No
início do século XX, esse distúrbio foi chamado de disfunção cerebral
mínima, passando posteriormente a ser chamado de hipercinesia, ou
hipercinese, logo a seguir, hiperatividade, nome que ficou mais conhecido e
perdurou por mais tempo…em 1987, passou a ser chamado de disturbio de déficit
de atenção , ou ainda distúrbio de déficit de atenção com hiperatividade ,
sendo que muitas vezes utiliza-se somente a sigla DDA (em portugues) ou ADD (em
ingles ” Attencion Deficit Disorder ” ). É tambem eventualmente chamado de
Sindrome de Deficit de Atenção.
Caracteriza-se
pela movimentação excessiva do indivíduo, falta de atenção, impaciência,
impulsividade, distração, impossibilidade de focalizar a atenção por muito
tempo em um determinado objetivo, o que traz ao estudante,( principalmente no
início de sua vida escolar ) problemas de rejeição, dúvidas quanto à sua
capacidade intelectual, baixa auto-estima, e várias situações que, com a devida
informação a pais, profissionais e ao próprio portador do distúrbio, podem ser
minimizadas, contornadas ou mesmo eliminadas.
Características
O
distúrbio (tambem chamado transtorno, desordem ou síndrome) de déficit de
atenção pode ou não ser acompanhado de hiperatividade (DDAH), e está mais
próximo do que se pensa. Segundo estudos americanos, cerca de 1/3 da população
mundial padece desse mal, em maior ou menor grau. Mas, afinal…o que é isso ?
Inicialmente, a palavra do dr. Paul Elliott,especialista de Dallas : não é
déficit, doença ou desordem. É apenas uma forma diferente de pensar. E isso
ocasiona ao seu portador graves dificuldades de relacionamento : são em geral
inquietos, agitados, distraídos, desatentos, impulsivos, não costumam terminar
os ( mil ) projetos em que, entusiasticamente, se engajam…
Quando
crianças, seu comportamento em ambiente escolar costuma ser notado desde o
primeiro momento em que entram na escola : tem a atividade motora muito
acentuada e suas atitudes inadequadas frequentemente dispersam a concentração
dos colegas, disso resultando dificuldades de inserção social. Adicionalmente,
a esses problemas associam-se outros (por exemplo, baixa auto-estima, depressão
) que podem afetar significativamente a performance desses estudantes, e no
futuro, adultos em geral inseguros.
Mas esse comportamento não surge nesse momento,
pois acompanha a criança desde o seu nascimento. O que ocorre em geral é
que, ao ingressar no ambiente escolar, é percebido pelos
profissionais de educação (e algumas vezes, pelos próprios pais) que a
atividade daquela criança é bem maior que a de seus colegas, e tambem passa a
não compreender a matéria dada.
REFORÇANDO :
DDA pode ou não ser seguido de hiperatividade, portanto algumas pessoas são
quietas, reservadas, mas vivem ” no mundo da lua”…e também podem ter esse
distúrbio.
A desatenção é o sinal de alerta.
Muitas
vezes, as pessoas que convivem com o indivíduo chegam a acreditar que até
exista déficit auditivo ( tambem um dos diagnósticos diferenciais a serem
feitos), porque a pessoa parece não ter ouvido o que foi dito a ela.
Não é bem dessa forma que ocorre.
Não é bem dessa forma que ocorre.
A
pessoa ouve perfeitamente na grande maioria das vezes, porém seu cérebro
trabalha numa velocidade maior que o da maioria das pessoas ( a eletricidade
passa mais rapido nele - veja como isso ocorre na parte de aspectos
neurologicos – em construção ), e ele pode estar pensando em tres, quatro,
cinco coisas ao mesmo tempo…e aquela não ser a SUA prioridade do momento…
Mas, com técnicas específicas ( focadas na parte de
tratamentos e terapias), e medicação (que varia de caso para caso, SEMPRE POR DETERMINAÇÃO MÉDICA, desde a
administração de vitaminas até eventualmente medicação mais complexa), o
portador de DDA consegue superar suas dificuldades com alguma tranquilidade, e
apresenta toda sua potencialidade oculta até então sob um comportamento muitas
vezes inadequado socialmente.
