terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Direto ao ponto


Operação na cracolândia


A Polícia Militar realiza desde 3 de janeiro uma operação para combater o tráfico de drogas e dispersar viciados da região conhecida como cracolândia, no centro da cidade de São Paulo.

A estratégia consiste em dificultar o acesso às drogas pelos dependentes, forçando-os a procurar ajuda especializada para deixarem o vício. A eficácia do cerco, entretanto, vem sendo questionada por especialistas. Eles criticam a suposta violência policial e a expulsão dos dependentes sem que o problema seja, de fato, resolvido.



O crack é uma droga de alto poder viciante, composta de pasta de cocaína e bicarbonato de sódio. A droga surgiu nos Estados Unidos nos anos 1980. Em 1990, a substância se popularizou no Brasil, por ser mais barata que a cocaína e consumida mais facilmente.


A cracolândia existe há 20 anos no bairro da Luz, no centro da capital. O local é frequentado diariamente por cerca de 400 pessoas, mas a população flutuante chega a 2 mil.


Em dezembro, o Governo Federal lançou um programa de combate à dependência do crack. Estão previstos investimento de R$ 4 bilhões até 2014, em ações de prevenção, tratamento médico e repressão ao tráfico.


O Sopa


Dois projetos de lei antipirataria foram suspensos no Congresso norte-americano após protestos na internet. O SOPA (Lei para Parar a Pirataria On-line, na sigla em inglês) e o PIPA (Lei para Proteger a Propriedade Intelectual) determinam que sites estrangeiros, cujos conteúdos desrespeitem leis de propriedade intelectual, sejam bloqueados nos Estados Unidos.



Em 18 de janeiro a Wikipedia inglesa e outros 7 mil sites menores suspenderam o funcionamento por um dia ou colocaram links e imagens contendo críticas aos projetos. A reação fez com que os políticos suspendessem a tramitação.


No dia seguinte, o site de compartilhamento de arquivos Megaupload, um dos mais populares do mundo, foi fechado por agentes federais sob a acusação de violação dos direitos autorais e de leis antipirataria nos Estados Unidos. O fundador do website, o alemão Kim Schmitz, e três executivos foram presos na Nova Zelândia.


Após as prisões, sites semelhantes – Filesonic, Uploaded.to, 4Shared, Fileserve e VideoBB, entre outros – removeram arquivos suspeitos e contas com material ilegal, retiraram de suas páginas a opção de compartilhamento ou simplesmente encerraram as atividades nos Estados Unidos.



Uma nova revista


O Uma nova revista acadêmica inaugurada este mês, o “Journal of Errology” (Revista de Errologia), vai divulgar os erros dos cientistas, contrariando o habitual de publicações do gênero de comunicar apenas os resultados positivos da ciência.


A revista pretende, assim, que a comunidade científica tenha acesso a teorias e experimentos que não deram certo. Com isso, permitirá que cientistas não gastem tempo e dinheiro com hipóteses equivocadas ou mesmo que aproveitem teorias que, apesar de não terem dado certo numa determinada área, podem render bons resultados em outra.



Mesmo homens considerados gênios da ciência, como Einstein, cometeram falhas. E algumas delas até contribuíram para o avanço da ciência. Como diz o filósofo francês Edgar Morin, o maior erro que se pode cometer é subestimar o próprio erro.




Eleições decidem futuro de Obama, Sarkozy e Putin

Dois mil e doze será um ano eleitoral decisivo para a política mundial. Dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, apenas o Reino Unido não terá seu líder, o premiê britânico David Cameron, submetido ao veredicto das urnas. Todos os demais integrantes do conselho, Estados Unidos, França, Rússia e China, passarão por processos eleitorais.


Nos Estados Unidos, a disputa pela Casa Branca será acirrada. A reeleição de Barack Obama é ameaçada pela queda nos índices de popularidade entre os americanos, enquanto os republicanos ainda escolhem o candidato de oposição.

