Fábulas apresentadas
A abetarda, mais do que todos os pássaros, invejava o ninho do pica-pau. Por isso, resolveu copiar o ninho daquela ave e, no fim, contemplou com orgulho a sua obra.
Então, pintou-a com cores vivas e belos desenhos. Quando terminou, aproximou-se do lago para contemplar, vaidosa, a sua obra.
O Estio findava e a abetarda ouviu, um dia, o canto de um canário. Imediatamente se lhe meteu na cabeça imitar aquela ave canora. Ensaiou, arduamente, durante dias e dias, até que achou que o seu canto era tão belo como o do canário.
Pôs-se à porta da sua recém-editada casa com a sua cauda pintada bem patente, a cantar, esforçando-se, ao máximo, para ser ouvida por todos.
-Olha, uma casa igual à do pica-pau! -disse o esquilo.
-A sua cauda não é igual à do pavão real ?!- exclamou o macaco.
-O seu canto é igual ao de um canário!- disse surpreendido o castor.
- Abetarda, o que fizeste este tempo todo?-perguntou o mocho.
- Construí a minha casa, decorei a minha cauda e aprendi a cantar.-disse a abetarda.
- Devias dizer antes: copiaste a casa do pica-pau, a cauda do pavão e o canto do canário.-corrigiu a raposa.
- Por que fizeste uma casa igual à minha?-perguntou o pica-pau.
- O teu canto é igual ao meu. Devias cantar à tua maneira. -disse o canário.
Então, a abetarda olhou para si e verificou que toda ela era uma imitação e que nada tinha de original. Envergonhada, escondeu-se atrás de uns arbustos.
Assim, a abetarda aprendeu que não devemos imitar os outros, mas antes sermos originais e apurar o nosso talento.
A Raposa e a Cegonha
Um dia a raposa convidou a cegonha para jantar e serviu-lhe sopa, um pitéu de que ambas gostavam muito, num prato raso.
- Estás a gostar da minha sopa? – perguntou, enquanto a cegonha bicava em vão no líquido, sem conseguir comer nada.
- Como posso saber, se nem consigo come? -respondeu a Cegonha, vendo a Raposa a lamber a sopa com um ar deliciado.
Dias depois foi a vez de a Cegonha retribuir o gesto, pelo que convidou a Raposa para comer com ela na sua casa á beira do lago. Serviu-lhe a sopa num jarro largo em baixo e estreito em cima.
- Hummmm! Está deliciosa, querida amiga! -exclamou a Cegonha, enfiando o comprido bico pelo gargalo. -Não achas?
Claro que a Raposa não achava e nem podia achar nada, pois o focinho não passava pelo gargalo estreito do jarro. Tentou várias vezes sem sucesso até que, bastante mal humorada, se despediu da Cegonha, resmungando entre dentes.
-Não te achei graça nenhuma…!
Moral da história: Não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti.
O galo e a raposa
Era uma vez uma raposa muito esperta.
Um dia, passeando, viu uma capoeira cheia de galinha. Entrou lá dentro e comeu uma.
-Póh, poh poh poh, phóoo ...
No dia seguinte a raposa construiu junto à capoeira uma casa. E dentro da casa escavou um túnel que ia dar à capoeira. Todas as noites comia uma galinha.
- Póh, poh poh poh, phóoo ...
Um belo dia, o dono das galinhas trouxe um galo, grande e bonito, e meteu-o também na capoeira. Mas como o galo não gostava dos poleiros, voou para cima de uma árvore e assim escapou à raposa, que por mais que tentasse não conseguia apanhá-lo.
- Có, có-có-ri-có, có…
Desesperada, a raposa começou a pensar como é que podia apanhar o galo, que era bastante maior que as galinhas e mais tenrinho e saboroso.
Inventou então uma história, que lhe teria sido contada pelo dono da quinta, e que era assim: «a partir de agora todos os animais tinham de ser amigos entre si, e nenhum podia comer o outro.»
- - Póh, poh poh poh, phóoo ...
E a raposa começou a cantar:
-Hoje é um dia muito feliz! Hoje é um dia muito feliz! Hoje é um dia muito feliz!
O galo pensou que a raposa estava maluca, e perguntou-lhe:
-Porque estás tão alegre?
-Porque a partir de hoje todos os animais têm que ser amigos uns dos outros. Desce, meu amigo galo, que eu quero dar-te um abraço e um beijinho.
