e a justiça norteiam as ações.
       A avaliação implica um debate ético e político sobre os meios e os fins da educação.
       Somos geralmente preparados para avaliar somente a aprendizagem dos alunos. Avaliar a escola como um todo, buscando identificar como está o seu funcionamento, como estão sendo desenvolvidas as atividades que levam os alunos a prenderem e a se tornar cidadãos.
       Mas será que o fato de fazermos uma avaliação já resolve todos os problemas da escola?
       Para tirar outro mito: o da neutralidade da avaliação. Desenvolvemos os seguintes temas:
  • A prática da avaliação não é neutra
Não existe prática neutra, já que , por trás das nossas posturas, há um referencial consciente ou não, que direciona nossas ações.
___________________     
¹ Aluna do 7º Período do curso de  pedagogia Vespertino
² Professora da Faculdade Adventista de Educação do Nordeste

 
    
 O processo de avaliação, no bojo dessa concepção educativa, é considerado um processo que visa ao desenvolvimento do homem na sua pluridimensionalidade.
  • Correntes atuais da avaliação institucional
Existem, atualmente duas correntes de pensamento sobre avaliação institucional em educação. A mais usada é chamada de Avaliação Meritocrática ou Para Controle.
        Está voltada para identificar Mérito, quem sabe mais, desempenha melhor  ou tem melhores resultados.
        A outra corrente enfoca a avaliação como processo para transformação e aperfeiçoamento.
        É usada para identificar dificuldades e sucessos.
        É possível trabalhar avaliação no sentido de aprimorar a escola e o sistema educacional. Para isso, é preciso ter clareza dos princípios que a norteiam.
  • Avaliando a escola numa perspectiva transformadora
Cinco princípios básicos:
Adesão Voluntária
Avaliação Total e Coletiva da Escola
Respeito à identidade da Escola
Unidade de Linguagem
Competência Técnico-Metodológica
  • O que é mesmo avaliar, no enfoque humanizador, reflexivo e construtivo?
      Avaliar é o ato de acompanhar a construção do conhecimento do aluno, a avaliação escolar apresentando como Um Processo Global.


DAVIS, Cláudia [et all]; VIERA, Sofia Lerche (org.). Gestão da escola: desafios a enfrentar. Rio de Janeiro: DP&A, 2002
        







Universidade Estadual de Feira de Santana
Departamento de Educação
Disciplina; Filosofia II
Docente: Maria Helena da Rocha Benosik
Discente: Cleide Alves Cardoso


Resenha

Filme: Rosali vai as Compras
Direção: Percy Adlon
Data de exibição: 15/10/2004


Rosali Gresnpece é uma dona de casa devotada, tem sete filhos, sendo quatro meninos e três meninas. Diferentes em determinadas características, mas bastantes semelhantes em um único objetivo, que é o desejo consumista, fruto de uma sociedade capitalista e alienada.
Rosali é casada com um piloto de uma Empresa Distribuidora de Arroz, tendo como função pulverizar os campos. Ele é um homem totalmente permissivo, leal e apaixonado por sua esposa, que o controla e cuida da sua vida pessoal e profissional. Tem uma grande paixão por pilotar. Ele parece viver no mundo muito particular, um mundo idealizado por ele, onde os problemas da família, principalmente financeiro, que parece não atingi-lo. Só demonstra algum tipo de iniciativa quando percebe que não está enxergando direito e começa a achar que vai ficar cego, levando um bom tempo para admitir esta situação para a esposa. Este acontecimento desencadeara uma grande mudança na vida de Rosali e família.
A sr. Rosali mostra ser uma pessoa “ingenuamente” sem nenhum senso de moral. Apesar de mostrar-se muito religiosa, ela utiliza artifícios ilícitos para fazer valer sua grande necessidade de consumo. É uma compradora compulsiva, compra tudo que é anunciado mesmo que não seja útil para ela. Explica tudo de forma muito simples, “todos devem e quem mais deve é quem não precisa dever” e para ela o importante é pagar os juros cobrado pelas financeiras e bancos, afirmando que nessa transação todos saem ganhando. Para manter esses seu falso status, ela falsifica cartões de credito, tem 28 ao todo, falsifica assinaturas de talões de cheque, é mal pagadora, aplica diversos golpes no mercado e justifica esse seu comportamento como sendo normal dentro de uma sociedade em que todos sempre parecem levar alguma vantagem.
Ela tem uma forte ligação com a igreja católica e criou convenientemente uma crença que pecado só é pecado quando não é confessado. Juntamente com um padre da igreja de sua comunidade, que ela se confessa com regularidade e o padre apesar de fazer algumas criticas ao seu comportamento, sempre termina repetindo o mesmo ritual no pagamento das penitências. Com passar do tempo por um pedido de Rosali, o padre sai da formalidade do confessionário e torna-se um ouvinte assíduo e próximo, sem a barreira do anonimato, eles têm uma regularidade nos encontros e consegue até fazer com que o padre participe passivamente de alguns de seus atos. Quando ela não aparece ele fica apreensivo
Em sua casa Rosali é dona de vários produtos eletrônicos.
Certo momento, sua filha Bárbara em um de seus súbitos ataques de mimo, pede para sua mãe como prova de amor um computador de ultima geração, igual ao que ela usava no moinho onde trabalha e sua mão mais uma vez se envolve em mais confusão para agradar sua filha.
A família todos os dias durante as refeições é servido de um banquete que assusta a qualquer um que chega. Ela diz que é para seu filho exercitar, pois será chefe de cozinha. Durante as referidas refeições, a família se comporta de forma indisciplinada, pois param para fazer muitas tarefas, principalmente para assistir televisão, retornando ao término de realizá-las.
Rosali é uma mãe amorosa e dedicada, porém para obter algum tipo de proveito desconsidera até os próprios filhos.
Ela tem um raciocínio aguçado, é bastante inteligente, mas canaliza sua inteligência para coisas negativas. Ver o governo como mentor intelectual dessa grande teia de negociações e ela apenas é fruto dessa superestrutura financeira que sempre leva vantagens em tudo.
Nessa trama que chega muitas vezes a ser cômica, até o padre é envolvida na teia das negociações e termina levando vantagem ao final. Ela acredita todos nós somos completamente adaptáveis a cada nova situação e todos se completam nesta sociedade consumista e escrava das relações abstratas de poder, onde o pequeno continua pequeno e só mudará de condição se deixar os escrúpulos de lado e aprender as teias que cercam esta sociedade capitalista. Fica bem claro isto, quando sua família e o padre fecham os olhos para as atitudes alucinadas e desprovidas de qualquer senso moral, pois sabem que ao final cada um levará vantagem em alguma coisa.
Neste filme o autor, além de dar destaque à falta de escrúpulo de alguns personagens, ainda abre um parêntese para se discutir a relação de poder, status e exploração moral e econômica de algumas sociedades. Ao final revela-se também que cada um vale o que aparenta ser, pois ela devido a iminência de desemprego do marido, Rosali consegue um empréstimo só pelo fato do gerente do banco acreditar que ela é uma milionária querendo gastar muito dinheiro e ao final ele achou que lucraria bastante com isso. Mas como dizem “a necessidade obriga o ladrão” Rosali mais uma consegue sair só chamuscada, pois ela tem o gerente nas mãos devido à realização dele em negociações ilícitas.










UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DATA: 15/03/2003
DISCIPLINA: DIDÁTICA ESTUDO SOCIAIS PARA SÉRIE INICIAIS
DEPARTAMENTO: EDUCAÇÃO
DISCENTE: CLEIDE ALVES CARDOSO
ASSUNTO: CONSTRUÇÃO DE TEXTO








César Coll









FEIRA DE SANTANA-Ba
Maio de 2003





UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA









A significatividade da aprendizagem está vinculada muito diretamente à sua funcionalidade. A educação escolar deve sempre ocupar-se de que os conhecimentos adquiridos; conceitos, habilidades, valores, normas etc. possam efetivamente ser utilizados quando as circunstancias nas quais o aluno se encontrar assim o exigirem. (César Coll, 1997).












