sábado, 27 de outubro de 2012

Gabriela, Cravo e Canela


Resumo - Jorge Amado
Gabriela, Cravo e Canela, EUA, 1988
Gabriela, Cravo e Canela, 1959, França
Gabriela, cravo e canela, 1953 - Romance
Em 1956, ocorreu um fato fundamental: o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, desfechando críticas e denúncias contra a ditadura de Stálin. Jorge Amado vê que vai ficando definitivamente para trás o dogma de que a literatura não deveria mais ser do que um instrumento ideológico, partidário.
Ele está agora no Brasil, no Rio de Janeiro. E quando faz a sua rentrée literária, em 1958, com a publicação de Gabriela, cravo e canela, quase que sugere um novo Jorge Amado. É claro que não abole, pura e simplesmente, os vínculos com a sua obra anterior. Mas é outro o olhar que dirige às coisas do mundo e da vida. Permanece socialista, mas acentuando, sempre com maior ênfase, o qualificativo "democrático".
Gabriela, de resto, é um retorno ao chamado "ciclo do cacau". Ao universo de coronéis, jagunços, prostitutas e trambiqueiros de calibre variado, que desenham o horizonte da sociedade cacaueira. No caso, a Ilhéus rica da década de 20, ansiando progressos e avançando na noite litorânea, entre bares e bordéis.
A perspectiva, no entanto, é claramente distinta. Antes que se articular em função do utopismo marxista, o livro se deixa imantar pelo seu presente. E é uma explosão, uma folia de luz e cor e som e sexo e riso. O sucesso é imenso. E a trama do romance vai se desprender das letras, da moldura tipográfica, para virar filme, telenovela, fotonovela, quadrinhos, canção.
Concluído em Petrópolis, Rio de Janeiro, em maio de 1958, o romance teve sua 1ª edição pela Livraria Martins Editora, São Paulo, 1958, com 453 páginas, capa de Clóvis Graciano e ilustrações de Di Cavalcanti. Já em dezembro do mesmo ano, foi lançada a 6ª edição, que passou a integrar a coleção "Obras Ilustradas de Jorge Amado" como tomo décimo quarto, volume XIX, seguindo-se edições sucessivas até a 50ª edição, 1975. Nesse mesmo ano, foi publicada fora da coleção, em convênio entre a Livraria Martins Editora e a Distribuidora Record, Rio de Janeiro, a 51ª edição, com capa de Di Cavalcanti, conservando as ilustrações anteriores, 363 páginas, retrato do autor por Carlos Bastos e foto do autor por Zélia Gattai. A Editora Record, Rio de Janeiro, passou a deter os direitos editoriais da 52ª em diante, e publicou a 80ª edição, 1999, a mais recente, com fixação de texto por Paloma Jorge Amado e Pedro Costa, capa de Pedro Costa com ilustração de Di Cavalcanti, sobrecapa e ilustrações de Di Cavalcanti, com vinhetas por Pedro Costa, retrato do autor por Jordão de Oliveira e foto do autor por Zélia Gattai.
O romance obteve, já no ano seguinte ao da sua 1ª edição, cinco prêmios: Prêmio Machado de Assis, do Instituto Nacional do Livro, Rio de Janeiro, 1959; Prêmio Paula Brito, da antiga Prefeitura do Distrito Federal, Rio de Janeiro, 1959; Prêmio Luísa Cláudia de Sousa, do PEN Clube do Brasil, Rio de Janeiro, 1959; Prêmio Carmem Dolores Barbosa, de São Paulo, 1959; Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, São Paulo, 1959.
O nome Gabriela se tornou popular após o romance, sendo utilizado para denominar de bares e restaurantes a suco de cacau, além de empresas as mais diversas.
Foi publicado em Portugal e é o romance de Jorge Amado com o maior número de traduções, tendo sido editado em alemão, árabe, búlgaro, catalão, chinês, coreano, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol, estoniano, finlandês, francês, georgiano, grego, hebraico, holandês, húngaro, inglês, italiano, lituano, moldávio, norueguês, persa, polonês, romeno, russo, sueco, tcheco, turco, ucraniano e macedônio.
Televisão: novela Gabriela, TV Tupi, adaptação de Zora Seljan, com Jeanete Volu no papel principal; Rede Globo de Televisão, 1975, adaptação de Walter Durst, com Sônia Braga no papel principal, sucesso no Brasil e em Portugal.
Cinema: Gabriela, filme dirigido por Bruno Barreto, 1985, com Sônia Braga no papel principal.
Dança: espetáculo apresentado pelo Balé do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, além de adaptações nacionais e estrangeiras.
Fotonovela: revista Amiga, Rio de Janeiro, outubro de 1975.
Quadrinhos: Editora Brasil-América, Rio de Janeiro, e revista Klik, Ebal, Rio de Janeiro, 1975.
Fonte: Fundação Casa de Jorge Amado

GABRIELA, CRAVO E CANELA

Palavras-chave: BahiaLiteraturaPersonalidadeHistoriaNordeste

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