O presidente francês Nicolas Sarkozy encontra dificuldades semelhantes no caminho do segundo mandato. Contra ele concorre o socialista François Hollande, primeiro colocado nas pesquisas de opinião, e o palco conturbado da crise dos débitos na Zona do Euro.

Na Rússia, os planos de sucessão do premiê Vladimir Putin, há mais de uma década no poder, são contrariados por protestos contra a corrupção, que se espalham pelo país desde dezembro. Já na China o 18o Congresso do Partido Comunista substituirá toda a cúpula do poder e preparará a saída do presidente Hu Jintao e do premiê Wen Jiabao, em 2013.


União monetária faz dez anos na Europa


Há dez anos, em 1o de janeiro de 2002, entrou oficialmente em circulação o euro, a moeda única corrente em países que compõem a União Europeia (UE). O lastro monetário simbolizava a integração do continente que, no século 20, enfrentou duas guerras mundiais e uma divisão ideológica que quase provocou uma terceira.


A Eurozona é composta por 17 dos 27 Estados-membros da UE: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Portugal. A moeda é usada diariamente por 332 milhões de europeus. O euro também é a segunda maior reserva monetária internacional e a segunda maior comercial, atrás somente do dólar americano.

A moeda que passou a ser usada pelos europeus, há uma década já era corrente entre os mercados financeiros desde 1999. Nesse ano, os governos aboliram moedas locais nas transações comerciais entre países. O objetivo era unir mais as nações e gerar mais desenvolvimento econômico.

Apesar disso, a Europa enfrenta desde 2009 uma crise de débito que ameaça a estabilidade do bloco, obrigando os governos a fazerem reformas impopulares que já derrubaram nove líderes político nos últimos três anos. Em países como Grécia, Espanha, Portugal e Irlanda, a dívida pública e o déficit no orçamento ultrapassam em muito os limites estabelecidos para a Eurozona.


Líder norte-coreano ameaçou o mundo com confronto nuclear

O líder norte-coreano Kim Jong-il morreu no dia 17 de dezembro de ataque cardíaco. No comando há 17 anos de um dos regimes mais fechados do mundo, Jong-il ameaçou o Ocidente com testes de artefatos nucleares, principalmente a vizinha Coreia do Sul.


A morte do ditador foi anunciada dois dias depois pela TV estatal. Ele estava com 69 anos e doente desde 2008, quando sofreu um derrame cerebral. Jong-il era chamado de “querido líder” e cultuado como uma espécie de divindade por seu povo. Ele foi substituído no cargo por seu filho mais novo, Kim Jong-un, que tem menos de 30 anos de idade e pouca experiência política.

A Coreia do Norte é um dos países mais pobres e isolados do mundo. Apesar disso, possui o quarto maior exército, com 1,1 milhão de soldados na ativa, e armas nucleares. O país continua tecnicamente em guerra com a vizinha Coreia do Sul, quase 60 anos após o cessar-fogo.

Em 2006 e 2009, o governo norte-coreano realizou dois testes com armas nucleares, violando tratados da ONU (Organização das Nações Unidas). Desde então, vem sendo pressionado para que suspenda os testes e abandone o programa.


Os protestos que abalaram o mundo

O ano de 2011 foi marcado por manifestações que se espalharam no mundo árabe e influenciaram outros protestos na Europa, Estados Unidos e América Latina. A chamada “primavera árabe” derrubou quatro regimes autoritários, na Tunísia, Egito, Líbia e Iêmen, fato inédito na região.


Na Europa, ocorreram passeatas na Espanha, com o movimento dos “Indignados”, e protestos violentos em Londres e outras cidades inglesas. O Chile também teve seus dias de fúria, com o movimento estudantil pedindo reformas no sistema de educação. Nos Estados Unidos, o “Ocupe Wall Street”, de Nova York, repercutiu por outras cidades americanas e algumas das principais capitais do mundo.