Feira de Santana-ba
Maio




César Coll



            César Coll doutorou-se em Psicologia Evolutiva e da Educação na Faculdade de Psicologia da Universidade de Barcelona, onde é professor de Psicologia da Educação desde 1985. foi diretor geral da proposta de reforma do ensino na Espanha, junto ao Ministério da Educação e Ciências, e tem publicado vários trabalhos, sempre inspirado em uma concepção construtivista de ensino e aprendizagem. Foi também consultor do MEC na elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais, aqui no Brasil.
Logo nos primeiros debates sobre a reforma educacional brasileira, em meados dos anos 1990, ficou decidido que o modelo para as mudanças seria o implementado na Espanha sob a coordenação de César Coll, assessor técnico, surgiram os Parâmetros Curriculares Nacionais. Desde então, as idéias desse pensador, César Coll Salvador, da Universidade de Barcelona. Das discussões no MEC, das quais Coll participou como, que haviam chamado a atenção de algumas escolas de São Paulo, passaram a influenciar toda a nossa rede de ensino.
A principal delas é a necessidade de um plano curricular que satisfaça, de forma articulada, todos os níveis do funcionamento de uma escola — e foi divulgada pela primeira vez no livro Psicologia e Currículo. Segundo Coll, não se pode separar o que cabe ao professor — a aula — do que é responsabilidade dos alunos — o conhecimento prévio e a atividade. A família e outras instituições que fazem parte desse universo também precisam se fazer presentes. "Para que a criança atinja os objetivos finais de cada unidade didática, temos antes de identificar os fatos, conceitos e princípios que serão propostos; os procedimentos a considerar e os valores, normas e atitudes indispensáveis", afirma. Não é tarefa fácil. Por isso, ele destaca que, em muitos casos, os profissionais dependem de uma formação melhor antes de assumi-la.
"Seu maior mérito é o de reunir de forma harmônica idéias consagradas de grandes teóricos", diz Zélia Cavalcanti, que trabalha na Escola da Vila, em São Paulo, e organizou o primeiro seminário do espanhol em nosso país. Inspirado em Jean Piaget, Coll orienta todo seu pensamento numa concepção construtivista de ensino-aprendizagem. A prioridade é o que aluno aprende, não o que o professor ensina. "Ou seja, o foco principal sai dos conteúdos para a maneira de passar a informação de forma a garantir que ocorra a aprendizagem", explica Zélia.
Em entrevistas e palestras, Coll sempre enfatiza a importância de contextualizar esse novo currículo. "Se o conteúdo trabalhado tiver relação com a vida do aluno, o êxito será maior", ensina Sylvia Gouvêa, do Conselho Nacional de Educação. O filme Nenhum a Menos, do diretor chinês Zhang Yimou, apresenta algumas cenas bem emblemáticas. Bagunceiros e sem atenção enquanto a professora copia a matéria no quadro-negro, os estudantes mudam de comportamento quando desafiados a resolver um problema real. Na história, ambientada na área rural da China, todos calculam quantas pilhas de tijolos são necessárias para obter o dinheiro necessário para comprar uma passagem de ônibus até a cidade.
O novo currículo proposto por Coll contempla ainda os temas transversais, que devem estar presentes em todas as disciplinas e séries da Educação Básica. O ideal, acredita ele, é que aulas e explicações sobre saúde, sexualidade ou meio ambiente estejam totalmente integradas ao dia-a-dia. Pode parecer complexo, mas é simples. Bastam colocar as conversas sobre alimentação saudável, reciclagem, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e a importância do saneamento básico, entre tantos assuntos, na pauta de todos os professores.
O que ele diz
A preparação de um currículo precisa satisfazer todos os níveis da escola. O que importa é o que o aluno efetivamente aprende, não conteúdo transmitido pelo professor.
Um alerta
O bom funcionamento de um currículo depende não do professor, mas também dos alunos, pais, funcionários, coordenadores e diretores.
Neste trecho ele salienta a importância da interação de todos os seguimentos da sociedade, pessoas que devem ou deveriam estar comprometidos com a educação, de forma direta ou indireta.
Das discussões no MEC, das quais César Coll foi assessor técnico, surgiram os Parâmetros Curriculares Nacionais. A partir deste momento as idéias do pensador passaram a influenciar toda a rede de ensino.
Em entrevista realizada em Barcelona, em 02 de junho de 1999, pelos professores Jean Lauand e Elian Acabem Lucci, com tradução de Jean Lauand, César Coll respondeu algumas perguntas que selecionei num recorte, mas que mesmo assim demonstra a grandeza do seu trabalho junto à educação, que servirá para melhor compreensão das suas concepções e intervenção educacional.
O modelo curricular sobre o qual se assentam os PCN foi elaborado pelo psicólogo espanhol César Coll e tem uma lógica muito próxima das preocupações de Tyler.
O modelo de Coll parte de uma estrutura básica, que se torna diferenciada nos estágios subseqüentes. O quadro I, retirado do livro "Psicologia e Currículo", apresenta os passos iniciais da elaboração de um currículo seguindo a lógica de Coll.
A visão de conjunto dos componentes curriculares do ensino obrigatório parte do âmbito legal, passando pelas finalidades do sistema educacional, definidas na LDB 9394/96, com o objetivo de definir as unidades de tempo o currículo (ciclos) e as áreas nas quais esse currículo está organizado.
No desdobramento do modelo, no entanto, o autor não define os critérios que seriam utilizados para a determinação dos ciclos ou das áreas. Um segundo aspecto que sobressai no modelo apresentado no Quadro I diz respeito às fontes do currículo. Para Coll, a elaboração curricular deve ter em conta a análise da realidade, operada com referenciais específicos: sócio-antropológico, que considera os diferentes aspectos da realidade social em que o currículo será aplicado; psicológica, que se volta para o desenvolvimento cognitivo do aluno; epistemológica, que se fixa nas características próprias das diversas áreas do saber tratadas pelo currículo; pedagógica, que se apropria do conhecimento gerado na sala de aula em experiências prévias.
O esquema básico apresentado, apresenta uma visão de conjunto da estrutura do projeto curricular. Observa-se que, para cada área curricular, Coll propõe que sejam definidos objetivos finais, blocos de conteúdo e orientações didáticas para as atividades de ensino e avaliação.
Os blocos de conteúdo serão, seqüenciados e a programação das atividades elaborada segundo critérios estabelecidos pela proposta pedagógica em vigor no sistema escolar ou nas escolas.
Antes de analisar cada um dos componentes curriculares apresentados por Coll, cumpre salientar que os níveis de concretização são níveis decisórios acerca das questões curriculares. Assim:
O 1º nível de concretização é aquele em que são definidos desde os objetivos gerais do ciclo até as orientações didáticas para os professores, passando pela definição de áreas, pela formulação de objetivos para essas áreas e pela seleção dos conteúdos de cada área por ciclo. Na concepção de Coll, esse nível de concretização deve estar a cargo de uma autoridade central, aquela responsável pelo desenho da escolarização obrigatória.
O 2º nível de concretização diz respeito à temporalização e seqüenciação dos aprendizados ao longo do ciclo. Coll define temporalização como "a distribuição temporal do conjunto de aprendizagens específicas que os alunos devem realizar para adquirir as capacidades estipuladas pelos objetivos gerais do ciclo" (p.170). Uma vez que os objetivos tenham sido distribuídos no tempo, os conteúdos selecionados devem ser analisados e seqüenciados, de acordo com os seguintes passos estabelecidos por Coll:
  • identificação dos principais componentes dos blocos de conteúdos;
  • análise das relações entre os componentes e estabelecimento de estruturas de conteúdos;
  • estabelecimento da seqüenciação com base nas relações e estruturas estabelecidas.
Esse nível de concretização ainda é pensado como um nível central a cargo de grupos responsáveis pela administração da educação.
O 3º nível de concretização diz respeito aos "diferentes programas de ação didática em função das características concretas das diversas situações educativas" (p. 177). Segundo Coll, esse nível de concretização é de responsabilidade dos Centros Escolares (na nossa realidade, das escolas ou grupo de escolas) e permite a adaptação do modelo curricular às peculiaridades de cada caso. O autor ressalta que esse nível não pode ser entendido como integrante do projeto curricular, sendo uma ilustração acerca da maneira como o referido projeto pode ser utilizado.
A partir das competências estabelecidas por Coll para cada nível de concretização curricular pode-se observar que, a despeito de o autor caracterizar seu modelo curricular como aberto, a centralização da proposta é bastante visível. Caberia às escolas, no modelo proposto, apenas a adaptação de um conjunto de objetivos, conteúdos e procedimentos didáticos seqüenciados à realidade de cada escola.
O Projeto Curricular Básico apresenta como componentes curriculares: objetivos finais da área, blocos de conteúdos da área e orientações didáticas, todos definidos para um determinado tempo - os ciclos previamente estabelecidos. A concretização dos objetivos gerais da área por ciclo se estabelece a partir de aprendizagens específicas, sendo fundamental a determinação simultânea dos blocos de conteúdos e dos objetivos finais de cada área.
Para Coll, conteúdos são "o conjunto de formas culturais e de saberes selecionados para integrar as diferentes áreas curriculares em função dos objetivos gerais da área" (p.161 e 162). Para selecionar os conteúdos, deve-se buscar responder à seguinte questão: que conteúdos devem ser levados em conta na área curricular determinada para que o aluno adquira, no final do ciclo, as capacidades estipuladas pelos objetivos gerais da área?
