CRIANDO E RECRIANDO

domingo, 20 de janeiro de 2013

FORMAÇÃO DE PROFESSORES: POR UMA RESSIGNIFICAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NA ESCOLA


Prefacio

A educação, direito fundamental, está assegurada no artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos e aparece reproduzido em diferentes normas e refletido no Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI (o conhecido Relatório Jacques Delors) relatório este que assegura que o tesouro está na educação escolar.
A escola, espaço privilegiado para promover a educação, vem recebendo criticas quanto a efetividade desse direito. Por sua vez, o professor, vem recebendo criticas quanto ao seu conhecimento ou saberes necessários para a realização de uma prática docente profissional mediada por interações humanas. É preciso avançar. 
Este compilação de cinco textos acadêmicos do Professor Paulo Lima, acrescida da apresentação, propicia aos leitores elementos que permitem refletir sobre o conhecimento do professor ao mesmo tempo em que busca problematizar a educação historicamente situada, não como objeto determinado, mas em construção.
O autor desenvolveu estudos onde defende que enquanto professores não devemos nos limitar  a dimensão dos conteúdos intelectuais, transmitidos através da docência  – paradigma tradicional; devemos ir além. Defende valores que devem ser mais do que transmitidos, devem ser vividos através de praticas educativas; propõe superação da pratica pedagógica que produz um ensino fragmentado, disciplinar  – paradigma da simplificação  – para uma prática pedagógica interdisciplinar, polidisciplinar, transdisciplinar  – paradigma da complexidade no dizer de Edgar Morin; aponta a formação continuada, a formação permanente como espaço de reflexão sobre a educação, sua complexidade e seus atores.
Paulo Lima percorre um vasto universo de autores que se dedicaram e ainda hoje se dedicam aos estudos sobre a educação e sobre a formação do professores numa proposição de ruptura com o convencional. A maneira como redige artigos nos estimula a penetrar em suas questões e subsidia nosso olhar cidadão.
São instigantes as reflexões trazidas nos estudos, suas contribuições diversificam-se e estão voltadas para a construção de uma sociedade livre, justa e solidária.

Prof.ª Dr.ª Alaíde Maria Zabloski Baruffi
Docente do PPGEdu – Faculdade de Educação/UFGD
Dourados, Fevereiro 2010.6



Apresentação
Este livro caracteriza-se como uma provocação ao desenvolvimento do trabalho pedagógico em sala de aula sob uma dimensão emancipatória. As reflexões e propostas em cada um dos capítulos destacam a necessidade recorrente da formação continuada do professor que não pode se esgotar na reunião tecnicista de instrumentos didáticos. A lógica dos tempos e espaços sociais solicita a formação permanente do professor que, acima de tudo, deve estar mobilizada pela sensibilização do olhar e das múltiplas possibilidades de intervenção em sala de aula, cuja finalidade é uma devolutiva social para a vida e participação cidadãs.
Repensar a educação e a escola a partir de uma dimensão emancipatória significa problematizar as solicitações globalizantes que, como numa cartilha tem determinado o perfil de aluno a ser formado. Ao perceber que a formação profissional para a emancipação do cidadão não pode incorrer na reprodução de sistemáticas reducionistas e continuistas o educador primará por intencionalidades pertinentes aos saberes e fazeres da ação educativa numa evocação ressignificada. 
Nessa tessitura toma como parâmetro a ação-reflexão-ação, conduzida por uma releitura de sua prática, ou seja, consideram todos os condicionantes possíveis, inclusive os sócio-históricos para o desenvolvimento de intervenções producentes. 
A formação de professores a partir de uma postura indagativa tem se mostrado como um dos pilares para a melhoria qualitativa dos saberes docentes necessários ao desenvolvimento do trabalho pedagógico. Nesse caso, o processo de conscientização desperta a percepção de que saberes dessituados aporta-se como inócuos e abstratos para a concretude educacional, pois como se sabe a educação assume a tarefa social de despertar no homem a consciência de si e do outro no mundo, contribuindo, de forma relevante, para o seu crescimento formativo e informativo, favorecendo o seu exercício ativo em todos os processos de sua história (e implicações advinda desses). 
Conseqüentemente, ela pode desfazer as tramas reducionistas dessa realidade histórica (que  é, sobretudo vivida), considerando o seu universo relacional, que possui essencialmente um caráter multidimensional e cuja finalidade maior é a de elevar o homem à categoria de sujeito de sua própria história em construção, mediatizada pela compreensão, interpretação e crítica (essas sempre em processo) de sua realidade (envolvendo aqui toda a valoração do homem em sua totalidade: 
social, política, econômica, mas acima de tudo do homem como homem, propriamente dito). Essa promoção do homem como ser histórico e social adquire, como diz Freire (1980, p.34), um caráter libertador, sendo um ato de conhecimento, uma apropriação legítima da realidade que considera “a vocação ontológica do homem – vocação de ser sujeito – e as condições em que ele 7 vive: em tal lugar exato, em tal momento, em tal contexto”.  Neste sentido, a educação não pode ser dissociada de um posicionamento político do professor, que como sujeito recorrente apropria-se dos saberes e fazeres pedagógicos pela via rizomática articulando-os de forma reflexiva à realidade de forma solidária e cidadã, como lembra Lima (2000), o exercício da ação-reflexão-ação deve estar presente no dia a dia do educador como algo sempre novo, dinâmico, em construção e em processo multidimensional. Por essa diretriz o professor não apenas ensina a aprender, mas aprende a ensinar com seus alunos, com outros professores, com as situações vivenciadas, discutidas com perguntas e respostas advindas de situações problematizadoras diversas, enfim, aprende com a socialização dos saberes e tal disposição deve ser o ponto central de sua prática cotidiana. Portanto, a formação do professor, como agente facilitador do processo ensino-aprendizagem viabiliza o despertamento dos sujeitos participantes deste processo, possibilitando através de sua prática, a efetuação de inovadoras leituras de mundo e contribuições significativas da vida e para a vida. É esta a temática deste livro em seus cinco capítulos. Boa leitura a todos.


Prof. Dr. Paulo Gomes Lima
Docente do PPGEdu – Faculdade de Educação/UFGD
Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD
Dourados/MS, Dourados, Fevereiro 2010




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Boa leitura!

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