O ano de 2011 foi também aquele em que a população mundial atingiu a marca de 7 bilhões de habitantes, impondo desafios para viver nas cidades, que concentram 70% da população mundial. Na esfera econômica, a zona do euro foi ameaçada pela crise dos débitos fiscais, que destituiu líderes mundiais e também levou os Estados Unidos a terem sua nota da dívida rebaixada.

No ano em que foram lembrados os 10 anos dos ataques do 11 de Setembro, Osama Bin Laden foi morto em uma operação militar nos arredores de Islamabad, capital paquistanesa. Na Ásia, 20 mil pessoas morreram no Japão após um terremoto de 8.9 de magnitude que provocou um tsunami e vazamento na usina nuclear de Fukushima. No continente africano, a ONU anunciou crise de fome no Chifre da África, onde, somente na Somália, metade da população passa fome e 15 crianças morrem por hora.

Já o Brasil termina o ano com prestígio no plano internacional – deve ultrapassar o Reino Unido como a sexta maior potência econômica do mundo, atrás dos Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e França.



A força dos emergentes
Há dez anos o economista inglês Jim O’Neill cunhou o acrônimo Bric para se referir a quatro países de economias em desenvolvimento: Brasil, Rússia, Índia e China. O acrônimo se tornou um dos maiores símbolos da nova economia globalizada e, nos últimos anos, os países emergentes ganharam projeção política, desafiando a hegemonia dos Estados Unidos e das nações industrializadas.


Desde 2009, os líderes dos países membros do Bric realizam conferências anuais. Em abril do ano passado, a África do Sul foi admitida no grupo, adicionando-se um “s” ao acrônimo, que passou a ser Brics.

No grupo estão 42% da população e 30% do território mundiais. Nos últimos dez anos, os países integrantes do Brics apresentaram crescimentos além da média mundial. A China se tornou o país com a segunda maior economia do planeta. A economia chinesa é maior do que a soma de todas as outras quatro que compõem o grupo.

A inclusão do Brasil no Brics trouxe uma projeção internacional positiva. Como resultado, o país tem representação nas principais cúpulas internacionais, como o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) e o G20. A inclusão se deve à estabilidade econômica e à redução da desigualdade social, resultados do Plano Real, de 1994, e de programas sociais do governo Lula.



Suspeita de fraude eleitoral motiva protestos
Denúncias de fraudes em eleições parlamentares provocaram a maior onda de protestos na Rússia contra o governo desde o fim do regime comunista em 1991. Pela primeira vez, o premiê Vladimir Putin, há 12 anos no poder, enfrenta oposição do povo russo, contrariando seus planos de se eleger presidente em 2012.


As eleições para o Parlamento, ocorridas dia 4 de dezembro, terminaram com a vitória do partido governista, Rússia Unida. A legenda obteve 49% dos votos contra o Partido Comunista, que ficou em 19%. As denúncias de irregularidades partiram de observadores independentes e foram negadas pelo governo, que manteve o resultado do pleito.

As manifestações reuniram milhares de pessoas em Moscou, capital russa, e outras dezenas de cidades. Os russos usaram celulares, internet e redes sociais para se mobilizarem. Contribuiu para a insatisfação do povo com a política a crise econômica, que encerrou um período de uma década de crescimento e levou o país a ser incluído no grupo dos países em desenvolvimento, o Brics.


Egípcios vão às urnas, mas repressão continua na Síria
Há quase um ano, protestos se espalharam por países do Norte da África e do Oriente Médio, governados por monarquias e ditaduras. Os manifestantes pedem reformas políticas e a renúncia de tiranos que detêm o poder há décadas.


Desde então, três ditadores deixaram o cargo, na Tunísia, no Egito e na Líbia. Em outros países, os protestos continuam, levando os governos a promoverem reformas ou reprimirem a população com violência, como acontece na Síria.

No Egito, uma junta militar sucedeu o presidente Hosni Mubarak após sua renúncia, em 11 de fevereiro. Para conter novos protestos, os militares convocaram eleições parlamentares para 28 de novembro. Pesquisas indicam a vitória da Irmandade Muçulmana, do recém-fundado Partido Liberdade e Justiça (PLJ), confirmando uma tendência nos países árabes pós-ditaduras.