-
Olhe sempre nos olhos – Voce consegue “trazer de volta” uma criança DDAH
através dos olhos nos olhos (eye contact). Isso ajuda a evitar a distração que
prejudica tanto estas crianças ;
-
Organizar as carteiras em círculos, ou em forma de U, ao invés de fileiras –
facilita o contato e particularmente o “eye contact” com os demais membros da
classe, uma vez que esse tipo de aluno costuma estar ” na turma do fundão “,
não podendo visualizar os olhos dos companheiros de estudo, o que o torna ainda
mais disperso ;
-
Cuidado com as cores – O estímulo multi-colorido costuma deixá-los mais
excitados e menos atentos ainda, devendo ser evitadas cores fortes no
ambiente(do espectro vermelho e amarelo), inclusive na vestimenta da criança
(Tanganelli, 1995) ;
-
Adotar um ritmo dinâmico de aula – de tal forma a criar oportunidade para que
todos os alunos participem, sempre com o cuidado de não permitir que o aluno
com DDAH se empolgue demais ;
-
Usar recursos e formas de apresentação não habituais – crianças com DDAH adoram
novidades; explorar o seu cotidiano e fazer disso motivo para uma aula
posterior ou mesmo criando um “gancho” na aula atual costuma ser muito
proveitoso.
-
Utilizar metodologia preferencialmente visual – As crianças DDAH aprendem
melhor visualmente que por outros métodos, portanto escreva palavras-chave ao
mesmo tempo que fala sobre o assunto ;
-
Estimular a criatividade – Propor tarefas que exijam a criatividade do aluno
(explorar, construir, criar) e não passivas (questionarios com respostas tipo x
);
-
Ser claro e objetivo ao definir as regras de comportamento dentro da sala de
aula – criar, juntamente com os alunos, um código de conduta (simples, com
poucas palavras, para facilitar a memorização ) e escrever em uma tabela SEMPRE
VISÍVEL afixada na parede ;
-
Repita e repita as diretrizes – Como dito acima, as pessoas com DDAH necessitam
ouvir as coisas mais de uma vez, pois são profundamente visuais, aprendendo com
mais facilidade quando as coisas são apresentadas da forma visual ;
-
Fornecer com antecedência (preferencialmente no final do dia anterior) um
programa com as atividades do dia a serem executadas (DuPaul &
Stoner, 1994) – As crianças com DDAH necessitam de um ambiente estruturado.
Faça listas, tabelas, lembretes, apresente o programa das aulas do dia no final
do dia anterior, pelo menos informe o assunto da aula do dia seguinte antes do
término da aula anterior, pois essas crianças necessitam de diretrizes,
organização, regras claras, definidas e ESCRITAS (eles fixam melhor o que
conseguem ver) ;
-
Ao dar instruções para a classe, solicitar que o aluno com DDAH repita para
toda a classe – Isso dar-lhe-á duas oportunidades : de que tenha certeza
de ter entendido o que é esperado dele ( e dos demais ) e ter sua auto-estima
( em geral extremamente baixa ) reforçada. ;
-
A memória é um grave problema para eles – Ensine mnemônicos, quadrinhas, dicas,
rimas, pois eles tem problemas com a Memória de Trabalho Ativa ( Levine, 1995)
e esses processos ajudam sobremaneira a aumentar essa memória ;
-
O desafio costuma motivar o portador de DDAH – Deve então o professor
estabelecer de antemão com o aluno qual a tarefa a ser feita, quando será
considerada concluída e quais os pontos para isso (check-list a ser verificado
no final da mesma). Isso dará aos poucos ao portador de DDAH formas de lidar
com sua ansiedade, e falhas de terminar as tarefas a que se propõe, pois em
geral ele concebe projetos grandiosos demais, os quais não consegue finalizar ;
-
Elogiar o aluno com constância – NÃO APENAS QUANDO ELE TERMINA A TAREFA, mas
DURANTE o transcorrer da mesma, INCENTIVANDO o seu término, uma vez que
para o aluno com DDAH o CONCLUIR a tarefa é bastante difícil, exigindo quase o
triplo de concentração (praticamente inexistente) que os demais…
-
Estabelecer para o aluno com DDAH tarefas de conclusão rápida – Inicialmente,
para que este comece a finalizar adequadamente as tarefas, e, aos poucos, ir
inserindo maior complexidade e maior duração ‘as tarefas dele exigidas, visto
que o aprendizado de organizacão para essas pessoas é extremamente penoso ;
-
Divida as grandes tarefas em tarefas menores – Isso possibilita ‘a criança a
vislumbrar que a tarefa PODE ser terminada, algo que é extremamente difícil
para os portadores de DDAH, possibilitando ao professor trabalhar a capacidade
da criança, geralmente minimizada por ela (baixa auto-estima…) além do que
evita acessos de fúria pela frustração antecipada de não terminar a tarefa em
crianças menores, e as atitudes provocadoras dos maiores ;
-
Utilize uma agenda de contato com a família – Isso facilita a troca de
informações, pois os únicos momentos de contato (quando existem) entre
professores e pais são os horários de entrada e saída dos alunos. E,
convenhamos, não são os momentos mais adequados para trocar informações tão
valiosas e individuais…
-
Utilizar exercícios físicos – Exercícios (até um enfoque de psicomotricidade)
auxiliam sobremaneira o portador de DDAH, pois ajudam a liberar o excesso de
energia, concentrar a atenção em um objetivo facilmente entendido e visualizado
( correr até a linha vermelha), estimular a fabricação de endorfina, além de
ser muito divertido.