O conjunto de conteúdos assim selecionados pode ser subdividido em:
a) fatos discretos, conceitos e princípios;
b) procedimentos;
c) valores, normas e atitudes.
Pode-se definir cada um dessas subdivisões como:
·         Fatos discretos: informações não articuladas;
·         Conceito: designa o conjunto de objetos, acontecimentos e símbolos com algumas características comuns;
·         Princípio: enunciado que descreve como as mudanças que ocorrem em um conjunto de objetos, acontecimentos, situações ou símbolos relacionam-se com as mudanças que ocorrem em outros conjuntos;
·         Procedimento: conjunto de ações ordenadas e finalizadas, ou seja, orientadas para o atendimento de uma meta;
·         Valor: princípio normativo que preside e regula o comportamento das pessoas em qualquer momento ou situação;
·         Normas: regras de comportamento que as pessoas devem respeitar em
determinadas situações;
  • Atitude: tendência a comportar-se de forma consistente e persistente antes a determinadas situações.
Em função dessa classificação dos conteúdos, Coll define os objetivos finais da área, organizando uma taxionomia de objetivos baseada nos três grupos nos quais classifica os objetivos. Essa taxionomia apresenta um conjunto de verbos para cada conjunto de objetivos desejados (p. 165 e 166): fatos, conceitos e princípios: identificar, reconhecer, classificar, descrever, comparar, conhecer, explicar relacionar, situar, lembrar, analisar, inferir, generalizar, comentar, interpretar, tirar conclusões, esboçar, indicar, enumerar, assinalar, resumir, distinguir, aplicar.
Procedimentos: manejar, confeccionar, utilizar, construir, aplicar, coletar, representar, observar, experimentar, testar, elaborar, simular, demonstrar, reconstruir, planejar, executar, compor.
Valores, normas e atitudes: comportar-se (de acordo com), respeitar, tolerar, apreciar, ponderar (positiva ou negativamente), aceitar, praticar, ser consciente de, reagir a, conformar-se com, agir, conhecer, perceber, estar sensibilizado, sentir, prestar atenção a, interessar-se por, obedecer, permitir.
Acompanhando a listagem de conteúdos e os objetivos de cada área, o projeto curricular deve apresentar um resumo das opções didáticas e metodológicas, assim como os procedimentos para a avaliação da consecução dos objetivos gerais das áreas por ciclo. No caso do modelo proposto pelo autor, esses procedimentos de avaliação devem seguir os princípios do construtivismo, opção pedagógica assumida por Coll.
O modelo de Coll permite alguns questionamentos: o caráter psicológico da educação é priorizado, esquecendo-se de aspectos sociais e culturais.
O caráter técnico da elaboração curricular é priorizado, com o estabelecimento de uma taxionomia de objetivos de natureza comportamental, a despeito da ênfase construtivista que o autor diz apresentar.
O controle do planejamento curricular é posto nas mãos de especialistas em currículo ligados aos órgãos centrais de planejamento de ensino.
A participação das unidades escolares e dos professores é reduzida no processo de planejamento curricular, cabendo-lhes adaptar as diretrizes curriculares à realidade de cada escola e elaborar os planos de aula.
Reflexões Críticas em Currículo nos modelos curriculares acima apresentados, currículo pode ser interpretado como um produto elaborado por especialistas, a partir de diretrizes, visando a uma programação das atividades de ensino que direcionam os alunos para atingir comportamentos desejados e pré-determinados.
Visões alternativas sobre o conceito de currículo são apresentadas a seguir:
O currículo tem que ser entendido como a cultura real que surge de uma série de processos, mais que como um objeto delimitado e estático que se pode planejar e depois implantar; aquilo que é, na realidade, a cultura nas salas de aula, fica configurado em uma série de processos: as decisões prévias acerca do que se vai fazer nos ensinam, as tarefas acadêmicas reais que são desenvolvidas, a forma como a vida interna das salas de aula e os conteúdos de ensino se vinculam com o mundo exterior, as relações grupais, o uso e o aproveitamento de materiais, as práticas de avaliação etc. (Sacristán, J.G., 1995, p.86-87).
Currículo é o conjunto daquilo que se ensina e daquilo que se aprende, de acordo com uma ordem de progressão determinada, no quadro de um dado ciclo de estudos. Um currículo é um programa de estudos ou um programa de formação, mas considerado em sua globalidade, em sua coerência didática e em sua continuidade temporal, isto é, de acordo com a organização seqüencial das situações e das atividades de aprendizagem às quaislugar. (Forquin, 1996, p.188).
O currículo representa muito mais do que um programa de estudos, um texto em sala de aula ou o vocabulário de um curso. Mais do que isso, ele representa a introdução de uma forma particular de vida; ele serve, em parte, para preparar os estudantes para posições dominantes ou
subordinadas na sociedade existente. O currículo favorece certas formas de conhecimento sobre outras e afirma os sonhos, desejos e valores de grupos seletos de estudantes sobre outros grupos, com freqüência discriminando certos grupos raciais, de classe ou gênero. (McLaren, 1977, p. 216).
Nos trechos acima, alguns aspectos merecem ser destacado:
Os currículos escolares transcendem os guias curriculares O material escrito representa apenas uma das dimensões do currículo: o currículo formal ou escrito. Nele encontram-se cristalizados os acordos estabelecidos entre os participantes do processo de elaboração curricular.
Embora o cotidiano da sala de aula sofra uma grande influência do currículo formal, ele não é totalmente determinado por esse documento. No dia-a-dia curricular acontecem muitas manifestações não prescritas no currículo escrito. Esse cotidiano da sala de aula é também uma das dimensões do currículo denominada currículo vivido.
Tanto o currículo formal, quanto o vivido, constituem um ambiente simbólico, material e humano que se modifica constantemente. Dessa forma, as decisões curriculares não são neutras nem científicas, envolvendo questões técnicas, políticas, éticas e estéticas (Apple, 1991). Essas dimensões que perpassam qualquer formulação curricular constituem o que se denomina currículo oculto. É por intermédio, especialmente, do currículo oculto que diferentes mecanismos de poder penetram na escola sem que estejam explícitos no currículo formal ou vivido.
O currículo não é um conjunto de objetivos, conteúdos, experiências de aprendizagem e avaliação, objetivos, conteúdos, procedimentos metodológicos e procedimentos de avaliação são componentes curriculares. O estabelecimento da periodização do tempo escolar, a opção por uma determinada forma de organização dos conteúdos (disciplinar, por eixos, por temáticas), a integração entre os conteúdos de um mesmo período ou de período subseqüentes são outros aspectos que precisam ser considerados ao se elaborar um currículo.
No entanto, esses aspectos requerem decisões que não são apenas de natureza técnica. Elas têm implicações nas formas de conceber a sociedade, a escola, o conhecimento. Elas são formas culturais de organização da escolarização e essas formas configuram o currículo. Por exemplo, uma prática de avaliação meramente classificatória funciona como mecanismo de diferenciação social dos indivíduos não apenas na escola, mas em toda a sua vida social. Não se trata, portanto, apenas de uma decisão técnica acerca de uma determinada metodologia de trabalho em sala de aula.
O currículo escolar não lida apenas com o conhecimento escolar, mas com diferentes aspectos da cultura A escola moderna está muito acostumada com a idéia de que deve se ocupar
da transmissão/ assimilação/ construção do conhecimento. Isso é verdade, na medida em que a especificidade da escola é o trato com o conhecimento escolar. No entanto, o conhecimento é apenas uma das facetas da cultura construída e reconstruída no ambiente escolar.
Ainda que a ênfase dos currículos escolares tenda a recair constantemente sobre os conteúdos escolares, esses conteúdos fazem parte de um padrão cultural influenciado pelo currículo oculto. A escolha de um determinado padrão cultural na seleção de conteúdos para um dado currículo expressa uma valorização desse padrão em detrimento de outros.
Todo currículo é um processo de seleção, de decisões acerca do que será e do que não será legitimado pela escola. A existência um conjunto de culturas negadas pelo currículo cria nos alunos pertencentes a essas culturas um sentimento de aleijamento do que é socialmente aceito.
A seleção de conteúdos e procedimentos que comporão o currículo é um processo político
Os modelos curriculares técnicos sempre buscaram definir parâmetros científicos através dos quais se deveria realizar a seleção e a organização dos conteúdos e dos procedimentos escolares. Embora alguns parâmetros científicos existam, eles não são neutros e desinteressados. Ao contrário, embute em si uma compreensão política do mundo e são, também eles, negociados pelas comunidades que os definem. Assim, os professores de matemática, por exemplo, partilham crenças e atitudes que direcionam a seleção dos conteúdos e dos procedimentos escolares. Tais crenças e atitudes originam-se no processo histórico do qual participam esses atores.
Em síntese, ao propor determinada organização curricular, a sociedade está realizando uma seleção histórica, problemática que reflete, em alguma medida, a distribuição de poder que se dá em seu interior.
Entrevista transcrita na integra, porém com alguns recortes, pois mereceria mais do que estas poucas páginas para exibi-la, mas com toda fidelidade no discurso.