Na Síria, por outro lado, o governo de Bashar al-Assad comanda a repressão mais violenta na região. Segundo um relatório da ONU, 3,5 mil pessoas foram assassinadas pelo regime, incluindo 256 crianças, e mais de 20 mil foram presas.


Protestos vão além da questão da segurança
Setenta e dois estudantes foram detidos no último dia 8 de novembro durante a desocupação da reitoria da USP (Universidade de São Paulo), a mais prestigiada universidade do país, realizada pela Tropa de Choque da Polícia Militar.


Foi o episódio mais dramático de uma crise política na universidade, motivada por um convênio firmado entre a USP e a PM para aumentar a segurança na Cidade Universitária, situada no bairro Butantã, zona oeste de São Paulo.

A reitoria e o governo do Estado firmaram um convênio com a PM para intensificar as rondas na Cidade Universitária depois que um aluno foi morto durante uma tentativa de assalto em outubro. Os manifestantes alegam que a presença da PM inibe protestos e fere a autonomia universitária. Um total de 58% dos estudantes apoia a iniciativa.

O movimento estudantil da USP, contudo, tem motivações políticas. Os estudantes reivindicam eleições diretas para a escolha do reitor, que hoje é indicado pelo governador do Estado a partir de uma lista tríplice. Os manifestantes também são ligados a partidos de esquerda e sindicatos.


Vazamento no Rio revela despreparo de autoridades
O vazamento de milhares de litros de petróleo na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, evidenciou o quanto o governo brasileiro está despreparado para lidar com acidentes dessa natureza. Ainda não há um plano nacional para prevenir ou conter desastres ambientais provocados por derramamento de óleo na exploração da camada pré-sal.


O acidente aconteceu no Campo do Frade, localizado a 120 km do litoral fluminense, no dia 8 de novembro. Ainda não se sabe ao certo a extensão do desastre e nem o impacto à biodiversidade marinha e à pesca na região. 

A mancha de óleo se estendeu por uma área de 163 quilômetros quadrados, o equivalente a 16,3 mil campos de futebol. O volume vazado seria o correspondente a 2,4 mil barris (381,6 mil litros). A multinacional Chevron do Brasil, que explora o campo, assumiu a responsabilidade pelo derramamento de óleo. No dia 23 de novembro, a ANP (Agência Nacional do Petróleo) determinou a suspensão das atividades da empresa no país até que sejam explicadas as causas e identificados os responsáveis pelo acidente. O valor das multas aplicadas à petroleira pode chegar a R$ 250 milhões.



Crise econômica motiva protestos pelo mundo

Uma onda de manifestações contra o sistema financeiro mundial se espalhou por dezenas de países no último dia 15 de outubro. O movimento, chamado na Europa de “Indignados” e, nos Estados Unidos, de “Ocupe Wall Street”, é uma reação contra os cortes de gastos públicos feitos pelos governos para combater a recessão.


Os ativistas culpam os governos e as instituições financeiras pelo crescimento das taxas de desemprego e da desigualdade em países atingidos pela crise de 2008. Na época, para impedir um colapso no mercado, bancos tiveram que ser “salvos” com recursos públicos, aumentando a dívida dos Estados. Agora, para equilibrar as contas, os governos precisam reduzir despesas, com o corte de benefícios sociais, e elevar os impostos.

Segundo os organizadores, foram anunciadas marchas contra a “ganância corporativa” em 951 cidades de 82 países, incluindo o Brasil. Em Roma, violentos protestos deixaram 70 pessoas feridas.

