terça-feira, 2 de outubro de 2012



Cinco livros de Bartolomeu Campos de Queirós



O ano de 2012 começou um pouco mais triste para os amantes da boa literatura: o escritor Bartolomeu Campos de Queirós faleceu no dia 16 de janeiro.




Mineiro da cidade de Papagaio, Bartolomeu marcou a literatura infantil brasileira. Seu primeiro livro, “O peixe e o pássaro”, foi publicado em 1974 e ao longo de sua vida outros 42 seriam escritos e premiados. Na coleção de medalhas e prêmios estão o Jabuti, um dos mais importantes da literatura brasileira, o Selo de Ouro, da Fundação nacional do Livro Infanto-Juvenil, a Medalha Rosa Branca (Cuba), Diploma de Honra da IBBY (Londres) e a indicação ao Astrid Lindgren Memorial Award, considerado o Oscar da literatura infantil. Foi também um dos fundadores do Movimento Brasil Literário, iniciativa que sonha em transformar o Brasil em um país de leitores.
Sua escrita sensível e poética foi logo associada às crianças, mas a professora da Universidade Estadual do Ceará, Jaquelânia Aristides Pereira, autora de estudos sobre o escritor, explica que, embora seja considerado um autor de literatura infanto-juvenil, Bartolomeu não escrevia para os pequenos: “foram as crianças que leram os seus textos e se identificaram com os temas tratados e com o modo como a linguagem é tecida, repleta de afeto, poesia e sensibilidade, sem abdicar da gramática da fantasia”.
Em seus textos, os fatos não aparecem acabados e, por isso, liberdade e imaginação convidam o leitor a participar efetiva e afetivamente. “Suas histórias do cotidiano quase sempre nos conectam com nossas memórias afetivas”, aponta Jaquelânia.

A professora selecionoue comentou cinco livros que se destacam da importante obra de Bartolomeu Campos de Queirós.




Menino inteiro
(Editora Global)
Longe de cair no didatismo, Bartolomeu reconta a história de Jesus a partir de um viés poético.
Esse livro nos conecta com a beleza da poesia e nos acorda para algumas questões que ainda nos são fundamentais: saber olhar a vida, o outro, o mundo, de vários ângulos, sermos homens da razão e, sobretudo, da sensibilidade.




O olho de vidro de meu avô
(Moderna Editora)
Um neto que guarda o olho de vidro de seu avô rememora sua infância. É uma obra que permite um intenso diálogo com os leitores, pela relação de afetividade e de respeito que a narrativa constrói entre neto e avô e por cultivar o espírito da criança mágica no narrador menino e nos leitores.






Pedro
(Editora Global)
Pedro pintou um dia, em alguma parte do mundo, uma borboleta e junto dela, flores para que ela pudesse se esconder e galhos para descansar. O voo da borboleta pode, de repente, transformar qualquer dia em domingo.Próximo à poesia, é uma história maravilhosa de reinvenção da vida. Para ter “o coração cheio de domingo” como Pedro, basta brincar de ser o criador de seu universo.





Indez
(Editora Global)
Ao contar a história de Antônio, desde o seu nascimento numa fazendo no interior de Minas Gerais até a saída de casa na adolescência para estudar na cidade, Bartolomeu recria a infância marcada pelas brincadeiras tradicionais e pela cultura popular. valoriza a vida simples e as relações afetivas entre os seres.






Ler, escrever e fazer conta de cabeça
(Editora Global)
A infância do narrador-personagem, ora marcada pela alegria, ora marcada pela dor, é recriada cuidadosamente. É um livro que trata a temática da infância por meio de uma história em que a dor e a carência são suplantadas pelo poder da fantasia.




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