Entrevista - César Coll

A Reforma Curricular Brasileira (realizada em Barcelona, em 2-6-99, pelos professores Jean Lauand e Elian Árabe Lucci. Edição e tradução: Jean Lauand)

JL: Inicialmente, gostaríamos de saber qual foi sua efetiva participação na elaboração dos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) do Brasil e em que medida a reforma curricular brasileira teve como modelo o sistema espanhol?
CC: Bem, minha participação na elaboração dos PCNs foi como assessor técnico. O grupo designado pelo Ministério para a elaboração dos PCNs era um grupo muito amplo, com representantes de universidades e do professorado das diversas áreas e minha colaboração consistiu basicamente em assessorar, no que diz respeito à adoção de uma estrutura que permitisse uma certa homogeneidade dentro das propostas das diversas áreas, não em termos de conteúdos - o que, naturalmente, compete aos especialistas - mas, no que diz respeito à definição dos objetivos dos diversos conteúdos, à maneira de formulá-los, aos blocos de conteúdos, aos tipos de conteúdos procedimentais etc. e no que diz respeito à fundamentação psico-pedagógica.
JL: E ao final, ficou semelhante ao sistema espanhol?
CC: Não pode ser semelhante, porque as realidades são diferentes e os objetivos são diferentes: os PCNs não são um currículo prescritivo oficial, são, antes, um referencial de currículo. na Espanha, há o que se chama aqui "diseño curricular base" que estabelece, em nível normativo, o mínimo que deve ser ensinado para todo o Estado Espanhol e depois, cada comunidade autônoma concretiza seu currículo oficial com caráter prescritivo. Trata-se, portanto, de casos totalmente diferentes; sim, podem ter elementos comuns como têm os PCNs do Brasil e o currículo espanhol, como podem ter com outras muitas propostas curriculares do resto do mundo, na medida em que compartilham princípios psico-pedagógicos, algumas opções curriculares do construtivismo e a opção por um currículo aberto e pela importância de elaborar projetos educativos nas instituições, pela consideração de diversos tipos de conteúdo, pela ênfase na autonomia dos centros para empreender adaptações que permitam atender à diversidade de interesses... Mas todos estes são princípios que estão presentes não nos PCNs e no currículo espanhol, mas na maioria dos países que modernizaram recentemente seus currículos.
JL: Para que ocorra efetivamente essa modernização, como deve ser, a seu ver, o preparo dos professores de ensino básico, secundário e médio? Principalmente num país com acentuadas diferenças como o Brasil?
CC: É o mesmo problema em todos os países: em alguns casos o problema é mais agudo; mas problemasem todos os países. É evidente que uma das mudanças que ocorrem com os PCNs é a de repassar boa parte da responsabilidade da definição concreta dos conteúdos e do currículo, o que antes era dado pela administração educacional (federal ou estadual): agora essa responsabilidade recai sobre as equipes docentes e sobre os professores, com a finalidade de que tenham uma margem de manobra para adaptar o currículo às necessidades dos alunos. Na medida em que isto ocorre, é evidente que, neste modelo, é necessário um professor muito mais formado, muito mais capacitado, que seja capaz de assumir a autonomia que a proposta apresenta.
Portanto, a formação do professorado que sempre foi uma necessidade, agora é mais do que necessária: é absolutamente imprescindível para poder pôr em prática uma ação docente de qualidade.
JL: E num país como o Brasil, com regiões extremamente pobres, o que o senhor sugere para a formação acelerada desse professorado?
CC: Do ponto de vista da política educativa geral, um governo, uma classe política e uma sociedade que implantam uma proposta desse tipo tem, naturalmente, que dar uma absoluta prioridade à formação do professorado: fazer a reforma sem essa prioridade da formação do professorado seria cair numa contradição que, espero, não venha a ocorrer no Brasil.
do ponto de vista técnico, parece-me bastante evidente que, assim como há uma descentralização do ponto de vista do currículo, tem que haver uma descentralização do ponto de vista dos processos e das atividades de formação: e penso que, neste caso, o ponto chave é procurar formar equipes de formadores de formadores que - descentralizadamente, nas diferentes regiões - possam assumir essa tarefa. E fazer isto, tendo em conta que o professorado necessita formar-se não em nível teórico, geral, mas procurando soluções para poder construir um currículo adaptado para seus alunos. Claramente, o que é necessário promover é a formação com base em projetos de formação centrados em propostas didáticas ajustadas às necessidades dos alunos de cada lugar. Outra idéia que me parece muito importante é a da utilização das novas tecnologias que oferecem imensas possibilidades do ponto de vista da educação à distância e que podem ser utilizadas para a formação do professorado e a elaboração de materiais multimídia: hoje, com esses recursos, estamos mais aptos a enfrentar desafios dessa magnitude do que no passado.
JL: Diversos educadores do Brasil e da Espanha (onde - guardadas as devidas distâncias - vocês têm uma experiência de dez anos de reforma) expressam a preocupação de que a reforma, sim, possa dar certo no ensino básico, mas que no ensino secundário e médio as coisas não funcionem (las cosas se estropeen).
CC: Não é que se estropeen; é que, nesses casos, é muito mais difícil, porque a mudança trazida pelas novas propostas é uma mudança que se nota muito menos na educação primária do que na educação secundária. Por que? Porque o princípio fundamental (que comentávamos antes) de adaptar o currículo às necessidades educativas dos alunos é algo que tem sido aceito na educação primária - talvez não, na prática, de uma maneira total, mas sim do ponto de vista do parecer geral dos docentes - muito tempo. Pode-se conseguir essa adaptação de modo melhor ou pior, mas todo professor primário sente-se na obrigação de adaptar o currículo às necessidades de seus alunos. a educação secundária - na medida em que, tradicionalmente, não era obrigatória - era proposta como seletiva, para formar os melhores, como caminho para o nível superior, universitário. Neste caso, o princípio encontra menos receptividade: os professores não foram formados para trabalhar nesse contexto. Então, logicamente, sendo a mudança muito mais profunda, as dificuldades são também muito mais profundas: há um choque com a cultura pedagógica dominante no ensino secundário e surgem resistências.
Também no nível técnico, é mais difícil, porque a diversidade de capacidades e interesses dos alunos é maior, na medida em que crescem em idade. Então, fica mais difícil organizar tecnicamente o ensino, mas o fato de ser mais difícil não significa que não se deva tentar: se considerar que é bom e socialmente desejável, devem-se identificar as dificuldades, analisá-las e empregar os recursos e os meios necessários para ir superando, pouco a pouco, essas dificuldades. Sempre tendo em conta que uma mudança dessa natureza não se faz de um dia para o outro, nem dentro de cinco anos; é uma mudança para médio e longo prazo e sabendo que não devemos nos desesperar diante das dificuldades, dos problemas e das resistências: o que é preciso é a convicção de que é uma mudança boa, a consciência de quedificuldades e que devemos empregar os recursos para ir caminhando em direção aos objetivos que pretendemos.
JL: Esta pergunta foi sugerida por um professor de matemática e, embora sob forma jocosa, pode ajudar-nos a ter uma melhor compreensão da proposta dos PCNs. Trata-se da conhecida piada científica que conta à história do ensino de matemática - ao sabor de sucessivas reformas - a partir do "problema das batatas". (dou a ler ao entrevistado uma versão espanhola do problema, cuja tradução apresentamos a seguir):
Ensino de 1960:
Um camponês vende um saco de batatas por 15 reais. O custo de produção é 4/5 do preço de venda. Calcular o lucro.
Ensino tradicional de 1970:
Um camponês vende um saco de batatas por 15 reais. O custo de produção é 4/5 do preço de venda, isto é, 12 reais. Calcular o lucro.
Ensino de 1970 - Matemática Moderna:
Um camponês troca um conjunto B de batatas por um conjunto N de notas de dinheiro. A cardinalidade de B é 100 e cada elemento sigma de N vale 1 real. Desenhe cem pontos representando os elementos de M. O conjunto C dos custos de produção contém 20 pontos a menos do que M. Represente C como subconjunto de M e responda à questão: qual é a cardinalidade de L, conjunto-lucro (desenhar seus elementos em vermelho).
Ensino renovado de 1980:
Um camponês vende um saco de batatas por 15 reais. O custo de produção é 12 reais e o lucro 3 reais. Sublinhe a palavra "batatas" e discuta com o grupo.
Ensino com computador de 1990:
Um produtor do espaço agrícola acessa on linche um link de um data bank que faz um download de alta resolução do day rate da batata. Através de um hyperlink ele pode calcular o cash flow. Importe, clicando o mouse, o GIF de um saco de batatas e formate para imprimir na Laserjet.
Ensino do ano 2000 – PCNs:
Um camponês / camponesa (de acordo com os PCNs, o professor de Matemática deve integrar a Matemática aos Temas Transversais, no caso a "1.3.4.2. Orientação Sexual: Acomodar num mesmo patamar os papéis desempenhados por homens e mulheres na construção da sociedade contemporânea, que ainda encontra barreiras ancoradas em expectativas bastante diferenciadas com relação ao papel futuro de meninos e meninas") vende um saco de batatas (aqui o trabalho deve estar integrado a outras disciplinas - como se dá a plantação de batatas - e ao tema transversal Meio Ambiente: "1.3.4.3. Meio Ambiente. A compreensão das questões ambientais pressupõe um trabalho interdisciplinar em que a Matemática está inserida. A quantificação de aspectos envolvidos em problemas ambientais favorece uma visão mais clara deles, ajudando na tomada de decisões e permitindo intervenções necessárias (reciclagem e reaproveitamento de materiais, por exemplo)" por 15 reais (Pluralidade cultural: em vez de "vende", pode-se falar em troca ou em outras possibilidades sugeridas pela Etnomatemática - cfr. PCN-Matemática 1.3.4.5) etc.
CC: (O entrevistado rapidamente o texto do problema e ao se dar conta de seu caráter jocoso diz:) Piadas científicas como esta, há muitas em todas as áreas e se trata de tentar ridicularizar e ver as coisas de um ponto de vista jocoso...
JL: ...De modo algum, mas tentávamos concretizar um pouco. Em outras palavras, como deve se comportar um professor de Matemática, que, além de Matemática, tem de ensinar a igualdade do homem e da mulher ante o mercado de trabalho...
CC: ...Eu não vejo as coisas assim. Eu diria que o bom professor de Matemática no próximo século será igual ao bom professor de Matemática dos anos 60, 70 ou 80. Sempre haverá desvios, é claro, mas o bom professor de Matemáticas ensinará "lo mismo" e ensinará com plena consciência do contexto social em que ensina...
JL: ...Mas isto é mais difícil com Geometria Analítica ou com Química Orgânica do que, digamos, com História...
CC: ...Não! Acho que não, porque o problema continua sendo o de contextualizar, o de considerar as exigências sociais e isto não se refere tanto aos conteúdos concretos - digamos, de como se formulam os problemas - mas sim, ao sentido que se dá ao ensino: que sentido deve ter o ensino de Matemática para as novas gerações? Este é o problema de fundo. E este sentido é determinado pelas necessidades sociais: para que é necessária a Matemática na educação básica e obrigatória para um aluno atualmente? Esta é a modificação de fundo; se há alguma modificação importante, decorrerá deste ponto e não do fato de adotar uma ótica de teoria dos conjuntos ou do que for... Esta é a questão de fundo, esta é a reflexão que nos falta e que não está terminada: ela foi iniciada, mas ainda não a concluímos. Será que, realmente, a Matemática que se ensina na educação básica obrigatória é a Matemática que se requer para exercer a cidadania na sociedade atual e no futuro?
JL: Sempre se corre o risco de fazer um trabalho fictício, postiço: "Ética, meio ambiente, temas transversais etc... e agora vamos ao que interessa: decorar a tabuada!"
CC: Os importantes, insistem, para os temas transversais não é introduzir, digamos, em nível de "letra", de redação o que é a não-discriminação entre gêneros, a igualdade de oportunidades ou uma conduta social de acordo com os princípios cívicos e democráticos nos enunciados, mas realmente situar o ensino de Matemática a serviço disso... É necessário fazer uma reflexão: realmente, você e eu, que somos adultos, que temos reconhecida uma plenitude de direitos e de deveres, que nos situamos em um nível, poderíamos dizer, relativamente alto e que, portanto, é de esperar que, em nosso desempenho profissional, estejamos à altura das exigências desse nível: de que Matemática realmente necessitamos? Esta é a questão!
Há uma tendência academicista no ensino básico e obrigatório que, penso eu, neste momento é um lastro que precisa ser re-examinado. Não digo que se deva esvaziar a Matemática, mas fazer a reflexão sobre se realmente tudo aquilo que hoje faz parte dos currículos nos diferentes países é realmente o que o cidadão necessita e, portanto, aquilo que deve ser assegurado em uma formação para todos ou se, antes, é fruto de tradições academicistas, que historicamente estariam justificadas, mas, que, talvez, hoje em dia, não estejam. E, reciprocamente: que pontos do conhecimento matemático que não estão no currículo e que deveriam estar no lugar de pontos que não são funcionais.
JL: Mas, deve-se ter em conta também um valor formativo específico de cada disciplina: a formação matemática, por pouco funcional que seja, propicia uma formação do modo de pensar: não se estuda Geometria para calcular áreas, mas como formação no sentido da Academia de Platão: "Não entres, se não és geômetra!". E não é fácil perceber esse valor formativo que não se traduz em utilidade imediata...
CC: Estou de acordo com tudo isso que você diz, mas isto mesmo se pode aplicar - mutatis - a todos os conteúdos e não depende tanto do conteúdo, mas do modo de apropriar-se e de aprender os conteúdos: o estudo de História, de Geografia, de línguas... pode ser feito de modo a permitir o desenvolvimento de capacidades e de criar umas coordenadas mentais ou pode ser feito de um modo horroroso. Não é um argumento que se possa aplicar à Matemática...
JL: ...Evidentemente, eu não me referia à Matemática...
CC: ...Mas ao conjunto dos conteúdos. Portanto, partindo do pressuposto de que vamos ensinar e procurar fazer com que os alunos aprendam da melhor maneira possível, desenvolvendo sua capacidade de pensar de maneira autônoma, é necessária a reflexão sobre quais conteúdos são mais importantes nesse sentido.
JL: Passo a palavra ao Professor Elian para suas perguntas...
EL: Eu, que percorro o Brasil continuamente em contato com professores, tenho a impressão de que um ponto extremamente positivo da reforma é o da interdisciplinaridade. Mas os professores queixam-se de que não estão sendo devidamente preparados...
CC: A verdade é que isto é uma conseqüência inevitável da profundidade de mudança da proposta. Se a mudança fosse superficial, teria provocado menos inquietação e ansiedade ante a necessidade de adaptar-se à nova situação: mas isto é inevitável quando a mudança é profunda.
E voltamos ao que dizia antes: é necessário exigir coerência de quem promoveu a reforma e, portanto, que os recursos necessários para que o professorado possa formar-se adequadamente. E há um segundo ponto: quero dirigir aos professores uma mensagem que os tranqüilize: os professores que eram bons profissionais no antigo sistema, continuarão sendo bons profissionais no novo sistema e para os que pressentiam que era necessário mudar, a nova proposta oferece uma orientação sobre o sentido para o qual devem encaminhar as mudanças. E, certamente, a perspectiva da ansiedade ou da insegurança não é a melhor para enfrentar uma situação nova; os professores têm que pensar que são profissionais e que devem formar-se (isto não significa que não sabem de seu ofício ou que o exerçam mal, mas, como todo profissional, devem procurar melhorar no exercício de sua profissão). E que é necessário exigir, junto aos que detêm os meios e a responsabilidade, que propiciem essa formação. E também saber esperar, porque essas mudanças não se realizam a curto prazo, mas a médio e longo prazo e é um erro pretender um retrocesso antes de se dar realmente a oportunidade para que ocorram essas mudanças.
EL: Ouço dos professores brasileiros que enquanto na Espanha os temas transversais são a estrutura básica, no Brasil são antes justapostos ou opcionais...
CC: Pelo que estou informado, isto não é totalmente correto. A verdade é que a proposta do Brasil e a nossa são ligeiramente diferentes, como comentávamos: aqui (na Espanha), faz parte do currículo prescritivo e no Brasil é um referencial. É preciso distinguir entre o que se propõe em nível teórico e o que acontece realmente em sala de aula: teoricamente, há uma integração e uma apresentação integrada dos temas transversais nas áreas clássicas do currículo, mas na prática, estamos muito longe de alcançar o nível de integração que seria desejável.
Não vejo propostas radicalmente diferentes; há, sim níveis diferentes e fundamentações em razões diferentes em um e outro caso, por conta da tradição do país, da situação pedagógica...
EL: O que me parece interessante na proposta é a possibilidade de dar ao jovem uma visão integrada.
CC: O que devemos ter em conta é que nós podemos ensinar matérias diferentes, mas na cabeça do jovem tudo o que se ensina deve-se integrar com base numa realidade que é única, como cada um deles é único. É um pouco ilusório pressupor que eles vão, por si mesmos, fazer uma integração de algo que não lhes é dado de modo integrado: as disciplinas da educação básica obrigatória, que devem estar dirigidas a oferecer-lhes instrumentos de leitura, análise, compreensão e de atuação sobre a realidade. Isto se pode conseguir, integrando as contribuições disciplinares e não as separando e estabelecendo fronteiras entre as disciplinas.
 Neste trecho ele salienta a importância da interação de todos os seguimentos da sociedade, pessoas que devem ou deveriam estar comprometidos com a educação, de forma direta ou indireta.
Das discussões no MEC, das quais César Coll foi assessor técnico, surgiram os Parâmetros Curriculares Nacionais. A partir deste momento as idéias do pensador passaram a influenciar toda a rede de ensino.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