-
Não deixe que a panela de pressão exploda – Propicie uma válvula de escape
como, por exemplo, sair da sala de aula por alguns instantes, (isso se for
permitido pela direção da escola) indo buscar algo na classe vizinha, dar um
recado para alguem que se encontra fora da sala de aula, (inicialmente entregar
um bilhete a uma pessoa, pois eles esquecem o recado a ser dado ), ir ao
banheiro, pois isso fará com que ele deixe (sob controle) a sala e não fuja
dela, além de começar a aprender meios de auto-observação e auto-monitoramento.
50
dicas para administração do Déficit de Atenção em Sala de Aula
Os
professores sabem o que muitos profissionais não sabem: não existe apenas uma
única síndrome de Déficit de Atenção (DA), mas muitas; que DA raramente ocorre
de uma forma “pura” mas, ao contrário, normalmente apresenta-se ligada a muitos
outros problemas como dificuldade de aprendizado ou mal humor ; que DA muda
conforme o clima, é inconstante e imprevisível; e que o tratamento para DA, a
respeito de ser claramente esclarecido em vários livros, representa uma dura
missão de trabalho e devoção.
50 dicas para administração do Déficit de Atenção
em Sala de Aula
Os
professores sabem o que muitos profissionais não sabem: não existe apenas uma
única síndrome de Déficit de Atenção (DA), mas muitas; que DA raramente ocorre
de uma forma “pura” mas, ao contrário, normalmente apresenta-se ligada a muitos
outros problemas como dificuldade de aprendizado ou mal humor ; que DA muda
conforme o clima, é inconstante e imprevisível; e que o tratamento para DA, a
respeito de ser claramente esclarecido em vários livros, representa uma dura
missão de trabalho e devoção.
Não
há uma solução fácil para administrar DA na sala de aula ou em casa. Depois de
tudo é feito, a eficácia de qualquer tratamento deste problema na escola
depende do conhecimento e da persistência da escola e do professor.
Aqui
apresentamos algumas dicas para o trato de crianças com DA na escola. As
sugestões a seguir visam o professor na sala de aula para crianças de qualquer
idade. Algumas sugestões vão ser evidentemente mais adequadas às crianças
menores, outras às mais velhas mas, em termos de estrutura, educação e
encorajamento, são pertinentes a qualquer um.
01
– Antes de tudo, tenha certeza de que o que você está lidando é DA.
Definitivamente não é tarefa dos professores diagnosticar a DA, mas você pode e
deve questionar. Especificamente tenha certeza de alguém tenha testado a
audição e a visão da criança recentemente e tenha certeza também de que outros
problemas médicos tenham sido resolvidos. Tenha certeza de que uma avaliação
adequada foi feita. Continue questionando até que se sinta convencido. A
responsabilidade disso tudo é dos pais e não dos professores, mas o professor
pode contribuir para o processo.
02 - Segundo,
prepare-se para suportar. Ser uma professora na sala de aula onde há duas ou
três crianças com DA pode ser extremamente cansativo. Tenha certeza de que você
pode tem o apoio da escola e dos pais. Tenha certeza de que há uma pessoa com
conhecimento á qual você possa consultar quando tiver um problema (pedagogo,
psicólogo infantil, assistente social, psicólogo da escola ou pediatra) mas a
formação da pessoa não é realmente importante. O que importa é que ele ou ela
conheça muito sobre DA, conheça os recursos de uma sala de aula e possa falar
com clareza. Tenha certeza de que os pais estão trabalhando com você. Tenha certeza
de que os colegas podem ajudar você.