As revoltas começaram em 15 de maio em Madri, na Espanha. O movimento ficou conhecido como “Indignados”. Em 17 de setembro, surgiu nos Estados Unidos o “Ocupe Wall Street”, inspirado no movimento espanhol. Os integrantes do grupo montaram acampamento na praça Zuccotti, no centro financeiro de Nova York, e ganharam adesão de sindicatos e simpatia de políticos democratas




Os desafios de um planeta com 7 bilhões de pessoas

A população mundial atingiu os 7 bilhões de habitantes no dia 31 de outubro, segundo estimativas da ONU (Organização das Nações Unidas). A China é hoje o país mais populoso do mundo, com 1,35 bilhão de pessoas, seguida da Índia, com 1,24 bilhão.


As projeções indicam que, em 2050, serão 9,3 bilhões de habitantes no planeta, índice que atingirá os 10 bilhões até o final do século, antes de estabilizar. O aumento ocorrerá principalmente em países africanos que registram altas taxas de fertilidade.

O ritmo acelerado de crescimento populacional impõe desafios para garantir uma convivência mais equilibrada nos centros urbanos, nas próximas décadas. O problema não é acomodar tanta gente: há espaço de sobra. As questões envolvem o balanço entre população idosa e jovem, uso de recursos naturais, fluxo migratório e desenvolvimento sustentável em zonas urbanas, que concentrarão 70% da população mundial.

No Brasil, com 192 milhões de habitantes, há uma tendência para o envelhecimento da população. Na última década, projeções apontam uma tendência de queda para índices de fecundidade próximos aos registrados em países europeus. Outro desafio é a vida em centros urbanos: o Brasil, com 85% da população vivendo nas cidades, é um dos países mais urbanizados do mundo.


Autoridade Nacional propõe reconhecimento na ONU
A Autoridade Nacional Palestina pediu no dia 23 de setembro, na 66ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), o reconhecimento do Estado palestino nas fronteiras pré-1967, situando a capital na parte oriental de Jerusalém. A proposta é recusada por Israel e Estados Unidos.


Na prática, a inclusão da Palestina como membro da ONU dará mais poder político aos árabes nas negociações com Israel, paralisadas há um ano. Se aprovada, a resolução isolará ainda mais os israelenses no cenário internacional.

Há décadas palestinos e israelenses disputam as mesmas terras no Oriente Médio. Em 1947, a ONU propôs a divisão da Palestina entre árabes e judeus, formando dois Estados. Israel se tornou independente e, após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, anexou territórios árabes, expulsando a população local. Desde então, os palestinos reivindicam a devolução dessas áreas, incluindo Jerusalém Oriental. Os israelenses não aceitam a desocupação.


O gênio que "humanizou" a tecnologia
Steve Jobs morreu no último 5 de outubro, aos 56 anos, vítima de uma forma rara de câncer no pâncreas. Fundador da Apple, ele foi responsável por popularizar o computador pessoal e por inovações nas áreas de telefonia, publicação digital e filmes de animação.


Entre as principais criações de Jobs estão o computador Macintosh (1984), o tocador de música iPod (2001), o smartphone iPhone (2007) e o iPad (2010).

A genialidade do executivo consistia em melhorar os produtos eletrônicos, de modo a conferir funcionalidade, viabilidade comercial e popularidade aos aparelhos. Sem ele, o computador seria uma tela de comandos que dificilmente sairia do âmbito restrito de especialistas.

O talento para os negócios tornou a Apple uma das corporações com maior valor de mercado do mundo. Jobs era conhecido também por ser um patrão rígido e cruel com seus funcionários. Ele deixou a empresa em agosto deste ano por conta da doença, da qual se tratava desde 2004. Era casado e tinha quatro filhos.


Será que Einstein errou?
Cientistas do Centro Europeu de Investigação Nuclear (Cern, na sigla em inglês), em Genebra, sustentam terem descoberto partículas subatômicas que se movem mais rápido do que a luz.


O experimento consistiu em enviar um feixe de um tipo de neutrinos das instalações do Cern até o laboratório de Gran Sasso, na Itália, localizado a 732 km de distância. Segundo os cientistas, as partículas chegaram ao destino mais rápido do que a luz. O problema é que, de acordo com a teoria da relatividade especial de Einstein, isso é impossível de acontecer na natureza.