COLL, César. Desenvolvimento Psicológico e Educaçãoorganização de César Coll, Jesus Palácios, Álvaro Marchesi: tradução de Marcos A. G. Domingues. Porto Alegre: Editora Artes Medicas, Vol. 03, 1995.

COLL, César. Psicologia e Currículo. Uma aproximação psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. Editora Ática. 2ª edição. São Paulo, 1997.

TYLER, Ralph. Princípios Básicos de Currículo e Ensino. Porto Alegre: Globo, 1974.

Revista Escola. Mês de agosto, 2002










UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA



















RESUMO













FEIRA – BA
2006



Universidade do Estado da Bahia
Disciplina: Metodologia do Ensino Superior
Docente: Marcio Ronaldo
Discentes: Cleide Alves Cardoso



Simulações: conceituação
Antonio Carlos Gil


O texto simulações de Antonio Carlos Gil, do livro “Metodologia do Ensino Superior”, trata de uma das estratégias utilizadas na educação. Estas estratégias são configuradas por possibilitarem aos alunos a assumirem uma postura existente na vida real em que se comportam de acordo com elas. Além de possibilitar um feedback imediato acerca das conseqüências de seus comportamentos, atitudes e decisões. São reconhecidas como estratégias modernas e cria um clima agradável em sala de aula.
As simulações podem alcançar inúmeros objetivos. Seu uso é mais freqüente em programas de treinamento e desenvolvimento pessoal do que na educação formal. Embora também seja usado de forma restrita no ensino superior, seus principais objetivos são estimular a reflexão, favorece o autoconhecimento, desenvolve a empatia, analisa situações de conflito, desenvolve atitude e habilidades específicas.
Esta estratégia é classificada em três grupos: homem-máquina, homem-computador ou com pessoas. Seus processos são: demonstração, processo do incidente, estudo de caso e dramatização.
A demonstração aplica-se mais ao ensino de habilidades manuais por meio de raciocínio concludente recomendada para alcançar domínio psicomotor, sendo um exemplo de treinamento de pilotos de avião.
Já o estudo de caso consiste em apresentar fatos ou resumos de situações ocorridas com vistas à sua análise e apresentação de solução pelos alunos, citando como exemplo administração de empresa. O processo do incidente, variação do estudo de caso, apresenta à classe uma ocorrência resumida, sem oferecer maiores detalhes que os alunos irão buscar as informações que não dispõe, para analisar e debater as soluções em grupos.
Por último temos a dramatização, que tem sua origem nos trabalhos desenvolvidos em Viena, pelo médico e sociólogo Jacob Levy Moreno. Consiste na utilização da livre improvisação dramática, visando o desenvolvimento da espontaneidade do individuo. Pode ser utilizada nas mais diversas disciplinas e, sobretudo no campo das ciências humanas. Recomenda-se para alcançar objetivos no domínio afetivo e para desenvolver determinadas atitudes. Exige cuidado, planejamento para definir objetivos, elaborar roteiro, definir papéis, selecionar os participantes, preparar os ouvintes e avaliar junto com os alunos participantes e ouvintes a aprendizagem de todo o grupo.




Os Recursos Audiovisuais
Antonio Carlos Gil



O autor atenta primeiramente para a dificuldade dos docentes em fazer uso excessivo das palavras, pois muitas das vezes os alunos tendem a não absorver, a nível satisfatório, as atividades desenvolvidas em sala de aula, sendo assim o autor busca fazer crítica a tal processo de aprendizagem através de explicações que irá legitimar tal afirmativa.
Visando reverter tal quadro é que o autor busca alertar para a necessidade de implantação de recursos audiovisuais, principalmente no ensino fundamental e médio, todavia ele pontua as vantagens do uso dos recursos audiovisuais que estão descritos a seguir:
Em relação a atenção, tal processo contribui substancialmente para fixar a atenção dos alunos nos conteúdos dados em sala de aula, através de vídeo, microcomputador, televisão e videocassete.
Em relação à compreensão e à aplicação recomenda-se a realização de experiência prática e o uso de recursos como as fotografias, desenhos, diapositivos, filmes e outros apresentam-se de grande importância na medida em que através deste pode-se apresentar o conteúdo trabalhado em um curto espaço de tempo, tendo o aluno um aprendizado bem próximo à realidade.
Em relação a retenção tal recurso tem a função de fixar os conteúdos trabalhados em sala de aula de forma organizada através dos slides, as transparências, álbum seriado etc., por um período de tempo maior, sem causar desinteresse da turma.
O procedimento na avaliação torna-se eficaz na proporção em que o professor pode gravar as aulas e posteriormente analisá-las.
Porém quando esses recursos são usados de forma passiva e exaustiva, tendem a desestimular adoção de um papel mais ativo por parte dos alunos, situação igual acontece quando o professor torna-se dependente de um determinado recurso esquecendo que eles são auxiliares de ensino e não um direcionador do processo didático.
Por fim, a diversidade audiovisual, o autor procura classificá-los em: visuais, auditivos audiovisuais tradicionais e audiovisuais integrados ao computador. Salientando que no ensino superior os mais usados são: o quadro-de-giz, o retroprojetor, bloco de papel, o álbum seriado e o vídeo cassete.