03
– Conheça seus limites. Não tenha medo de pedir ajuda. Você, como professor,
não pode querer ser uma especialista em DA. Você deve sentir-se confortável em
pedir ajuda quando achar necessário.
04 – PERGUNTE À CRIANÇA O QUE PODE
AJUDAR
Estas
crianças são sempre muito intuitivas. elas sabem dizer a forma mais fácil de
aprender, se você perguntar. Elas ficam normalmente temerosas em oferecer
informação voluntariamente porque isto pode ser algo muito ousado ou extravagante.
Mas tente o sentar sozinho com a criança e perguntar a ela como ela pode
aprender melhor. O melhor especialista para dizer como a criança aprende é a
própria criança. É assustadora a freqüência com que suas opiniões são ignoradas
ou não são solicitadas. Além do mais, especialmente com crianças mais velhas,
tenha certeza de que ela entende o que é DA. Isto vai ajudar muito a vocês
dois.
05 - Lembre-se
de que as crianças com DA necessitam de estruturação. Elas precisam estruturar
o ambiente externo, já que não podem se estruturar internamente por isso
mesmos. Faça listas. Crianças com DA se beneficiam enormemente quando têm uma
tabela ou lista para consultar quando se perdem no que estão fazendo. Elas
necessitam de algo para fazê-las lembrar das coisas. Eles necessitam de
previsões. Eles necessitam de repetições. Elas necessitam de diretrizes. Elas
precisam de limites. Elas precisam de organização.
06 - LEMBRE-SE DA PARTE
EMOCIONAL DO APRENDIZADO
Estas
crianças necessitam de um apoio especial para encontrar prazer na sala de aula.
Domínio ao invés de falhas e frustrações. Excitação ao invés de tédio e medo. É
essencial prestar atenção ás emoções envolvidas no processo de aprendizagem.
07
– Estabeleça regras. Tenha-as por escrito e fáceis de serem lidas. As crianças
se sentirão seguras sabendo o que é esperado delas.
08
– Repita as diretrizes. Escreva as diretrizes. Fale das diretrizes. Repita as
diretrizes. Pessoas com DA necessitam ouvir as coisas mais de uma vez.
09
– Olhe sempre nos olhos. Você pode “trazer de volta” uma criança DA através dos
olhos nos olhos. Faça isto sempre. Um olhar pode tirar uma criança do seu
devaneio ou dar-lhe liberdade para fazer uma pergunta ou apenas dar-lhe
segurança silenciosamente.
10
– Na sala de aula coloque a criança sentada próxima à sua mesa ou próxima de
onde você fica a maior parte do tempo. Isto ajuda a evitar a distração que
prejudica tanto estas crianças.
11
– Estabeleça limites, fronteiras. Isto deve ser devagar e com calma, não de
modo punitivo. Faça isto consistentemente, previamente, imediatamente e
honestamente. Não seja complicado, falando sem parar. Estas discussões longas
são apenas diversão. Seja firme.
12
– Preveja o máximo que puder. Coloque o plano no quadro ou na mesa da criança.
Fale dele frequentemente. Se você for alterá-lo, como fazem os melhores
professores, faça muitos avisos e prepare a criança. Alterações e mudanças sem
aviso prévio são muito difíceis para estas crianças. Elas perdem a noção das
coisas. Tenha um cuidado especial e prepare as mudanças com a maior
antecedência possível. Avise o que vai acontecer e repita os avisos à medida em
que a hora for se aproximando.
13
– Tente ajudar às crianças a fazerem a própria programação para depois da aula,
esforçando-se para evitar um dos maiores problemas do DA: a procrastinação.
14
– Elimine ou reduza a freqüência dos testes de tempo. Não há grande valor
educacional nos testes de tempo e eles definitivamente não possibilitam às
crianças DA mostrarem o que sabem.
15 – Propicie uma espécie de válvula de escape como, por exemplo, sair da sala de aula por alguns
instantes. Se isto puder ser feito dentro das regras da escola, poderá permitir
à criança deixar a sala de aula ao invés de se desligar dela e, fazendo isto,
começa a aprender importantes meio de auto-observação auto-monitoramento.