Formulada no começo do século passado, a teoria da relatividade mudou a compreensão humana do universo e permitiu a criação de tecnologias que vão desde a bomba atômica até a TV e os modernos GPS.

A comunidade científica reagiu com ceticismo ao anúncio da descoberta. Os resultados precisam ser submetidos a novos testes. Como os neutrinos são muito instáveis, torna-se difícil prever com exatidão seu comportamento.


Detritos em órbita oferecem risco à exploração do espaço
Em 24 de setembro, restos do UARS (Satélite de Pesquisa de Alta Atmosfera, na sigla em inglês) caíram sobre o Oceano Pacífico. O satélite foi lançado em 1991 e “aposentado” em 2005, após ficar sem combustível. Ele tinha o tamanho de um ônibus e pesava seis toneladas, sendo o maior a retornar à Terra em três décadas.

Desde que o primeiro satélite espacial entrou em órbita, há mais de meio século, os detritos espaciais acumulados em órbita do planeta se tornaram um problema para a vida na Terra. Apesar dos riscos de atingirem pessoas serem remotos, as colisões com outros satélites e naves espaciais são cada vez mais comuns.

Estima-se que mais de 19 mil objetos maiores de dez centímetros, além de outros 500 mil menores, compõem uma nuvem de lixo espacial ao redor da Terra. Eles provêm de foguetes e satélites desativados, fragmentos de naves, combustível e até ferramentas usadas por astronautas.

Hoje não existe nenhuma tecnologia que permita a “limpeza” do espaço. Os custos de uma operação de remoção do lixo são muito altos. Além disso, há questões políticas, envolvendo propriedade e a responsabilidade de governos e empresas que colocam os aparelhos em órbita.

Se aprovada, divisão do Pará criará mais dois Estados
Um plebiscito marcado para 11 de dezembro decidirá se o Pará será desmembrado em dois novos Estados: Carajás e Tapajós. Caso a proposta seja aprovada, será a primeira vez que um Estado brasileiro surgirá da vontade popular. A divisão do Pará dependerá ainda de uma lei complementar.


De acordo com o projeto, o Pará ficaria com 17% do território e 56% do Produto Interno Bruto (PIB), ou R$ 32,5 bilhões. Tapajós, na região oeste, teria como capital Santarém, 58% do território e 11% do PIB (R$ 6,4 bilhões). Carajás, ao sul, cuja capital seria Marabá, contaria com 25% do território e 33% do PIB (R$ 19,6 bilhões).

A campanha começou em 13 de setembro. Os separatistas argumentam que o território é muito grande e dificulta a administração e o desenvolvimento econômico do interior. O Pará é o segundo maior Estado brasileiro. Já os opositores alegam que haverá piora nos indicadores sociais e apontam interesses políticos e de empresários dos setores da pecuária e mineração.

O Brasil possui 27 unidades federativas, sendo 26 Estados e o Distrito Federal. Tramitam no Congresso projetos de lei para a instituição de mais 16 Estados.


Onda de manifestações estudantis sacode o país
O governo chileno enfrenta a maior onda de protestos estudantis desde o fim do regime militar (1973-1990). Iniciadas em 6 de junho, as manifestações causaram conflitos que provocaram a morte de um estudante de 16 anos, no dia 26 de agosto, e uma greve geral de dois dias que paralisou o país.


Os jovens reivindicam reformas no sistema educacional, com melhorias na qualidade do ensino e acesso a universidades públicas. No Chile, os alunos precisam pagar os estudos em universidades públicas, e as particulares são de péssima qualidade.

O país é uma das economias mais prósperas da América Latina. Apesar disso, a má distribuição de renda e a deficiência no ensino geram insatisfação junto aos chilenos. O terremoto do ano passado trouxe mais problemas ao povo.

Sem conseguir um acordo com os estudantes, que têm apoio da população, o governo do conservador Sebastián Piñera vive uma crise política. Os índices de popularidade do governo são os mais baixos desde a redemocratização do país em 1990.