O galo, desconfiando do que ela lhe dizia e para a pôr à prova, gritou-lhe:
-Ainda bem que assim é, pois bem aí a matilha dos ferozes cães da quinta!
A raposa, cheia de medo e já correndo, disse-lhe:
-Adeus, já me estava mesmo a ir embora.
E metendo o rabo entre as pernas, fugiu a bom fugir, nunca mais sendo vista por aquelas paragens.
-Tão esperta, tão esperta, mas não me enganou!
Moral da História: Não confies nos teus inimigos.
O Burro, a raposa e leão
O Burro e a Raposa acordaram proteger-se mutuamente e foram juntos para a floresta em busca de comida. Mal tinham começado a caminhada quando encontraram um Leão. Perante este perigo, a Raposa aproximou-se do Leão e propôs-lhe:
- Se me poupares, ajudo-te a caçar o Burro sem grande esforço.
O Leão aceitou a troca. Satisfeita, a Raposa voltou para junto do Burro e tranquilizou-o:
- Não tenhas receio porque o Leão prometeu que não nos fará mal.
O Burro acreditou no que ela disse e continuou a pastar despreocupadamente. Mas, a pouco e pouco, a Raposa conduziu-o para a beira de uma ravina e provocou a sua queda.
Vendo que o Burro em apuros e que já não podia fugir, o Leão atirou-se à raposa e comeu-a.
Moral da história: não confies nos teus inimigos.
O Leão e o Rato
Certo dia, andava na selva um ratinho à procura de comida , quando de repente ouviu um barulho: era um velho leão que também procurava comida.
O leão ao aperceber-se do ratinho, esticou a pata e alcançou o pobrezinho.
- Vejam só, que sorte a minha! Achei o meu almoço.
- Oh senhor! Solte –me, por favor, porque eu sou tão pequenino que mal chego ao seu estômago.
- Pensando bem tens razão!
Assim, o ratinho ficou muito feliz e jurou que lhe ia pagar o favor.
Entretanto o leão, mais à frente, caiu numa rede de um caçador. Logo começou a chamar o seu amigo ratinho.
- Socorro, socorro! Estou preso …
O ratinho ao longe ouviu o pedido de ajuda do leão. Correu para ele.
- Não se aflija meu amigo que vou salvá-lo. Deixe-me roer a corda que o prendeu.
O ratinho foi roendo, roendo até a corda arrebentar.
- Pronto, estou livre muito obrigado ratinho.
- Amigo, não agradeça e aprenda a lição, os amigos não se medem aos palmos! Mais vale um amigo pequeno do que não ter amigos.
Moral da história: Não devemos julgar os outros pelo seu tamanho ou aspecto.
Era uma vez um Pastorinho que costumava levar o seu rebanho para a orla da floresta. Como estava sozinho durante todo o dia, aborrecia-se muito. Então pensou numa maneira de ter companhia e de se divertir um pouco. Voltou-se na direcção da aldeia e gritou:
- Lobo! Lobo!
Os camponeses correram em seu auxílio. Não gostaram da graça, mas alguns deles acabaram por ficar junto do Pastor por algum tempo. O rapaz ficou tão contente que repetiu várias vezes a façanha.
Alguns dias depois, um Lobo saiu da floresta e atacou o rebanho. O rapaz pediu ajuda, gritando ainda mais alto do que costumava fazer:
- Lobo! Lobo!
Como os camponeses já tinham sido enganados várias vezes, pensaram que era mais uma brincadeira e não o foram ajudar. O Lobo pôde encher a barriga à vontade porque ninguém o impediu.
Quando regressou à aldeia, o rapaz queixou-se amargamente, mas o homem mais velho e sábio da aldeia respondeu-lhe:
- Na boca do mentiroso, o certo é duvidoso.
Moral da história: Não enganes o teu vizinho, pois o teu mal pode estar a caminho
A RAPOSA E O LOBO
A raposa e o lobo mataram dois carneiros e fugiram. Depois que se acharam seguros, deitaram-se a comer, mas só puderam comer um, e o outro ficou inteiro. Diz a raposa:
– Compadre, é melhor enterrarmos este carneiro e vimos cá amanhã Comê-lo juntos.
Vai o lobo e diz-lhe:
– Mas nem eu, nem tu temos faro. Como é que o havemos de tornar a achar?
– Deixa-se-lhe o rabo de fora.