Referência bibliográfica

GIL, Antonio Carlos. Metodologia do Ensino Superior: Simulações. pp 41/44 e Recursos Audiovisuais. pp 45/50:São Paulo: Papirus, 2001.









UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA















RESUMO
MULHERES NA SALA DE AULA














Feira de Santana-Ba
Maio-2003




Universidade Estadual de Feira de Santana
Disciplina: História da Educação no Brasil
Departamento de Educação
Docente: Irani
Monitor: Otto
Discente: Cleide Alves Cardoso







Em meados do séc. XIX, Nísia Floresta, uma feminista revolucionária reivindicava a emancipação feminina elegendo a educação como meio para alcançá-la.
Após Proclamação da República, havia um discurso de tirar o Brasil da figura primitiva, apesar dos mesmos grupos perpetuarem a estratégico jogo de poder social, relegando a educação o completo abandono, a partir desse quadro foi lançado um discurso colocando relevância na educação como base primordial para modernização do País, porém os anos iam passando e o analfabetismo nacional não mudou, apesar de se estar encaminhado para o séc XX.
Os legisladores haviam determinado, nos anos de 1827, escolas de primeiras letras em todos os lugares populares, porém a realidade estava muito além de se concretizar. Em alguns lugares havia escolas em maior número para meninos, escolas fundadas por congregação e ordens religiosas femininas ou masculinas, onde existiam professoras para as classes femininas e professores para as classes masculinas,sendo que eles deveriam ter  uma moral inabalável. Mas, apesar desta proximidade na semelhança da profissão, existia um paradoxo no que se diz respeito a aplicação de tarefas. De início todos ensinavam a mesma coisa, que era ler, escrever, contar as quatro operações, mas as doutrinas espirituais, mas logo surgia a distinção onde para os meninos é ensinada a geometria e para as meninas, bordado e costura.
Foi implantada uma lei de instrução pública o ensino de pedagogia, sendo o único nível que as meninas teriam acesso, onde seriam nomeadas mestras para ensinar, senhoras honestas, prudentes e com conhecimentos, se mostrassem dignas de tal privilegio. Apesar da lei determinar salários iguais a diferenciação se dava a partir do momento em que no currículo masculino era incluído a geometria, assim, o nível salarial desses mestres aumentavam.
A educação de meninas (os) não era a única diferenciação de classe na época, era bem acentuada, e essa diferenciação de todos os níveis emergindo daí o tipo de educação que cada um receberia.
As crianças negras não tinham acesso a educação, apesar do afrouxamento das leis, pois com todas as atribuições delegadas a elas não lhes sobravam tempo para irem a escola.
Na virada do século, grupos de trabalhadores organizados em torno de ideais políticos, como o socialismo e o anarquismo, apresentaram projetos para educação infantil e também edificaram escolas através de suas lutas. Em meios aos anseios de um mundo mais justo que permeava suas lutas, eles também se preocuparam com a questão da educação feminina.
As filhas dos grupos privilegiados além da educação normal que geralmente eram ministrados em suas residências, elas tinham ainda aula de piano, francês, bordado rendas, mando na criadagem, etc, além de acrescidos de elementos capazes de torná-las uma companheira agradável para os maridos, como também uma mulher capaz de bem representá-los socialmente.
O lazer nesta época eram as missas, novenas e procissões.
As concepções e formas de educação das mulheres nessa sociedade eram múltiplas. Elas deveriam ser mais educadas que instruídas, com ênfase maior na formação moral, sendo que seu destino primordial era de esposa e mãe. Portanto a educação feminina se dar além dela, não se encontrava nos seus próprios anseios ou necessidades, mas na função social de educar os futuros cidadãos (seus futuros filhos). Tal justificativa era exposta na primeira Lei de Instrução Pública do Brasil de 1827.
Com os proclames as necessidades de mestres(as) de boa formação, que em meados do séc. XIX algumas medidas foram tomadas e logo começaram a ser criada escola normal para formação de docente. As Instituições foram ambos os sexos, embora o regulamento prevesse classes distintas para meninos e meninas ou até mesmo escolas. Lembrando que a profissão de educador começou com os Jesuítas entre 1549 até 1759. posteriormente foram os homens que ocuparam esta função, agora urge a necessidade da mulher nesta profissão.
Ao serem criadas as escolas normais a intenção era formar tanto professores quanto professoras, mas relatórios denunciavam que estava formando mais professoras do que professores. Tal característica se dava por várias províncias dando origem a feminização do magistério, fator observado também em outros países, os homens estavam deixando as salas de aula, questão vinculada provavelmente à industrialização e a urbanização que ampliava as oportunidades de outros empregos. A presença dos imigrantes e o crescimento dos setores sociais médios provocaram outra expectativa em relação à escolarização.
Muitas vozes se levantaram em defesa da mulher como educadora , principalmente pela sua inclinação para o trato infantil, porém também houve muitas críticas e polêmicas, gerando assim uma resistência por parte daqueles que achavam que a mulher não conseguiria acompanhar a dinâmica social, assim não conseguiria preparar organismos que se devem mover tanto para o presente quanto para futuro.
Contudo houve pessoas que justificavam a fundamental importância da mulher nesta profissão , pois eles achavam que a mulher tinha uma propensão natural de amor e dedicação para com as crianças que adivinha evidentemente da maternidade.
Com a saída dos homens dessa profissão a feminização da educação a profissão passou ser vista mais como um sacerdócio, até mesmo por conveniência, pois assim dificultaria discussões futuras ligadas às questões salariais, carreiras e condições de trabalho.
Outro fator que pode ter acarretado a feminização da educação poderia ter sido a maior intervenção e controle do Estado sobre a docência, a respeito de conteúdos e níveis de ensino, as exigências de credenciais dos mestres, horários, livros didáticos e salários, processo paralelo a perda de autonomia que passam a sofrer as novas agentes do ensino.
O relatório de 1877, de Moacyr, referente a província do Rio Grande do Sul, diz que existe uma grande falta de professores na sala de aula, pois as habilitações vindas da Escola Normal por enquanto não satisfazem as necessidades do ensino para os homens. Afirmando que a educação masculina também deveria ser dada as mulheres, seguindo um modelo americano, pois logo estaria a escola de meninos sem mestres, porém salienta algumas determinações a exemplo dos concursos para seleção ser oferecido em março e em outubro de cada ano. O cargo caberia a normalistas que tenha completado 20 anos de idade,. mulheres poderão ensina, contudo elas terão que ter atingido os 23 anos, as aulas serão mistas e receberão meninos até 10 anos. Com essas medidas buscaram salvaguardar a sexualidade da professora e dos alunos, ficando em perpétuo estado de alerta. Para eles qualquer trabalho fora de casa oferecia risco.e não deveria afastar a mulher de sua verdadeira essência, que era ser esposa e mãe. Umas por necessidade outras por ambição de irem além dos espaços tradicionais, todas seriam cercadas de cuidados a não se afastarem de sua feminilidade. E tão logo surgisse a oportunidade do casamento teriam que deixar a profissão de lado. Era argumentado na época que o casamento e a gravidez despertaria nos alunos uma série de indagações referentes a sexualidade da professora as solteironas e as viúvas eram admitidas no trabalho fora de casa. Com esse caráter transitório, conseqüentemente seus salários permaneceriam baixos, pois o sustento da casa cabia ao homem.O relato de 1873 fala de algumas exigências para admissão de estudantes, eles teriam que provar que sabem ler, escrever e contar,que tem 16 anos pelo menos, bons costumes, não sofre de moléstia contagiosa. O ensino é gratuito, é freqüentado por homens e mulheres, sendo as respectivas lições dadas alternadamente a um e outro. As lições das alunas serão dadas no Colégio Nossa Senhora da Penha, podendo ser admitidas a ouvi-las as educadoras que estiverem prontas no ensino primário e tiverem vocação para o magistério, e no Ateneu Provincial, para os meninos, podendo ser ministrados agora também por professoras.