Na Somália, problema atinge quase metade da população
A pior seca dos últimos 60 anos e guerras civis causaram uma crise de fome que atinge 12,5 milhões de pessoas que vivem na região conhecida como “Chifre da África”, que inclui Djibuti, Etiópia, Quênia, Somália e Uganda.


A situação é mais grave na Somália, onde 29 mil crianças morreram de fome nos últimos três meses – uma média de 300 por dia – e 640 mil estão subnutridas. Cerca de 3,2 milhões de somalianos, quase metade da população, dependem de ajuda humanitária para sobreviver.

O país é um dos mais pobres e violentos do mundo. A Somália não possui governo desde 1991, quando começou a guerra civil. O grupo islâmico Al Shabab, filiado à Al Qaeda, domina a região sul, a mais afetada pela fome. Os guerrilheiros impedem a saída dos somalianos e a entrega de doações por agências humanitárias.


O futuro da Líbia após a queda de Gaddafi
Depois de mais de quatro décadas, o regime de Muammar Gaddafi chegou ao fim na Líbia. Com apoio militar da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em menos de uma semana os rebeldes chegaram à capital, Trípoli, e tomaram o quartel-general do ditador. Um governo provisório foi formado em Benghazi, pelo Conselho Nacional de Transição, apesar de ainda haver focos de resistência do regime anterior.


Os conflitos começaram há seis meses, quando manifestações pró-democracia se espalharam pela África do Norte e o Oriente Médio. O movimento derrubou dois presidentes, na Tunísia e no Egito. Na Síria, mais de duas mil pessoas já foram mortas pela repressão do Estado.

Também na Líbia os levantes foram reprimidos pelas Forças Armadas. A partir de março, porém, o Conselho de Segurança da ONU decretou zona de exclusão aérea e abriu caminho para a intervenção militar. A Otan bombardeou alvos do governo e deu armas aos rebeldes, o que possibilitou a queda do regime.

Muammar Gaddafi estava há 41 anos no poder – é o mais longevo entre os líderes árabes. Agora, discute-se a formação de um governo de transição. O maior temor é que ocorra situação semelhante ao Iraque, onde, passados oito anos da queda de Saddam Hussein, a democracia é instável.


Entre a violência juvenil e revolta social
Entre os dias 6 e 10 de agosto, tumultos tomaram conta das ruas de Londres e outras cidades da Grã-Bretanha. Grupos de jovens atearam fogo em prédios e veículos, saquearam lojas e enfrentaram a polícia com bombas caseiras. Foram os mais graves desde os distúrbios ocorridos em Brixton, em 1995.


A onda de violência deixou cinco mortos. Milhares de pessoas foram detidas e mais de mil suspeitos indiciados por crimes. O estopim foi a morte de Mark Duggan, um homem negro de 29 anos, no dia 4 de agosto. Ele foi morto a tiros por policiais em uma abordagem de rotina no bairro de Tottenham, região norte. Logo após, começaram os protestos e atos de vandalismo, que se espalharam por outras regiões.

O governo aponta a ação de gangues e ladrões oportunistas. Especialistas, entretanto, acreditam em outras causas, como a tensão étnica, a violência policial, o desemprego e medidas de austeridade para conter os efeitos da crise econômica.


Pacote deve permitir compra de casa própria e viagens ao exterior
A Assembleia Nacional cubana aprovou no começo do mês uma série de medidas econômicas que visam estimular a economia no país, diminuindo a participação do Estado e incentivando a iniciativa privada.


Entre as principais mudanças está a permissão para que os cubanos comprem casa própria e carro e façam viagens ao exterior, algo inédito em mais de meio século de comunismo. Atualmente, é quase impossível para um cidadão comum sair do país como turista – as despesas com a emissão de vistos são caras e as autorizações são negadas aos opositores do regime.

O Estado também irá cortar gradualmente subsídios como alimentos e energia elétrica, e realizar demissões no setor público, que emprega 85% dos trabalhadores. A situação econômica de Cuba começou a complicar com o fim da União Soviética, principal parceiro comercial da ilha.