Assim se fez. No dia seguinte apresenta-se o lobo e diz:
– Hoje não posso; tenho de ser madrinha de um cachorrinho
O lobo fiou-se, mas a raposa foi ao lugar onde estava enterrado o carneiro e comeu um grande pedaço. No outro dia toma o lobo a perguntar-lhe:
– Que nome puseste ao teu afilhado?
– Comecei-te.
Exclama o lobo:
– Que nome! Vamos comer o carneiro?
– Ai, compadre - disse-lhe a raposa - hoje também não pode ser; estou convidada para ser madrinha.
O lobo fiou-se; a raposa tornou a ir comer sozinha. Ao outro dia vem o lobo:
– Que nome deste ao teu afilhado?
– Meei-te.
– Que nome! - replica o lobo - Vamos comer o carneiro?
A raposa tornou a escusar-se com outro baptizado e foi acabar de comer o carneiro. O lobo vem:
– Como se chama o teu afilhado?
– Acabei-te.
– Vamos comer o carneiro?
Foram e chegaram ao sítio; assim que viram o rabo, disse a raposa:
– Puxa com força, compadre.
O lobo puxou, e caiu de pernas para o ar; a raposa safou-se.
Moral da História
O moral desta história é que não devemos ser invejosos, nem devemos pensar só em nós, mas também nos outros, e devemos partilhar as coisas tanto seja comida como objectos.
Uma Formiga estava na margem de um rio a beber água. Foi arrastada pela forte corrente e estava prestes a afogar-se.
Uma Pomba, que estava numa árvore, sobre a água observou tudo. Arrancou uma folha e deixou-a cair na corrente perto da formiga. A formiga flutuou em segurança até a margem.
Pouco tempo depois, um caçador de pássaros, escondido pelas folhas da árvore, preparava-se para apanhar a pomba, sem ela se aperceber do perigo.
A Formiga, percebendo-se da sua intenção, ferrou-lhe no pé. Com o susto, ele deixa cair sua armadilha e isso deu oportunidade para que a Pomba voasse para longe, a salvo.
Uma Pomba, que estava numa árvore, sobre a água observou tudo. Arrancou uma folha e deixou-a cair na corrente perto da formiga. A formiga flutuou em segurança até a margem.
Pouco tempo depois, um caçador de pássaros, escondido pelas folhas da árvore, preparava-se para apanhar a pomba, sem ela se aperceber do perigo.
A Formiga, percebendo-se da sua intenção, ferrou-lhe no pé. Com o susto, ele deixa cair sua armadilha e isso deu oportunidade para que a Pomba voasse para longe, a salvo.
Moral da história: Amor, com amor se paga
Cabrito e o Lobo
Um cabritinho perdeu-se na serra. Antes de encontrar o caminho para casa, apareceu-lhe o lobo.
- Ai, senhor lobo, já sei que me vai comer; mas deixe-me, ao menos, morrer a dançar.
O lobo aceitou o pedido do cabritinho e pôs-se a tocar flauta para ele dançar.
O pior é que os cães do rebanho, que eram dançarinos, vieram atrás da música…
O lobo quando os viu, desatou a fugir e o cabritinho ficou salvo.
(Fábula popular)
Moral da história: A inteligência é sempre a melhor saída
A lebre e a tartaruga
Era uma vez uma tartaruga que estava sempre a ser gozada pela sua lentidão. Como a tartaruga não gostava de ser tratada assim, decidiu fazer uma corrida com a lebre, o animal mais rápido da floresta!
A lebre quando ouviu isto desatou-se a rir, mas aceitou o desafio.
No grande dia, todos os animais foram assistir à corrida, sempre a pensarem que a lebre iria ganhar a corrida e não a tartaruga! Deram o sinal de partida, a corrida começou e a lebre como já tinha um grande avanço decidiu descansar, mas adormeceu profundamente.
A tartaruga sempre sem desistir, continuou com o seu passo lento, mas sempre seguido. Passou pela lebre, até que chegou quase ao fim da meta e aí os animais começaram a gritar por ela, para a apoiar. Com essa barulheira a lebre acordou, começou a correr e rapidamente chegou à beira da tartaruga, mas a tartaruga esticou a sua cabeça e passou a meta em primeiro lugar. Todos os animais foram dar-lhe os parabéns!
A tartaruga foi muito persistente, nunca desistiu e até conseguiu vencer o animal mais rápido da floresta!
A lebre aprendeu que não se deve gozar os mais fracos, nem se achar a melhor, porque até os mais fracos podem vencer!