16 - Procure
a qualidade ao invés de quantidade dos deveres de casa. Crianças DA
frequentemente necessitam de uma carga reduzida. Enquanto estão aprendendo os
conceitos, elas dever ser livres. Elas vão utilizar o mesmo tempo de estudo e
não vão produzir nem mais nem menos do que elas podem.
17 - Monitore
o progresso frequentemente. Crianças DA se beneficiam enormemente com o
freqüente retorno do seu resultado. Isto ajuda a mantê-los na linha,
possibilita a eles saber o que é esperado e se eles estão atingindo as suas
metas, e pode ser muito encorajador.
18 - Divida as grandes tarefas em tarefas
menores. Esta é uma das mais importantes técnicas de ensino das crianças DA.
Grandes tarefas abafam rapidamente as crianças e elas recuam a uma resposta
emocional do tipo eu nunca vou ser capaz de fazer
isto.Através da divisão de tarefas em tarefas mais simples, cada
parte pequena o suficiente para ser facilmente trabalhada, a criança foge da
sensação de abafado. Em geral estas crianças podem fazer muito mais do que elas
pensam. Pela divisão de tarefas o professor pode permitir à criança que
demonstre a si mesma a sua capacidade. Com as crianças menores isto pode ajudar
muito a evitar acessos de fúria pela frustração antecipada. E com os mais
velhos, pode ajudar as atitudes provocadoras que elas têm frequentemente. E
isto vai ajudar de muitas outras maneiras também. Você deve fazer isto durante
todo o tempo.
19 - Permita-se brincar, divertir. Seja
extravagante, não seja normal. Faça do seu dia uma novidade. Crianças DA adoram
novidades. Elas respondem às novidades com entusiasmo. Isto ajuda a manter a
atenção – tanto a delas quanto a sua. Estas crianças são cheias de vida, elas
adoram brincar. E acima de tudo, elas detestam ser molestadas. Muitos dostratamentos para elas envolvem coisas chatas
como estruturas, programas, listas e regras. Você deve mostrar a elas que
estas coisas não estão necessariamente ligadas às pessoas, professores ou aulas
chatas. Se você, às vezes, se fizer de bobo poderá
ajudar muito.
20
- Novamente, cuidado com a superestimulação. Como um barro de vaso no
forno, a criança pode ser queimada. Você tem que estar preparado para reduzir o
calor. A melhor maneira de lidar com os caos na sala de aula é, em primeiro
lugar, a prevenção.
21 - Esforce-se
e não se dê satisfeito, tanto quanto puder. Estas crianças convivem com o
fracasso, e precisam de tudo de positivo que você puder oferecer. O fracasso
não pode ser super – enfatizado: estas crianças precisam e se beneficiam com os
elogios. Elas adoram o encorajamento. Elas absorvem e crescem com isto. E sem
isto elas retrocedem e murcham. Frequentemente o mais devastador aspecto da DA
não é DA propriamente dita e sim o prejuízo à auto-estima. Então, alimente estas
crianças com encorajamento e elogios.
22 - A memória é frequentemente um
problema para eles. Ensine a eles pequenas coisas como neumônicos, cartão de
lembretes, etc. Eles normalmente têm problemas com o que Mel Levine chama
de Memória do Trabalho Ativa, o espaço disponível no
quadro da sua mente, por assim dizer. Qualquer coisa que você inventar – rimas,
códigos, dicas – pode ajudar muito a aumentar a memória.
23 - Use resumos. Ensine resumido. Ensine
sem profundidade. Estas técnicas não são fáceis para crianças DA, mas, uma vez
aprendidas, podem ajudar muito as crianças a estruturar e moldar o que está
sendo ensinado, do jeito que é ensinado. Isto vai ajudar a dar à criança o
sentimento de domínio durante o processo de aprendizagem, que
é o que elas precisam, e não a pobre sensação de futilidade que muitas vezes
definem a emoção do processo de aprendizagem destas crianças.
24 - Avise
sobre o que vai falar antes de falar. Fale. Então fale sobre o que já falou. Já
que muitas crianças com DA aprendem melhor visualmente do que pela voz, se você
puder escrever o que será falado e como será falado, isto poderá ser de muita
ajuda. Este tipo de estruturação põe as idéias no lugar.
25 - Simplifique
as instruções. Simplifique as opções. Simplifique a programação. O palavreado
mais simples será mais facilmente compreendido. E use uma linguagem colorida.
Assim como as cores, a linguagem colorida prende atenção.