As reformas não significam, entretanto, uma abertura política e econômica do mesmo tipo realizado na antiga União Soviética em 1991. Cuba é um dos poucos países socialistas que restam no mundo.


Estados Unidos afastam risco de calote
O Senado americano aprovou em 2 de agosto a elevação do teto da dívida pública. Evitou, assim, um calote histórico da maior economia do planeta, que poderia causar outra crise econômica como a de 2008.


Nos últimos anos, os gastos militares com as guerras do Iraque e do Afeganistão, juntamente com os efeitos da crise, fizeram com que o país atingisse um limite de endividamento (US$ 14,3 trilhões). Dessa forma, o país não teria mais como emitir títulos da dívida pública para arcar com seus compromissos e nem saldar todas as suas dívidas. No caso de um calote, seria afetada tanto a economia interna como a de outros países, credores da dívida americana.

Para evitar isso, foram apresentados projetos no Congresso. Mas os partidos Democrata e Republicano não chegavam a um acordo sobre temas como corte nas despesas e aumento de impostos. O impasse afetou o mercado financeiro e arranhou a imagem do país no exterior. A aprovação de uma proposta bipartidária ocorreu no prazo final estipulado pelo governo.


Europa em alerta contra o inimigo interno
Setenta e seis pessoas morreram em dois ataques no dia 22 de julho em Oslo, capital da Noruega. Os atentados fizeram a Europa, antes preocupada com o radicalismo islâmico, acordar para a ameaça do terrorismo da extrema direita.


O responsável pelo massacre foi o norueguês Anders Behring Breivik, 32 anos, que foi preso pela polícia. Ele alega que cometeu a chacina para protestar contra a política liberal da Noruega referente à imigração, principalmente de muçulmanos.

No primeiro atentado, oito pessoas morreram na explosão de um carro-bomba no centro da cidade, próximo ao escritório do primeiro-ministro norueguês Jens Stoltenberg. O premiê escapou ileso da explosão. Duas horas depois, Breivik atirou e matou 68 jovens em um acampamento do Partido Trabalhista na Ilha de Utoya.

A Noruega possui um dos mais avançados Estados de bem-estar social do mundo, com educação e saúde gratuitas e de qualidade. Até o ano passado, o país ocupava o primeiro lugar no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Entretanto, a crise financeira mundial e o aumento da imigração nos últimos anos fizeram crescer a influência de grupos de direita em toda a Europa. Os extremistas se caracterizam pelo autoritarismo, racismo e xenofobia (aversão a estrangeiros).


Imprensa britânica vira alvo de investigação
O caso dos grampos telefônicos envolvendo jornalistas ingleses provocou o fechamento de um dos tabloides mais tradicionais da Grã-Bretanha e uma crise política que atingiu o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e a tradicional polícia londrina, a Scotland Yard.

O escândalo é o pior da imprensa inglesa deste século. Segundo a polícia, cerca de 4 mil pessoas teriam tido os telefones celulares interceptados por jornalistas e detetives. O objetivo dos suspeitos era obter informações exclusivas para a publicação de matérias. Atores, políticos, jogadores de futebol e apresentadores de TV estão entre as vítimas.

O
 News of the World era o jornal dominical mais vendido na Grã-Bretanha. Ele pertencia ao magnata da mídia Rupert Murdoch, dono de um dos maiores conglomerados de comunicações do mundo. Devido às denúncias, o tabloide deixou de circular em 10 de julho.

Um jornalista e um detetive foram condenados pela Justiça em 2007 por escutas ilegais. Em janeiro deste ano, foi aberta uma segunda investigação e novos casos vieram à tona, graças ao jornal
 The Guardian.

O tabloide teria grampeado o telefone de uma adolescente desaparecida e morta em 2002, atrapalhando as investigações da polícia. Familiares de soldados britânicos mortos no Afeganistão e parentes de vítimas dos atentados ao metrô londrino em 2005 também foram alvos dos grampos.






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