Moral da história: Devagar se vai ao longe
Não devemos gozar os mais fracos
Certo dia, um Lobo só de pele e osso encontrou um cão gordo, forte e com o pêlo muito lustroso. Via-se bem que não passava fome. O Lobo, admirado, quis saber onde é que ele conseguia obter tanta comida.
- Se me seguires, ficará tão forte como eu – respondeu o cão. – O homem dar-te-á restos saborosos.
- Mas o que preciso de fazer em troca? – quis saber o Lobo.
- Muito pouco, na verdade – respondeu o Cão. – Uivar aos intrusos, agradar ao dono e adular os seus amigos. Só por isto receberás carne e outras iguarias muito bem cozinhadas. De vez em quando, receberá também festas no dorso.
O Lobo ficou encantado com a ideia e meteram-se ambos ao caminho. A dada altura, o Lobo reparou que o cão tinha o pescoço esfolado.
- O que tens no pescoço? – perguntou.
- Nada de grave. É da argola com que me prendem – explicou o Cão.
-Preso? Então não podes correr quando queres? – exclamou Lobo. – Esse é um preço demasiado: não troco a minha liberdade por toda a comida do mundo.
Dito isto, desatou a correr o mais depressa que pode para bem longe dali.
Moral da história: A tua liberdade não tem preço.
A CIGARRA E A FORMIGA
Num dia soalheiro de Verão, a Cigarra cantava feliz. Enquanto isso, uma Formiga passou por perto. Vinha afadigada, carregando penosamente um grão de milho que arrastava para o formigueiro.
- Por que não ficas aqui a conversar um pouco comigo, em vez de te afadigares tanto? - Perguntou-lhe a Cigarra.
- Preciso de arrecadar comida para o Inverno – respondeu-lhe a Formiga. – Aconselho-te a fazeres o mesmo.
- Por que me hei-de preocupar com o Inverno? Comida não nos falta... – respondeu a Cigarra, olhando em redor.
A Formiga não respondeu, continuou o seu trabalho e foi-se embora.
Quando o Inverno chegou, a Cigarra não tinha nada para comer. No entanto, viu que as Formigas tinham muita comida porque a tinham guardado no Verão. Distribuíam-na diariamente entre si e não tinham fome como ela. A Cigarra compreendeu que tinha feito mal...
Moral da história:
Não penses só em divertir-te. Trabalha e pensa no futuro.
Autor: Jean de La Fontaine
Era uma vez sete simpáticos. Os cabritinhos viviam com a sua mamã. Um dia, ela saiu de casa para fazer compras, deixando os filhos sozinhos.
- Cuidado! Não abram a porta a desconhecidos quando eu estiver fora!
Acontece que um lobo andava a rondar a casa e apercebeu-se da situação. Então, foi bater à porta da casa onde estavam os cabritinhos sozinhos.
Os cabritinhos, obedientes aos conselhos da mamã, não abriram a porta. Então, o lobo foi a uma pastelaria e comprou uma grande caixa de chocolates, que ofereceu aos cabritinhos, dizendo que era a sua mamã.
- Então, se és tu, mamã, mostra-nos a tua pata branca! – gritaram eles.
O lobo, desiludido, foi-se embora. Mas pelo caminho teve uma ideia. Foi ter com um moleiro e pediu-lhe para lhe pintar a sua pata direita com farinha. Depois, voltou à casa dos cabritinhos, que, quando viram a pata branca, acreditaram que era a sua mamã e abriram a porta.Logo o lobo se lançou sobre eles e engoliu-os de uma só vez.
Quando a mamã cabra voltou, deu de caras com a sua casa de pernas para o ar, toda desarrumada. Então, o mais velho dos seus filhos saiu de dentro do relógio de pêndulo onde se escondera e contou-lhe o sucedido.
Saíram de casa a toda a pressa, em busca do malvado lobo.
Encontraram-no a dormir a sesta, regalado. A mamã cabra, que trouxera as suas tesouras grandes de cortar as unhas das patas, uma grossa agulha e fio, abriu a barriga do lobo e tirou para fora os seus seis filhinhos.
Depois, encheu-a de calhaus e coseu-a com linha. Quando o lobo acordou, sentiu sede e dirigiu-se a um poço, ali próximo, para beber. Como estava muito pesado, ao baixar-se para beber, caiu dentro do poço e acabou por se afogar.
Ninguém sentiu pena dele, e os cabritinhos e a sua mamã dançaram até à noite, de alegria.
Moral da história: Não devemos falar com estranhos
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