No começo do séc. as disciplinas de psicologia, puericultura, higiene escolar, passaram a integrar o currículo de várias escolas normais, esse novo currículo contemplava o desenvolvimento normal do aluno e até mesmo a maneira de tratá-las. A infância era alvo de novos discursos científicos as nascentes da psicologia infantil ganharam forças a partir do final do séc XIX. O afeto passou a ser visto como fundamental para umambiente facilitador” da aprendizagem, isso seria válido para a escola, quanto para o lar. Reforçando assim a necessidade da figura feminina na sala de aula.
Quando se tratava da Direção e Inspetoria da Escola, essa função cabia exclusivamente a figura masculina, com exceção das escolas religiosas. A primeira mulher a exercer este cargo entre 1912 a 1922, apesar das críticas, foi a professora Ester Pedreira de Melo.
Regularmente as escolas buscavam formas para controlar relação professora e aluno, não era permitido tratar de assunto alheio a disciplina em sala de aula, bem como conversar com os alunos nos intervalos da aulas, não eram permitidos contatos físicos, abraços e beijos, penas severas eram aplicadas tanto para as professoras, quanto os alunos.
A normartização de alunas(os) e mestras(es), tinham uma série de dispositivos que regulou e atribuiu uma ética para a profissão. Elas prestavam exame público, aplicação e premiação das notas, juramento na solenidade e por fim a conduta inquestionável e a forma sóbria de vesti-se criando assim um jeito de professora. E todas condicionalmente ou incondicionalmente seguiram essas observâncias em nome do prestigio da Instituição. As práticas normativas constituem um conjunto de critérios para autoregulação de suas próprias condutas.
Uma estereotipação que foi concebida a partir da luta da primeira feminista do Rio Grande do Sul, Ana Aurora do Amaral Lisboa, que muitos associava sua escolha à profissão de professora ao fato de ser considerada feia, até defeituosa, desconfiada e retraída, para Ana como para muitas moças a carreira do magistério se apresentava como uma alternativa mais viável ao casamento. Para muitas como foi dito era uma forma de sair da normalidade do que era permitido e para outras uma forma de fugir da real impossibilidade do casamento. E com isso surgiu uma forma de representação da profissão. Dentro desse quadro é possível compreender que a moça que se considerasse feia, seguindo daí a idéia que ela não conseguiria casar, tinha ela no seu trabalho de educadora a utopia familiar e a oportunidade da suposta maternidade. Outra representação era autonomia, a mulher que dentro dos limites da época, vencerá as barreiras sociais, pois elas tinham mais instruções que as outras, ganhava seu próprio salário e usufruía algumas prerrogativas masculinas, apesar de certa forma ter falhado como mulher, pois não se casou, essa representação de professora solteirona e então, muito adequada para fabricar e justificar a completa entrega das mulheres à atividades docente, servia para reforçar o caráter de doação e para desprofisionalização da atividade. Segundo concepção, a boa professora pouco estaria interessada com seu salário, pois está fazendo tudo por amor e abnegação. Sua família, seu lar, são seus alunos, sua casa é sua escola. Essa mesma solteirona era representada como uma mulher severa, de poucos sorrisos, cuja afetividade está implícita como recurso para disciplinar e ser disciplinada, exercendo assim, controle sobre a classe.
Uma outra forma de representação era a total submissão, e todo que insurge contra mentalidade hegemônica da época, é tomado como uma ameaça aos arranjos sociais e a hierarquia dos gêneros essas fugiam da representação do que era ser mulher.
Na medida em que novas orientações psicopedagógicas são introduzidas, percebem-se algumas transformações na expressão de afeto, onde se privilegia um ambiente prazeroso e a cor e o jogo deve estar presente, introduzindo assim neste atual contexto a professora sorridente e mais próxima ao aluno.
Os discursos sobre educação e o ensino, sobre o sujeito que deveriam reger, apresenta-se agora incorporado de novos interesses, novas teorias, etc...As professoras deveriam fazer diferente neste momento de modo diferente, utilizando sua subjetividade para novas práticas as mudanças sociais. Assim as “professoras e normalistas” foram se constituindo “educadoras”, depoisprofissionais,” para algumas tias, para outras trabalhadoras da educação.
O curso era demarcado como lugar de mulher, e era o nível mais elevado que uma jovem poderia pretender. Elas não seriam para sempre em muitos casos professora, mas o curso era valorizado. Para elas era o curso de espera marido. Com o novo discurso científico pedagógico, as teorias psicológicas e sociológicas contribuem para engendrar uma nova representação de professora, ela agora é mais que educadora, ela tem a missão de fornecer apoio afetivo, emocional e intelectual à criança, de modo que suas potências se tornem presentes. Ela tem também a função disciplinadora e corretiva para crianças ditas inadequadas socialmente. Nesta trajetória surge especialistas, aquele que detém o conhecimento dos estágios do desenvolvimento infantil, dos procedimentos de ensino mais adequados a promover a aprendizagem e a criatividade. Essa nova categoria de especialista apresenta-se como uma possibilidade de ascensão profissional para algumas professoras que, deste modo, passam a usufruir maior status no campo educacional.
O país passa por alguns momentos de efervescência, inclusive o severo regime militar que desencadeia uma grande e tensa repressão educacional. Todo esse processo fortalece a sinalização que tinha a educação em sair do campo afetivo para torná-se uma nova figura: a de profissional do ensino.
Esse profissionalismo caracteriza-se pela valorização de um outro tipo de habilidade dos professores(as). Agora eles tinham tarefas burocráticas, mais ocupação de ordem administrativa e de controle, determinava também, que sua ação didática se tornasse mais técnica, eficiente e produtiva, reivindicar o reconhecimento profissional também constituía uma forma das professoras lutarem por salários iguais aos dos homens e condições de trabalho adequados. No entanto, também haveria resistência a essa nova concepção. Muitos professores ainda vivem a ideologia que perpetuou por muito tempo na área educacional, modificando o que deveria ser passado em sala de aula, bem como usando a denominaçãotia” no lugar de professora.
Apesar da não adesão total, o movimento fica forte, criam-se centros de professores, com reivindicações através de greves e de manifestações públicas com muito impacto social. Nasce a professora sindicalizada, denominada trabalhadora da educação, é representada pela mulher militante, viabiliza-se um contraste entre a professorinha do início do século e a de agora: são outros gestos, outra estética, outra ética.




BIBLIOGRAFIA

LOURO, Guacira Lopes. Mulheres na sala de aula.in: História das mulheres no Brasil.Petrópolis. Editora Vozes, 1995.










Objetivo Geral

Verificar através de estudos a importância dos valores na sociedade e os motivos que levaram a falta de civismo juntos aos alunos de ensino fundamental.

Objetivos específicos

·      Examinar através da pesquisa bibliográfica e de uma pesquisa de campo as causas que levaram as escolas a deixarem de ensinar valores.
·      Analisar a viabilidade desses para a vida integral dos alunos.
·      Que benefícios trará esses valores na educação.
Justificativa





Metodologia

Foi desenvolvido através de uma abordagem qualitativa e os instrumentos utilizados foram a observações e entrevistas.
População: Escola municipal e escola particular.

Fundamentação teórica

Na segunda seção foram visto o que o mundo, o Brasil e as escolas falam desse estudo. Na terceira foi visto de que forma podia ser abordado o tema e na quarta seção foi feito um relatório do estudo de caso.
Para o estudo foi utilizado como referência: Serrano, Aranha, Puig.
Conclusão





Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Nenhum comentário:

Postar um comentário