26 - Acostume-se a dar retorno, o que vai
ajudar a criança a se tornar-se auto-observadora. Crianças com DA tendem a não
ser auto-observadora. Elas normalmente não têm idéia de como vão ou como têm se
comportado. Tente informá-las de modo construtivo. Faça perguntas como: Você sabe o que fez? ou Como você acha que poderia ter dito isto de maneira
diferente? ou Você acha que aquela
menina ficou triste quando você disse o que disse?. Faça
perguntas que promovam a auto-observação.
27 - Mostre
as expectativas explicitamente.
28 - Um
sistema de pontos é uma possibilidade de mudar parte do comportamento (sistema
de recompensa para as crianças menores). Crianças com DA respondem muito bem às
recompensas e incentivos. Muitas delas são pequenos empreendedores.
29 - Se a crianças parece ter problemas
com as dicas sociais – linguagem do corpo, tom de voz, etc – tente
discretamente oferecer sinais específicos e explícitos, como uma espécie de
treinamento social. Por exemplo, diga antes de contar a sua história,
procure ouvir primeiro a de outros ou olhe para a pessoa enquanto ela está falando. Muitas
crianças com DA são vistas como indiferentes ou egocêntricas, quando de fato
elas apenas não aprenderam a interagir. Esta habilidade não vem naturalmente em
todas as crianças, mas pode ser ensinada ou treinada.
30 - Aplique
testes de habilidades.
31
– Faça a criança se sentir envolvida nas coisas. Isto vai motivá-la e a
motivação ajuda o DA.
32
– Separe pares ou trios ou até mesmo grupos inteiros de crianças que não se dão
bem juntas. Você deverá fazer muitos arranjos.
33
– Fique atento à integração. Estas crianças precisam se sentir enturmadas ,
integradas. Tão logo se sintam enturmadas, se sentirão motivadas e ficarão mais
sintonizadas.
34
– Sempre que possível, devolva as responsabilidades à criança.
35 - Experimente um caderno escola – casa – escola. Isto pode contribuir
realmente para a comunicação pais – professores e evitar reuniões de crises.
Isto ajuda ainda o freqüente retorno de informação que a criança precisa.
36
– Tente utilizar relatórios diários de avaliação.
37 - Incentive
uma estrutura do tipo auto-avaliação. Troca de idéias depois da aula pode
ajudar. Utilize também os intervalos de aula.
38 - Prepare-se
para imprevistos. Estas crianças necessitam saber com antecedência o que vai
acontecer, de modo que elas possam se preparar. Se elas, de repente, se encontram
num imprevisto, isto pode evitar excitação e inquietos.
39 - Elogios,
firmeza, aprovação, encorajamento e suprimento de sentimentos positivos.
40
– Com as crianças mais velhas, faça com que escrevam pequenas notas para eles
mesmos, para lembrá-los das coisas. Essencialmente, eles anotam não apenas o
que é dito a eles mais também o que eles pensam. Isto pode ajudá-los a ouvir
melhor.
41 - Escrever
à mão às vezes é muito difícil paras estas crianças. Desenvolva alternativas.
Ensine como utilizar teclados. faça ditados. Aplique testes orais.
42
– Seja como um maestro: tenha a atenção da orquestra antes de começar. Você
pode utilizar do silêncio ou bater o seu giz ou régua para fazer isto. Mantenha
a turma atenta, apontando diferentes partes da sala como se precisasse da ajuda
deles.
43 – Sempre que possível, prepare para que cada
aluno tenha um companheiro de estudo para
cada tema, se possível com o número do telefone (adaptado de Gary Smith).
44
– Explique e dê o tratamento normal a fim de evitar um estigma.
45
– Reuna com os pais frequentemente. Evite o velho sistema de se reunir apenas
para resolver crises ou problemas.
46
– Incentive a leitura em voz alta em casa. Ler em voz alta na sala de aula
tanto quanto for possível. Faça a criança recontar estórias. Ajude a criança a
falar por tópicos.
47
– Repetir, repetir, repetir.
48 – Exercícios físicos. Um dos melhores
tratamentos para DA, adultos ou crianças, é o exercício físico. Exercícios
pesados, de preferência. Ginastica ajuda a liberar o excesso de energia, ajuda
a concentrar a atenção, estimula certos hormônios e neurônios que são
benéficos. E ainda é divertido. Assegure-se de que o exercício seja realmente divertido, porque deste modo a
criança continuará fazendo para o resto da vida.
49
– Com os mais velhos a preparação para a aula deve ser feita antes de entrar na
sala. A melhor idéia é que a criança já saiba o que vai ser discutido em um
certo dia e o material que provavelmente será utilizado.
50
– Esteja sempre atento às dicas do momento. Estas crianças são muitos mais
talentosas e artísticas do que parecem. Elas são cheias de criatividade,
alegria, espontaneidade e bom humor. Elas tendem a ser resistentes, sempre
agarradas ao passado. Elas tendem a ser generosas de espírito, felizes de poder
ajudar alguém. Elas normalmente têm algo especial que engrandece qualquer coisa
em que estão envolvidas.
Lembre-se
de que no meio do barulho existe uma sinfonia, uma sinfonia que precisa ser
escrita.
O termo Hiperatividade é muitas vezes utilizado de
maneira inadequada, designando crianças com comportamento agitado aliado a
dificuldades de concentração e aprendizagem. Com o objetivo de verificar qual nível de conhecimento
que os professores possuem a respeito deste conceito, realizou-se o presente
estudo que teve como sujeitos14 professores da
rede pública e privada de ensino, que lecionavam no primeiro grau. Omaterial utilizado foi um questionário com
questões abertas que versavam sobre o distúrbio da Hiperatividade. No procedimento, foi utilizado a aplicação individual do
instrumento aos sujeitos.
Os resultados demonstraram
que a totalidade dos sujeitos não possuem nenhuma informação das possíveis
causas médico-neurológicas deste distúrbio, tendendo a classificar a criança
hiperativa sem uma fundamentação consistente. Os sujeitos definiram basicamente
este distúrbio através de descrições de aspectos comportamentais e fisiológicos
ou relacionarem a aspectos emocionais e intelectuais. Todos os sujeitos
indicaram características corretas da hiperatividade, porém uma pequena parte
dos sujeitos relatou não ter certeza se já tiveram contato anterior ou não com
crianças com este distúrbio.
Neste
sentido, uma parcela não significativa dos sujeitos admitiu não saber
identificá-las embora também afirmem já terem trabalhado com algumas delas. Os
dados permitem concluir que os sujeitos não possuem um mínimo de informação a
respeito da hiperatividade, fato este que dificulta a percepção e o conseqüente
trabalho dos docentes com crianças com este tipo de distúrbio.
Autores:
Marcelo Cunha Bueno e Fernando lage Bastos
Crianças
com comportamento de agitação e falta de atenção
Embora problemas com
comportamentos de agitação e falta de atenção em crianças e até adultos está
longe de ser uma novidade, e trabalhos científicos sobre o assunto estejam
sendo feitos desde o começo do século XX, como um trabalho feito
pelo médico George Frederic Still em 1902.
Still
descreveu um grupo de 20 crianças que se comportavam de maneira excessivamente
emocional, desafiadora, passional e agressiva e que mostravam resistentes à
qualquer tipo de ação com o objetivo de tornar o comportamento delas mais
aceitável. O grupo tinha uma proporção de 3 meninos para cada menina e era composto
de crianças que não tinham indícios de maus tratos pelos pais. Still especulou
que devido à ausência de maus tratos, os problemas destas crianças deveria ser
de origem biológica. A hipótese ganhou mais força ainda quando Still notou que
alguns membros das famílias das crianças eram portadoras de problemas
psiquiátricos como depressão, alcoolismo, problemas de conduta, etc. (HALLOWELL
et al.,1994- p.271)
O
simples fato que Still propôs uma base biológica para o problema, embora a
evidência definitiva ainda demorou mais algumas décadas para chegar, já foi um
grande passo. Antes disso, as crianças e os pais eram considerados responsáveis
pela “falha moral” e o tratamento era freqüentemente feito através do uso de
castigos e punições físicas. Os manuais de pediatria da época eram repletos de
explicações de como bater em crianças e afirmavam necessidade deste tipo de
tratamento.
As
observações e deduções de Still influenciaram o “pai” da psicologia
Norte-Americana, Willian James que especulou que estes distúrbios de
comportamento seriam devido à problemas na função inibitória do cérebro em
relação à estímulos ou à algum problema no córtex cerebral onde o intelecto
acabava se dissociando da “vontade” ou conduta social.
Em
1934, Eugene Kahn e Louis H. Cohen publicaram um artigo no famoso “The New
England Journal of Medicine” afirmando que havia uma base biológica para a
hiperatividade baseado em um estudo feito com pacientes vítimas da epidemia de
encefalite de 1917-1918. Os autores deste artigo foram os primeiros à mostrar
uma relação entre uma doença e os sintomas da ADD (falta de atenção,
impulsividade e hiperatividade).
Em
1937, Charles Bradley mostrou mais uma linha de relação da ADD com o biológico
através da descoberta acidental de que alguns estimulantes, as anfetaminas
ajudavam crianças hiperativas a se concentrar melhor. Esta descoberta foi
contrária à lógica tradicional, pois os estimulantes em adultos produziam um
aumento de atividade no sistema nervoso central enquanto o inverso aconteciam
em crianças com ADD. O por que deste fenômeno ainda iria ficar mais algumas
décadas sem resposta.
Em
pouco tempo as pessoas com este problema receberam uma nova e obscura
descrição: “Disfunção Cerebral Mínima” e começavam a serem tratadas com dois
estimulantes que tinham se demonstrado muito eficazes no tratamento do problema
(Ritalina e Cyclert)
Em
1957, Maurice Laufer tentou associar os problemas da “síndrome hipercinética”
com o tálamo, estrutura cerebral responsável pela filtragem de sinais somáticos
provenientes do resto do corpo. Embora esta hipótese não pudesse ser provada,
era o começo da ligação entre a ADD e alguma estrutura cerebral.
Nos
anos 60 as observações clínicas se tornaram mais apuradas e ficou cada vez mais
aparente que a síndrome tinha alguma origem biológica e talvez até genética,
absolvendo os pais da culpa pelo problema definitivamente na comunidade
científica. A população em geral continuou culpando os pais, como ainda
acontece até hoje em populações menos informadas.
No
final dos ano 60 muito já era sabido sobre ADD, mas a falta de novas evidência
ligando a síndrome à bases biológicas começou a criar discussões sobre a
existência da síndrome. Muitos acreditavam que o transtorno eram uma tentativa
de livrar os pais de culpa por seus filhos mimados e mal comportados. Depois
deste período de incerteza novas descobertas começaram a ser feitas ligando os
problemas associados com a ADD com certos tipos de neurotransmissores.
Em
1970 C. KORNETSKY propôs a hipótese de que a ADD poderia estar ligada à problemas
com certos neurotransmissores como a Dopamina e a Noroepinefrina Embora a
hipótese seja coerente, as pesquisas realizadas desde então na tentativa de
comprovar o efeito destes neurotransmissores na ADD ainda não obtiveram
sucesso. Embora não se saiba qual é o neurotransmissor específico ligado à ADD,
muitos pesquisadores acreditam que o ADD é um problema de desequilíbrio químico
no cérebro e estudos recentes somados à aparente melhora obtida através da
psicofarmacologia parecem confirmar esta hipótese.
Nas
década de 1980, vários autores como MATTES E GUALTIERI e CHELUNE (apud
HALLOWELL et al.) especularam sobre o envolvimento dos lobos frontais no ADD
devido à semelhança de sintomas apresentadas por pacientes de ADD e aqueles que
sofreram danos ao lobos frontais devido à acidentes ou outros problemas. Em
1984, LOU et. al. (apud HALLOWELL et al.) acharam evidencias de uma deficiência
de circulação sangüínea no lobos frontais e no hemisfério esquerdo de pessoas
portadoras de ADD. Todos estes achados forma confirmados em 1990 por ZAMETKIN
(apud HALLOWELL et al.) graças ao desenvolvimento de novas tecnologias como o
PET (Tomografia por Emissão de Positróns), que mostravam o funcionamento do
cérebro in vivo. Através de exame de PET comparativos entre pessoas
diagnosticadas com ADD e controles, ZAMETKIN notou que o cérebros de pessoas
com ADD tinham um consumo de energia cerca de 8% menor do que o normal e que as
áreas mais afetadas eram o lobos pré-frontais e pré-motores que são
responsáveis pela regulação e controle do comportamento, dos impulsos e dos
atos baseado nas informações recebidas de áreas mais primitivas do cérebro como
o tálamo e sistema límbico. Conforme estas novas evidências começaram a surgir
e ficou claro que a ADD estava realmente associada à alterações do metabolismo
cerebral, acabando definitivamente com a dúvida sobre a real existência da
síndrome e sua ligação biológica.
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